O Bitcoin voltou a operar abaixo de US$ 90 mil, em um ambiente marcado pela baixa liquidez típica do período de festas, valorização dos metais preciosos e pela expectativa em torno de um vencimento recorde de opções, que se tornou o principal fator de atenção no mercado de criptomoedas no encerramento do ano.
Após tocar brevemente a faixa dos US$ 90 mil durante o pregão de segunda-feira, o BTC perdeu força e recuperou para cerca de US$ 87.400 no dia seguinte, mantendo um padrão observado nas últimas semanas, em que as tentativas de recuperação encontram resistência quase imediata.
Para Timothy Misir, chefe de pesquisa do BRN, o sentimento segue cauteloso. Segundo ele, as altas continuam sem sustentação, enquanto as quedas, embora moderadas, se mostram persistentes.
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O fluxo de recursos institucionais reforçou esse clima defensivo. Os ETFs de Bitcoin à vista negociados nos Estados Unidos registraram saídas líquidas de US$ 142 milhões no dia 22 de dezembro. Em contrapartida, os produtos ligados à ETH receberam US$ 84,6 milhões em esportes, enquanto os ETFs de Solana e XRP atraíram US$ 7,47 milhões e US$ 43,89 milhões, respectivamente.
Vencimento record de opções
No centro das atenções está o vencimento de opções previstas para a sexta-feira (26), conhecido em muitos países como Boxing Day, considerado o maior já registrado. Aproximadamente 300 mil contratos de opções de Bitcoin, equivalentes a cerca de US$ 23,7 bilhões em valor nocional, estão prestes a expirar, o que representa mais da metade de todo o interesse em aberto da criptomoeda na Deribit.
De acordo com Jean-David Pequignot, diretor comercial da plataforma, o vencimento combinado de opções de Bitcoin e Ethereum chega a US$ 28,5 bilhões, praticamente o dobro do volume distribuído no mesmo período do ano passado. Apesar da magnitude, ele afirma que o mercado segue relativamente organizado, com o índice de volatilidade implícita do Bitcoin, o DVOL, girando em torno de 45.
Os principais posicionamentos estão concentrados nos preços de exercício de US$ 85 mil e US$ 100 mil. Para Pequignot, essa estrutura indica um resquício de otimismo em relação a uma possível alta de fim de ano, ainda que a privacidade dos investidores pareça limitada. As taxas médias de financiamento também avançaram de 0,04% para 0,09%, sinalizando um aumento das posições compradas alavancadas, mesmo em um cenário de liquidez mais restrito.
A QCP Capital informou que muitos traders preferem encerrar posições em vez de renová-las. Segundo a empresa, o interesse em aberto em contratos perpétuos de Bitcoin caiu cerca de US$ 3 bilhões de um dia para o outro, enquanto o Ethereum registrou uma redução próxima de US$ 2 bilhões. Para a QCP, a contração da liquidez eleva o risco de movimentos bruscos de preço, tanto para cima quanto para baixo.
Tanto Misir quanto a QCP destacam que os movimentos típicos da semana de Natal costumam perder força em janeiro, quando a participação no mercado aumenta novamente. Isso sugere que as oscilações atuais são mais mecânicas do que fundamentadas em mudanças estruturais.
Enquanto o mercado de criptomoedas busca uma direção, o ouro caminho oposto e disparou para um novo recorde, próximo de US$ 4.450. Para Misir, essa divergência evidencia a volta da demanda por proteção macroeconômica no fim do ano, em meio às incertezas políticas globais.
O presidente Donald Trump confirmou que anunciará até o início de janeiro o nome escolhido para comandar o Federal Reserve. Embora não seja visto como um gatilho imediato para os mercados, o tema contribui para fortalecer o posicionamento defensivo dos investidores até que haja maior clareza.
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Fonteportaldobitcoin



