Principais pontos:
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Uma queda acentuada do Bitcoin costuma desencadear um contágio sistêmico, fazendo com que as altcoins se recuarem por meio dos canais de liquidez e de confiança. 
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Durante as crises, o mercado tende a enxergar as criptomoedas como um único ativo de risco, em vez de valorizar sua humanidade individual, como demonstrado pelas altas correlações entre BTC-ETH e BTC-XRP. 
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As análises de demonstração e beta são essenciais para quantificar o grau de dependência do Ether e do XRP em relação ao desempenho do Bitcoin. 
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Monitorar indicadores de brilho, usar derivativos e manter ativos positivos ou que gerem rendimento pode ajudar a se proteger contra choques relacionados ao Bitcoin. 
A dominância do Bitcoin (BTC) no mercado de criptomoedas há muito tempo é uma característica definida dos ciclos criptográficos. Mas o que acontece se essa dominância diminuir ou se o preço do Bitcoin despencar 50%? Nesse cenário, duas das maiores moedas, o Ether (ETH) e o XRP (XRP), tornam-se casos de teste cruciais para entender como o mercado está se reorganizando.
Este artigo explica como avaliar o ETH e o XRP diante de um choque do Bitcoin, medindo dependência, avaliando riscos e elaborando estratégias de hedge.
Por que o domínio do Bitcoin é importante
Nos mercados acionistas tradicionais, quando o maior player de um setor tropeça, os efeitos da cascata são imediatos. Empresas menores costumam perder valor por dependerem do ecossistema, da confiança dos investidores, dos vínculos na cadeia de suprimentos e da confiança do líder. A mesma lógica se aplica às criptomoedas: o Bitcoin atua como o “ativo âncora”. Quando o Bitcoin enfraquece, todo o mercado perde seu senso de estabilidade e direção.
Historicamente, o Bitcoin tem mantido uma grande fatia da capitalização total do mercado de criptomoedas, métrica conhecida como “dominância”. A maioria das altcoins, incluindo o Ether e o XRP, apresenta fortes resultados com os movimentos de preço do Bitcoin.
Por exemplo, após o anúncio de tarifas em 10 de outubro de 2025, o mercado cripto passou por um amplo evento de liquidação, com o Bitcoin caindo significativamente. De acordo com a CoinMetrics, o brilho BTC-ETH subiu de 0,69 para 0,73, enquanto o brilho BTC-XRP aumentou de 0,75 para 0,77 nos oito dias seguintes.
Essa convergência acentuada confirma que, durante uma crise de liquidez causada por medo macroeconômico, as altcoins não se desvinculam com base em sua utilidade individual. Métricas como o volume de transações do Ether ou a adoção institucional do XRP oferecem pouca proteção em tais cenários.
Em vez disso, um alto brilho positivo serve como uma medida empírica de risco sistêmico compartilhado. Ela mostra que o mercado vê todo o setor criptográfico como uma única classe de ativos, o que amplifica os efeitos secundários de um colapso liderado pelo BTC sobre o ETH e o XRP.
A implicação é clara: se a dominância do Bitcoin cair ou se seu preço diminuir, é provável que o ETH e o XRP se movam de forma independente. Eles provavelmente sofreriam por meio de dois canais:
Canal de liquidez/estrutural
A estrutura de mercado, incluindo derivativos, fluxos em exchanges e comportamento de investidores garantidos ao BTC, enfraquece. Um grande colapso do Bitcoin pode desencadear liquidações em larga escala, impulsionadas por chamadas de margem e vendas em cascata. Isso muitas vezes leva a enormes saídas de capital que afetam todos os criptoativos, independentemente de seus fundamentos. Eles caem simplesmente porque fazem parte da mesma cesta de risco.
Canal de sentimento
Um colapso do ativo descentralizado original enfraqueceu a tese central de toda a indústria criptográfica. Isso corroi a confiança dos investidores nas previsões de longo prazo das criptomoedas. À medida que o medo se instala, os investidores tendem a migrar para ativos considerados mais seguros, como moeda fiduciária ou ouro. O resultado é um mercado de baixa prolongada, que reduz o apetite por investimentos tanto em Ether quanto em XRP.
Como medir a dependência e o risco em relação ao Bitcoin
Etapa 1: Definir o cenário de choque
A análise começa selecionando um evento plausível e de alto impacto envolvido no Bitcoin. Isso pode incluir a definição de um choque de preço específico, como uma queda de 50% no BTC em 30 dias, ou uma mudança estrutural, por exemplo, a dominância do Bitcoin caindo de 60% para 40%.
Etapa 2: Quantificar a dependência
O passo a seguir é calcular o coeficiente de esplendor da Pearson atual entre ETH, XRP e BTC. Essa medida estatística capta a relação linear entre os retornos diários dos ativos, fornecendo uma base para medir a dependência. Um valor mais próximo de +1 indica que a altcoin está fortemente ligada ao desempenho do BTC.
