<em>Lisa Cameron na sede da ONU em Copenhague, Dinamarca. Fonte: Cointelegraph</em>

Lisa Cameron, ex-parlamentar do Reino Unido e fundadora da UK-US Crypto Alliance, disse ao Cointelegraph que acredita estar em desenvolvimento um “sandbox” conjunto entre os Estados Unidos e o Reino Unido para alinhar seus mercados de criptomoedas.

Em entrevista ao Cointelegraph nos escritórios da ONU em Copenhague, Dinamarca, Cameron afirmou que, segundo o entendimento de sua organização, “haverá um sandbox” resultante de uma colaboração entre os EUA e o Reino Unido. Ela acrescentou que a UK-US Crypto Alliance está “muito liberada com esse potencial”.

Cameron afirmou que a Crypto Alliance Reino Unido-EUA chegou a essa conclusão após conversas com senadores norte-americanos e membros da Força-Tarefa de Criptoativos da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC). Segundo ela, o objetivo do sandbox seria “ajustar questões relacionadas ao passaporte regulatório” para licenças de criptografia entre o Reino Unido e os EUA.

“Muitas das organizações com as quais tenho conversado gostariam de uma explicação regulatória que permitisse o passaporte entre o Reino Unido e os EUA, e acredito que isso também poderia beneficiar a União Europeia”, disse.

Lisa Cameron é sede da ONU em Copenhague, Dinamarca. Fonte: Cointelegraph

Uma colaboração em andamento

A regulamentação da criptografia parece estar ganhando força no Reino Unido. Na segunda-feira, o Banco da Inglaterra publicou um documento de consulta propondo uma estrutura regulatória para stablecoins. O novo modelo regulamentado como “stablecoins sistêmicos” é indicado em libra extremamente usada em pagamentos, de forma semelhante ao GENIUS Act dos EUA.

A declaração segue relatos recentes de que autoridades do Tesouro dos EUA e do Reino Unido realizaram uma força-tarefa transatlântica para explorar “colaborações de curto e médio prazo em ativos digitais”. Em meados de setembro, também foi informado que Reino Unido e EUA estavam se preparando para divulgar a cooperação em ativos digitais.

Na época, relatórios indicaram que o Reino Unido buscava adotar uma postura pró-cripto semelhante à administração Trump. Ainda em setembro, grupos comerciais britânicos pediram ao governo do Reino Unido que incluísse a tecnologia blockchain na tecnologia “Tech Bridge” com os Estados Unidos.

O Reino Unido corre o risco de ficar para trás

Cameron afirmou estar preocupado com o fato de “ter uma janela de oportunidade que pode se fechar”, e destacou a necessidade de o Reino Unido agir com rapidez e inteligência. Ela acredita que a regulamentação das criptomoedas não tem uma prioridade política que deveria.

“Preocupa-me, assim como muitos no setor, que as empresas estão optando por deixar o Reino Unido (…) e também por se mudarem para outras jurisdições porque não sentem que há apoio suficiente, nem mesmo na fase inicial de startups”, disse.

Cameron acrescentou que a postura assertiva dos EUA em relação às políticas para o setor aumentou a urgência de o Reino Unido agir rapidamente. “Acredito que, agora que os EUA têm sido muito claros e diretos em sua direção política em relação às tecnologias emergentes de ponta, o Reino Unido não tem tempo a perder e deve agir com rapidez.”