<span class="image__credit--f62c527bbdd8413eb6b6fa545d044c69">ALEXANDER WELLS</span>

Mas em 2019, a SpaceX começou a implantar sua constelação Starlink da Internet, e a comunidade astronômica começou a soar alarmes. Os satélites estavam orbitando muito baixo e refletiam muita luz solar, deixando marcas brilhantes nas imagens do telescópio. Um ano depois, Rawls e um punhado de seus colegas foram os primeiros a fazer uma avaliação científica do efeito dos estrias de satélite nas observações astronômicas, usando imagens do telescópio Víctor M. Blanco (que, como Rubin, está no Chile). “Queríamos ver o quão brilhantes eram essas riscas e ver possíveis estratégias de mitigação”, diz Rawls. Sua equipe descobriu que, embora os estrias não fossem extremamente brilhantes, eles ainda corriam o risco de afetar as observações científicas.

Remoção de faixa

Desde essas observações iniciais, surgiu uma subdisciplina totalmente nova do processamento de imagem astronômicas, concentrando-se em técnicas para remover a poluição luminosa por satélite dos dados e projetar protocolos de observação para impedir que os satélites à luz espalhados estragassem as vistas. Rawls tornou-se um dos principais especialistas no campo de evolução rápida, que só deve crescer em importância nos próximos anos.

“Estamos alterando fundamentalmente o céu noturno, lançando muito mais coisas a uma taxa de crescente insustentável”, diz Rawls, que também é pesquisador de astronomia da Universidade de Washington.

Para mitigar os danos, ela e seus colegas criaram algoritmos que comparam imagens do mesmo local no céu para detectar mudanças inesperadas e determinar se elas poderiam ter sido causadas por satélites que passam por satélites ou fenômenos naturais, como asteróides ou explosões estelares.

Uma força crescente

O número de satélites que orbitam nosso planeta aumentou de meros mil há cerca de 15 anos para mais de 12.000 satélites ativos hoje. Cerca de 8.000 deles pertencem ao Starlink da SpaceX, mas outros empreendimentos ameaçam piorar o problema da poluição da luz nos próximos anos. O AST Spacemobile, com sede nos EUA, por exemplo, está construindo uma constelação de matrizes de antenas orbitadoras gigantes para transmitir a conectividade 5G diretamente aos telefones dos usuários. Os cinco primeiros desses satélites – cada com mais de 60 metros quadrados de tamanho – já estão em órbita e refletem tanta luz que Rubin deve ajustar seu cronograma de observação para evitar seus caminhos.

“Até agora, o que vimos com as imagens iniciais é que é um incômodo, mas não uma coisa de final de ciência”, diz Rawls. Ela continua otimista de que ela e seus colegas possam permanecer no topo do problema.

Tereza Pultarova é uma jornalista de ciência e tecnologia de Londres.

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