O fundador da Terraform Labs, DoKwon, terá seu destino definido na próxima quinta-feira (11), mas o juiz Paul A. Engelmayer, do Tribunal Distrital do Sul de Nova York, produziu uma série de esclarecimentos antes de emitir uma sentença.
Segundo documentos judiciais e reportagem da CoinDesk, o magistrado apresentou seis perguntas formais às partes, buscando entender lacunas essenciais sobre o cumprimento da pena, possíveis impactos às vítimas e a situação jurídica internacional de Kwon.
Entre as principais dúvidas, Engelmayer destacou a incerteza sobre as acusações que Kwon ainda enfrenta na Coreia do Sul e questionou se existe algum acordo entre o réu e as autoridades do país. O juiz pediu detalhes sobre as penas máximas e mínimas previstas em caso de especificação e se uma eventual sentença poderia ocorrer de forma concorrente ou consecutiva à norte-americana.
O magistrado também pediu esclarecimentos sobre o período que Do Kwon passou detido em Montenegro. Sem exigência, o juiz questionou se as partes concordam que os 17 meses e 8 dias atribuíveis à extradição devem ser considerados como parte da custódia relacionada ao caso, e se o acordo do governo de não buscar mais de 12 anos de prisão pressupõe que nenhum dia do período montenegrino seja descontado.
O juiz ainda solicita informações sobre o processo de indenização de vítimas pelo Departamento de Justiça, a eventual inelegibilidade de Do Kwon para créditos de redução de pena sob a lei First Step Act e a utilidade de importação de supervisão pós-cárcere, considerando a probabilidade de transferência internacional e possível deportação.
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Outro ponto sensível é a garantia de que, caso Kwon seja transferido para cumprir metade da pena no exterior, ele não seja liberado antes do termo determinado pela Justiça dos EUA. O juiz também pediu confirmação sobre como as autoridades notificaram as vítimas e se alguma delas desejasse ser ouvida durante a sentença.
A promotoria estadunidense pede 12 anos de prisão; uma defesa, cinco. O juiz Paul A. Engelmayer espera respostas até 10 de dezembro, véspera da audiência prévia.
Do Kwon e o colapso da Terra (LUNA)
No dia 2 de janeiro, Do Kwon se declarou inocente das acusações criminais dos EUA sobre o colapso do ecossistema de criptomoedas Terra (LUNA). Foi a primeira audiência do caso após a extradição.
As autoridades federais acusaram o empresário de tecnologia de 33 anos de idade de nove crimes, incluindo fraude de valores mobiliários, fraude eletrônica, fraude de commodities e conspiração para cometer lavagem de dinheiro.
Ele fundou a Terraform Labs, empresa por trás de um ecossistema criptográfico que já tinha tamanho específico, com aplicativos criados em torno do token LUNA e da stablecoin algorítmica TerraUSD (UST). O projeto foi popular entre os investidores e cresceu rapidamente para se tornar o terceiro maior blockchain no setor, depois do Ethereum, no início de 2022.
Sua criptomoeda nativa, LUNA, estava em seu auge como um dos principais ativos digitais para capitalização de mercado. Kwon ganhou muito dinheiro em pouco tempo, e até zumbiu de pessoas “pobres” no antigo Twitter.
O fim da LUNA
Mas o ecossistema Terra Luna entrou em colapso em maio de 2022, levando consigo US$ 40 bilhões de investidores. A quebra levou a um mercado de baixa brutal, pois muitos projetos criptografados com exposição ao projeto declararam falência posteriormente.
O principal produto do projeto, a stablecoin UST, não conseguiu manter sua vinculação estável ao dólar, o que resultou no colapso de todo o ecossistema e na perda de quase todo o seu valor em questão de dias.
As autoridades dos EUA e da Coreia do Sul alegaram agora que o empresário era um golpista que enganou investidores para que comprassem sua criptomoeda.
“Nos bastidores, os principais produtos da Terraform não funcionavam como Kwon anunciavam e eram manipulados para criar a ilusão de um sistema financeiro funcional e descentralizado a fim de atrair investidores”, diz a acusação.
Kwon foi preso em Montenegro por tentar viajar com uma passaporte falso. Seus advogados o permaneceram no país até dezembro, quando ele foi finalmente extraditado para os Estados Unidos.
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Fonteportaldobitcoin



