Gabriel Galípolo, presidente do Banco Centralfalou pela primeira vez sobre a decisão da autarquia de desligar a plataforma Drex. Segundo ele, um tecnologia testada para o projeto “não se revelou viável”mas o BC não abandonou a ideia de criar uma infraestrutura digital para o sistema financeiro.
Galípolo ressaltou que a proposta do Drex sempre foi de criar um sistema regulado para tokenização de depósitos, investimentos financeiros e investimentos da economia real e que ele já havia dito aqui em mais de uma ocasião que o Drex não é uma moeda digital de banco central (CBDC) tradicional.
“O que é um CBDC tradicional? É esta ideia de que efetivamente você teria uma moeda emitida pelo Banco Central e que ela pode até passar por cima da intermediação financeira e bancária. O Drex nunca foi isso. O Drex sempre foi uma ideia de tokenização de depósitos, ativos financeiros e ativos da economia real”, disse o presidente do BC, segunda reportagem do Valor Econômico.
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O executivo afirmou que sempre buscaram uma forma segura, líquida e simples, com uma rede que tenha escalabilidade e privacidade. Segundo ele, nos últimos anos o BC investiu tempo e parceiros investiram recursos para conseguir desenvolver isso a partir de uma tecnologia específica.
Segundo Galípolo, após quatro anos eles perceberam que a tecnologia utilizada não é viável e que existem outras maneiras de conseguir atender o que o BC quer. Ou seja, ter uma nova rede com ativos tokenizados e com certificação que dê segurança e liquidez.
“A minha sensação é que vai ser o efeito oposto ao que você está imaginando. A partir de agora, vai chegar mais rápido para você a possibilidade de utilizar a infraestrutura do Drex”, disse o presidente do BC.
De acordo com Galípolo, antes o BC esperava uma tecnologia que não dependesse dele. “Para que você não aguarde mais dois, três ou quatro anos, vamos ver como a gente consegue endereçar problemas como esse usando a tecnologia que já existe disponível. Porém, a gente ainda vai anunciar cronogramas”, disse.
As mudanças no Drex
O Drex nasceu em 2021 com o objetivo ambicioso de ser o “real digital”, uma moeda do banco central (CBDC) que colocaria o Brasil entre os países líderes em inovação monetária.
A ideia inicial era criar uma digital do real, emitida e garantida pelo Banco Central, que pudesse ser usada em transações do dia a dia, versão interoperável com o Pix e integrada ao sistema financeiro nacional. Na época, o BC apresentou o projeto como parte de uma agenda de modernização que visava ampliar a inclusão financeira e reduzir custos operacionais no sistema bancário.
Com o avanço das pesquisas e o início da fase piloto, o Drex passou a ser testado em um ambiente de registro distribuído (DLT), utilizando tecnologias como o Hyperledger Besu, uma infraestrutura baseada em blockchain que permitiu o desenvolvimento de contratos inteligentes e a tokenização de investimentos financeiros.
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A promessa era grande: permitir empréstimos automatizados, registro digital de imóveis e novos modelos de financiamento. No entanto, logo surgiram obstáculos. O Banco Central concorda que a tecnologia disponível não oferece garantias suficientes de privacidade, confidencialidade bancária e escalabilidade.
A partir daí, o projeto começou a mudar de caráter. Em vez de se concentrar em uma moeda digital de uso direto pela população, o BC começou a reposicionar o Drex como uma infraestrutura voltada para o sistema financeiro. O foco passou a ser a tokenização de ativos, a liquidação de operações entre instituições e a automatização de garantias.
Essa mudança culminou nas fases mais recentes do projeto, em que o BC abandonou temporariamente o uso de blockchain e reformulou a arquitetura tecnológica. A chamada “Fase 3” focaria em testes com garantias de crédito e integração entre diferentes instituições financeiras, mas até o momento não foi divulgada nem o relatório da Fase 2.
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Fonteportaldobitcoin



