O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve nesta quarta-feira (5) a taxa Selic em 15% ao ano, o maior nível em quase duas décadas. A decisão, que já era esperada pelo mercado, reforça uma postura de política monetária restritiva e indica que os juros devem permanecer altos por um período prolongado.
A manutenção da taxa reflete a preocupação do Banco Central com a inflação persistente e a volatilidade do cenário global. Embora parte dos economistas espere um sinal de flexibilização, o comunicado do Copom manteve o tom cauteloso e indicou que eventuais cortes só deverão ocorrer quando houver segurança quanto à convergência da inflação para a meta.
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O que a Selic representa 15% para o mercado financeiro
Com a Selic manteve-se no maior patamar desde 2006, o custo do crédito segue elevado, o que estimula o consumo e os investimentos produtivos. Por outro lado, as aplicações de renda fixa continuam oferecendo retornos atrativos, o que pode manter o capital concentrado em instrumentos tradicionais de baixo risco.
O prolongamento desse cenário pressionou a bolsa de valores e reduziu o fluxo de capital estrangeiro para ações mais arriscadas. No câmbio, a taxa elevada tende a sustentar o real, uma vez que os juros altos aumentam o interesse em ativos brasileiros denominados na moeda local.
Reflexos no mercado criptográfico
O ambiente de juros aumenta diretamente o apetite por risco dos investidores. Com rendimentos expressivos em renda fixa, parte do capital que poderia migrar para ativos digitais tende a permanecer em aplicações tradicionais. Isso reduz a liquidez disponível para o mercado criptográfico e limita movimentos de alta mais amplos em moedas como o Bitcoin (BTC) e o Ethereum (ETH).
Além disso, uma política monetária restritiva pode manter o dólar sob controle, o que reduz o incentivo dos investidores locais na busca pela exposição cambial via criptoativos. Ainda assim, analistas destacam que os segmentos tendem a se beneficiar em ciclos futuros de afrouxamento monetário, quando a Selic começar a recuar e o capital voltar a buscar alternativas de maior retorno.
Perspectivas para o investidor criptográfico
A decisão do Copom reforça a necessidade de cautela no curto prazo. Com a Selic em 15%, o mercado brasileiro segue com custo de oportunidade elevado, o que pode continuar pressionando a demanda por criptoativos. No entanto, o cenário global de possível redução de juros pelo Federal Reserve no início de 2026 pode abrir espaço para uma retomada do apetite por risco em escalada internacional — movimento que tende a refletir também no mercado local.
Para investidores de longo prazo, o momento atual pode representar oportunidade de reposicionamento estratégico, priorizando diversificação e envio de sinais de política monetária tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
Fontebeincrypto



