Pagamentos com stablecoins sobem 70% e atingem novo recorde

Um relatório recente da Coinbase afirma que as políticas de ativação de stablecoins do governo dos EUA visam, sobretudo, fortalecer a hegemonia global do dólar, atendendo a esse objetivo mais do que a metas de restrição doméstica.

O documento contesta a ideia de que as stablecoins ameaçam as funções de captação e concessão de crédito dos bancos comerciais e destaca a necessidade de entender a demanda e os padrões de uso dos clientes.

Desmistificando o mito do “assassino dos bancos”

Na quinta-feira, Faryar Shirzad, Chief Policy Officer da Coinbase, escreveu em sua conta no X (antigo Twitter) que “a narrativa de que as stablecoins vão destruir o crédito bancário ignora a realidade”.

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Ele disse que a demanda por stablecoins se origina, em sua maioria, fora dos Estados Unidos, ou que amplia o domínio global do dólar. Shirzad fez um paralelo histórico e lembrou que preocupações semelhantes apareceram com o advento dos fundos de mercado financeiros (MMFs).

“As stablecoins estão pagando pelos pagamentos o que os fundos de mercado fizeram pela poupança: forçando a inovação por meio da concorrência”, disse Shirzad. “Transações mais rápidas, baratas e programáveis ​​não são uma ameaça — são um avanço que já deveria ter ocorrido”, completou.

As instituições financeiras de Wall Street têm exigências específicas por regras adicionais para stablecoins, especialmente sobre pagamento de juros. O GENIUS Act, aprovado em julho, proíbe o pagamento de juros em stablecoins com foco em pagamentos. Porém, as moedas provenientes fora do contexto direto de pagamentos ainda podem gerar rendimento via plataformas DeFi ou CeFi.

Entidades do setor bancário, como a American Bankers Association, o Bank Policy Institute e a Consumer Bankers Association, manifestaram preocupação de que esses movimentos podem causar produção de depósitos.

Um estudo do Departamento do Tesouro dos EUA, de abril, estimou um potencial de saída expressiva de depósitos. Segundo o documento, o sistema bancário poderia perder até US$ 6,6 trilhões se as stablecoins permitissem pagamento universal de juros.

Apesar disso, o relatório da Coinbase afirma que esses argumentos ignoram os casos reais de uso das stablecoins. Segundo a empresa, a maior parte da demanda vem de usuários internacionais que buscam “exposição ao dólar”. Nas economias emergentes, as stablecoins são usadas como “meio prático de acesso ao dólar”. Isso serve para enfrentar a desvalorização de moedas locais ou compensar infraestrutura financeira insuficiente.

O estudo também mostrou que cerca de dois terços de todas as transferências com stablecoins ocorrem em finanças descentralizadas (DeFi) e plataformas baseadas em blockchain. A Coinbase explicou que “as stablecoins são um elemento central de uma nova infraestrutura financeira que opera em paralelo, mas de forma independente, ao sistema bancário dos EUA”.

Shirzad reiterou sua posição e afirmou que “embora os bancos possam melhorar seus serviços com stablecoins, tratar stablecoins como ameaça interpretar mal o momento”. Ele concluiu que essas moedas “reforçaram o papel global do dólar e destravam vantagens competitivas que os EUA não deveriam limitar”.

Fontebeincrypto

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