Entre as criptomoedas mais negociadas pelos brasileiros, o XRP ocupa um espaço de destaque — e não é de hoje. Dados mais recentes da Receita Federal mostram que ela foi a quinta criptomoeda mais movimentada do país em 2024, com R$ 8,74 bilhões declarados em transações, ficando atrás apenas de USDT, Bitcoin, Ethereum e BRZ, mas à frente de ativos como Solana e BNB.
Nos primeiros cinco meses de 2025 — período com dados mais consolidados até o momento —, o XRP manteve um ritmo intenso, movimentando R$ 2,53 bilhões em negociações, o que evidencia a força de sua base de investidores locais e as declarações de sua popularidade.
O apelo do XRP vai além da especulação. Desde sua criação pela Ripple Labs, a moeda foi projetada com uma proposta clara: agilizar e baratear pagamentos internacionais.
“O XRP é um projeto já bem conhecido no mercado criptográfico e que possui uma finalidade bem definida, que é a de agilizar e baratear pagamentos transfronteiriços. Isso faz dessa criptomoeda um caso real de uso desse tipo de ativo para o sistema financeiro”, explica Bruna Cabús, associado sênior da 21Shares para a Península Ibérica e América Latina.
Segundo ela, essa praticidade prática diferencia o XRP de muitas outras moedas digitais que ainda buscam um propósito de longo prazo. A executiva lembra que a moeda já está “fortemente integrada como solução para centenas de bancos, fintechs e provedores de pagamento em todo o mundo”, e foi justamente essa adoção global que motivou a 21Shares a lançar um ETP dedicado ao XRP, o maior do mundo com exposição a esse ativo.
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A 21Shares incluiu o produto entre os primeiros de sua estreia no mercado brasileiro, antes mesmo da liberação nos Estados Unidos, um indicativo de receptividade local. “Com a recepção positiva de que o XRP contado junto ao investidor brasileiro, fez total sentido incluir-la entre nossos produtos iniciais no país”, afirma Cabús.
Para a própria Ripple, o Brasil ocupa uma posição estratégica dentro de seu plano global. Segundo Silvio Pegado, diretor da empresa para a América Latina, “a região é uma das que mais cresce na adoção de criptografia e blockchain — e o Brasil se destaca como um dos principais motores desse movimento”.
Ele destaca que o país “conta com um ambiente regulatório progressista, forte participação institucional e uma comunidade vibrante de desenvolvedores”, fatores que consolidaram o Brasil como um polo mundial de inovação em blockchain. Sob a liderança do Banco Central, diz Pegado, o país se tornou referência internacional em ativos digitais.
A moeda que fala a língua do investidor brasileiro
Parte do sucesso do XRP no Brasil se deve à identificação do público com sua proposta de integração entre o sistema financeiro tradicional e o universo criptográfico. “O XRP conquistou uma base sólida de investidores, especialmente aqui no Brasil, por unir dois fatores importantes: reconhecimento de mercado e foco em casos de uso reais”, avalia Ricardo Dantas, CEO da Foxbit.
Para ele, a capacidade da moeda de servir como uma ponte entre bancos e blockchain desperta confiança em quem valoriza projetos com aplicação prática. “O principal diferencial do XRP está na sua proposta de facilitar transferências internacionais de forma rápida e com baixo custo, utilizando a tecnologia da Ripple. Esse foco em soluções de pagamento para instituições financeiras e remessas transfronteiriças posicionadas o ativo como uma ponte entre o sistema bancário e o ecossistema criptográfico”, acrescenta.
Esse papel de ponte é justamente o coração da estratégia da Ripple no país. Pegado explica que o XRP funciona como o “ativo ideal para pagamentos de baixo custo e alta velocidade, operando como uma ponte entre diferentes stablecoins, moedas fiduciárias e outros ativos”. Para ele, as stablecoins não representam uma ameaça, mas sim um complemento: “Há espaço para muitos vencedores no ecossistema, e as stablecoins aceleram o desenvolvimento de soluções de pagamentos e liquidez em blockchain”, afirma.