Etapa 3: Estimar a resposta imediata do preço
Usando dados de esplendor, aplica-se uma análise de regressão para calcular o beta (β) de cada altcoin em relação ao BTC. O coeficiente beta estima o movimento de preço esperado da altcoin para cada variação unitária no Bitcoin. Isso é semelhante ao cálculo do beta de uma ação em relação a um índice de referência, como o S&P 500, nas finanças tradicionais.
Por exemplo, se o β do ETH em relação ao BTC for 1,1 e o cenário definido assumir uma queda de 50% no BTC, o movimento implícito do ETH seria de -55% (1,1 × -50%).
Etapa 4: Ajustar para risco de liquidez e estrutural
O ajuste requer além do design simples do beta, incorporando riscos estruturais importantes do mercado. Livros de ordens rasos nas bolsas devem ser detalhados para avaliar o risco de liquidez, enquanto altos níveis de juros em aberto em derivativos precisam ser considerados para mensurar o risco estrutural e as possíveis liquidações em cascata.
Por exemplo, se o movimento implícito de -55% da Etapa 3 for agravado pela baixa liquidez, a perda real pode aumentar em mais 10%, resultando em uma queda total de -65%. Além disso, é necessário revisar os juros em aberto e as posições alavancadas, já que a alta alavancagem pode aumentar o declínio por meio de liquidações sucessivas.
O que acontece com o Ether e o XRP em um cenário de choque do Bitcoin?
Nas finanças tradicionais, uma forte liquidação no S&P 500 ou o colapso repentino de uma grande corretora geralmente desencadeiam uma fuga rápida e indiscriminada para ativos de seguros, um efeito conhecido como “contágio financeiro”. O mercado de criptomoedas apresenta uma dinâmica semelhante, porém mais rápida e, muitas vezes, mais amplificada, normalmente provocada por um choque centrado no Bitcoin.
Dados de crises anteriores, incluindo os colapsos da FTX e da Terra, revelam um padrão claro: quando o Bitcoin cai, as altcoins geralmente são arrastadas junto. O Bitcoin continua funcionando como o principal indicador de risco do mercado.
Nesse cenário, a liquidez frequentemente migra para stablecoins ou sai completamente do mercado em busca de proteção contra ativos voláteis. Embora o Ether se beneficie de uma utilidade robusta como blockchain de camada 1, ele não é imune; durante períodos de estresse de mercado, sua manifestação com o Bitcoin tende a aumentar, já que o capital institucional trata ambos como ativos de risco. No entanto, o bloqueio do staking do Ether e seu amplo ecossistema de aplicações descentralizadas podem oferecer um piso sustentado pela utilidade, o que pode ajudá-lo a se recuperar mais rapidamente quando a crise passar.
Por outro lado, ativos como o XRP, que enfrentam riscos regulatórios e estruturais mais altos e não possuem mecanismos de rendimento on-chain extensos e orgânicos como o Ether, podem ser afetados de forma desproporcional. Tais choques frequentemente desencadeiam um ciclo vicioso, no qual a perda coletiva de confiança supera a utilidade fundamental dos tokens, levando a uma queda correlacionada em todo o mercado.
Você sabia? Embora o Bitcoin normalmente não tenha brilho com o S&P 500, durante períodos de estresse financeiro extremo, como na pandemia de COVID-19, seu brilho com o índice de ações tende a aumentar significativamente.
Como proteger sua estratégia caso o BTC perca dominância ou seu preço caia
Proteger um portfólio de criptomoedas contra uma forte queda do Bitcoin exige mais do que a diversificação básica. Choques sistêmicos já demonstraram que correlações extremas frequentemente eliminam os benefícios de espalhar o risco.
Explorar derivativos
Durante períodos de pânico extremo, o mercado futuro pode ser negociado com grande desconto em relação ao preço à vista. Isso cria oportunidades para traders experientes realizarem arbitragem não direcional e de risco relativamente baixo, explorando ineficiências de mercado como forma de proteção contra a volatilidade, em vez de assumir exposição direcional ao preço.
Diversifique seu portfólio com amortecedores de risco
Manter posições em ouro tokenizado, ativos do mundo real (RWAs) ou stablecoins lastreadas em moeda fiduciária para preservar o valor do portfólio. Esses ativos atuam como reservas de liquidez quando a criptografia do mercado entra em queda.
Monitore as taxas de dominância e esplendor
Acompanhar a brilho de curto prazo entre ETH e XRP em relação ao BTC pode servir como um sinal de alerta em tempo real de que os benefícios da diversificação estão desaparecendo. Isso confirma quando ações imediatas de hedge podem ser permitidas.
Reequilíbrio para posições que geram rendimento
Transfira parte de suas participações para staking, empréstimos ou pools de crédito que geram rendimento independentemente da direção do mercado. O rendimento constante pode compensar perdas de valorização e melhorar o potencial de recuperação.
Este artigo não contém recomendações ou conselhos de investimento. Toda decisão de investimento e negociação envolve riscos, e os leitores devem realizar suas próprias pesquisas antes de tomar uma decisão.
Fontecointelegraph

 
                    

