Em resumo
- Um cidadão peruano foi preso no Brasil depois que o rastreamento de criptografia expôs suas supostas ligações com redes de material de abuso sexual infantil na dark web hospedadas na Alemanha.
- A rede hospedou mais de 21 mil vídeos ilegais, vistos quase 900 mil vezes, com assinaturas custando apenas US$ 10.
- “Ao seguir o dinheiro, os investigadores conseguiram conectar identidades digitais fragmentadas”, disse Ari Redbord, do TRM Labs, ao Decrypt.
A inteligência Blockchain ajudou a quebrar uma das maiores redes de material de abuso sexual infantil do mundo, levando à prisão de seu suposto administrador no Brasil e à apreensão de plataformas dark web que atendiam mais de 350.000 usuários em todo o mundo.
A operação conjunta das autoridades dos Estados Unidos, Alemanha e Brasil baseou-se no rastreamento de criptografia para identificar um cidadão peruano que supostamente usou misturadores e múltiplas carteiras para esconder seus rastros financeiros, de acordo com um relatório do TRM Labs.
A Polícia Federal brasileira prendeu o cidadão peruano em setembro, após uma operação de rastreamento de criptografia liderada pelo TRM Labs, encontrando material de abuso sexual infantil durante a busca, disse o relatório.
As plataformas apreendidas tinham mais de 350 mil usuários, oferecendo 21 mil vídeos ilícitos, totalizando cerca de 660 horas e quase 900 mil visualizações, com assinaturas a partir de apenas US$ 10.
O suposto administrador supostamente administrava as plataformas dark web Videos Yad e Videos Sebick, hospedadas em servidores alemães que as autoridades posteriormente fecharam e substituíram por avisos oficiais de apreensão do Departamento de Polícia Criminal do Estado da Baviera.
O suspeito supostamente operava vários sites sob identidades falsas, usando mixers, numerosos carteirase contas de terceiros para ocultar pagamentos, mas a análise do TRM Labs encontrou informações compartilhadas blockchain infra-estrutura que liga as antigas e as novas plataformas.
Investigadores que trabalham com a polícia brasileira rastrearam pagamentos de clientes por meio de intermediários até saques finais em exchanges de criptomoedas brasileiras, revelando infraestrutura compartilhada entre os sites.
Este rasto digital em papel revelou-se decisivo depois de a rede ter funcionado sem ser detectada durante anos.
“A necessidade desta informação na rede para desmascarar o alegado administrador sublinha o valor investigativo da base de dados de inteligência financeira do TRM relacionada com CSAM”, observou o relatório.
“Este caso demonstra como a inteligência blockchain pode desempenhar um papel decisivo na proteção dos mais vulneráveis”, disse Ari Redbord, vice-presidente e chefe global de política e assuntos governamentais do TRM Labs. Descriptografar. “Ao seguir o dinheiro, os investigadores conseguiram conectar identidades digitais fragmentadas, expor uma rede criminosa transnacional e pôr fim a uma operação de longa duração”.
Alianças contra a exploração
Autoridades e empresas de blockchain estão intensificando esforços conjuntos para desmantelar redes de exploração infantil habilitadas para criptografia.
Em junho, a Elliptic se juntou à Internet Watch Foundation para receber alertas ao vivo sobre transações criptográficas vinculadas a material de abuso infantil, com o relatório de 2024 da IWF mostrando a criptografia como o principal método de pagamento nesses sites, aparecendo em 60,87% dos URLs que oferecem opções de pagamento.
“A colaboração público-privada continua a ser vital no combate à exploração infantil online”, disse Redbord. “Estes casos atravessam fronteiras, plataformas e moedas – e é apenas através de parcerias como esta que podemos proporcionar um impacto significativo.”
Repressão ao crime criptográfico
A operação faz parte de um esforço global crescente para responsabilizar os intermediários de criptografia por permitirem o financiamento ilícito, desde a exploração infantil até o ransomware.
No mês passado, o FINTRAC do Canadá impôs uma multa recorde de US$ 126 milhões à Cryptomus por não relatar milhares de transações suspeitas ligadas à exploração infantil, ransomware e evasão de sanções.
A Europol apreendeu recentemente 330.000 dólares em criptomoedas e prendeu sete pessoas ligadas a uma rede letã de crimes cibernéticos que utilizou 1.200 dispositivos SIM box para crimes, incluindo a distribuição de material de abuso infantil.
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Fontedecrypt