Além da praticidade, há também a força da narrativa. “Atrelada a narrativas de valorização rápida e especulação, o XRP (Ripple) atrai tantos investidores de varejo porque combina fatores de visibilidade, liquidez e percepção de oportunidade”, observa Rony Szuster, head de research do Mercado Bitcoin.
Ele destaca que, em momentos de otimismo, o XRP costuma reagir com intensidade, tornando-se um ativo popular entre traders. Segundo ele, “dados mostram que o número de endereços ativos do XRP cresceu muito recentemente, o que indica que há forte participação de usuários comuns no ecossistema.”
Essa popularidade é sustentada por números globais expressivos. O XRP Ledger — a blockchain da moeda — tem processado mais de 2 milhões de transações diárias e já ultrapassou 7 milhões de carteiras registradas em todo o mundo, segundos dados de mercado.
Além de pagamentos, a rede tem se expandido no campo de tokenização de ativos do mundo real (RWA), com crescimento mensal superior a 30%, alcançando cerca de US$ 157 milhões em ativos tokenizados, segundo dados do rwa.xyz.
Silvio Pegado, da Ripple, destaca que esse movimento também se reflete em parcerias locais. Um dos exemplos é a colaboração com o Mercado Bitcoin, que está tokenizando mais de US$ 200 milhões em ativos financeiros regulamentados no XRP Ledger.
No Brasil, o interesse também é reforçado por fatores práticos: a moeda está listada em praticamente todas as grandes exchanges nacionais, como Foxbit e Mercado Bitcoin, e sua liquidez facilita a entrada de novos investidores. Em 2024, o país movimentou R$ 552 bilhões em criptomoedas declaradas, segundo a Receita Federal — um recorde histórico que consolidou o ambiente para ativos de uso comprovado como o XRP.
O bom momento da criptomoeda também se reflete no cenário internacional. Em 2025, o XRP protagonizou a maior estreia de ETF do ano, o que ampliou ainda mais sua visibilidade global. Pouco antes, a Ripple havia anunciado a aquisição da fintech Rail, permitindo que empresas brasileiras abrissem contas virtuais em dólares nos Estados Unidos, integrando a forma iniciada o mercado local à sua rede de pagamentos. Essa expansão institucional e o fim da disputa judicial com a SEC nos Estados Unidos — que trouxe previsibilidade regulatória — contribuíram para o preço do ativo, levando-o a atingir novas máximas históricas recentes.
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Na frente regulatória, Silvio Pegado afirma que a Ripple mantém diálogo contínuo com as autoridades brasileiras e norte-americanas. “Uma regulamentação bem elaborada não é uma barreira, mas uma descoberta para liberar o verdadeiro potencial dos ativos digitais”, diz. Ele lembra que a empresa é membro da ABCripto desde janeiro de 2024 e mantém interlocução ativa com o Banco Central e o Congresso Nacional. “O diálogo transparente e construtivo entre a indústria e os reguladores é essencial para levar o setor criptográfico ao próximo nível”, completa.
De acordo com dados do CoinGecko, o XRP é hoje negociado em torno de US$ 2,50, com valor de mercado superior a US$ 149 bilhões e volume diário acima de US$ 8 bilhões. A criptomoeda acumula alta de 30% em 2025, um pouco acima de ativos como Bitcoin e Ethereum.
Apesar da forte queda do XRP na sexta-feira, que acompanhou o retorno dos principais ativos durante o maior evento de liquidação já registrado no mercado de criptomoedas, a perspectiva de longo prazo segue positiva. Como destaca Dantas: “O XRP continua sendo um ativo relevante no cenário global de criptoativos. O avanço das disputas regulatórias trouxe mais previsibilidade e reforçou a confiança do mercado.”
Com adoção institucional crescente, solidez sólida e apelo junto ao investidor comum, o XRP consolidou um espaço singular no ecossistema criptográfico — especialmente no Brasil, onde o público valoriza tanto a praticidade quanto o potencial de valorização. O desafio agora é transformar essa popularidade em expansão sustentável, à medida que o mundo avança para uma nova fase de integração entre blockchain e finanças tradicionais.
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Fonteportaldobitcoin