Decrypt avatar

Um padrão histórico que relaciona os ralis do dólar americano aos topos do mercado de Bitcoin tem dividido os investidores de um lado, os que acreditam nos ciclos de quatro anos da criptomoeda; de outro, as instituições que continuam acumulando BTC. O resultado é um impasse sobre o que esperar do futuro de curto e médio prazo do ativo.

Por um lado, os veteranos do mercado criptográfico e as baleias venderam suas posições e apostaram na queda, convicção à teoria cíclica do mercado. Além disso, as instituições continuam comprando Bitcoin em ritmo recorde — seja por meio de ETFs à vista, seja para compensar as reservas de suas tesourarias corporativas.

Esses investidores apostaram na chamada “debasement trade”, ou seja, na desvalorização do dólar americano e na consequente migração de capital para ativos considerados reserva de valor, como o ouro e o próprio Bitcoin.

A influência do dólar sobre o Bitcoin

Assim como outros ativos de risco, o Bitcoin é sensível às mudanças macroeconômicas e de política monetária. Um forte dólar tende a atrair investidores para ativos seguros, como títulos públicos, o que normalmente provoca queda em ações e criptomoedas.

“Para mim, o gráfico mais importante é este”, escreveu Jamie Coutts, analista-chefe de criptografia da Realvision, em uma postagem na quarta-feira (29). Ele destacou que a força do índice do dólar (DXY) tem marcada de forma consistente os picos dos ciclos do Bitcoin.

Em cada ciclo, o DXY tende a se consolidar e depois romper para cima, diminuindo força do dólar — e coincidindo com os topos do Bitcoin. Com algumas abordagens, o índice tem permanecido abaixo do nível psicológico de 100 desde o segundo trimestre de 2025.

Coutts não afirmou diretamente que o Bitcoin está se formando um topo, mas deixou uma dúvida no ar: “A história vai se repetir?”

O Bitcoin está se formando um topo?

Apesar do precedente histórico, o brilho inverso entre o dólar e o Bitcoin “se sustenta em menos de 30% das vezes”, informou Derek Lim, chefe de pesquisa da Caladan, uma empresa de criação de mercado de criptomoedas, em entrevista ao Decrypt.

Lim destacou que a entrada de capital institucional mudou completamente a dinâmica do mercado:

“Os US$ 150 a 170 bilhões em ETFs à vista não existiam em 2021”, disse ele, apontando que o mercado agora está dominado por investidores de longo prazo menos sensível ao preço.

Segundo o analista, a volatilidade diária caiu 57% — de 4,2% antes dos ETFs para 1,8% depois — evidenciando uma base mais estável.

Além disso, o contexto macroeconómico é bem diferente dos ciclos anteriores. Entre 2021 e 2022, o Federal Reserve elevou os juros nove vezes consecutivas, totalizando 525 pontos-base. Agora, com o início de um ciclo de cortes, a pressão do dólar tende a ser menor.

Lim não descarta uma correção se o dólar voltar a ganhar força:

“Se o DXY subir de 98,67 para 105–108, a expansão histórica sugere uma correção de 15% a 25% no Bitcoin”, disse, o que colocaria o preço entre US$ 85 mil e US$ 95 mil — abrindo espaço para compras institucionais “agressivas”.

Mesmo com esse risco, Lim mantém uma visão moderadamente otimista para o quarto trimestre, projetando decisões em torno de US$ 110 mil, seguidas de uma alta para US$ 125 mil ou US$ 135 mil antes do fim de 2025.

Uma visão otimista é sustentada por um cenário macro mais favorável — com o Fed adotando uma postura mais branda — e por fatores fundamentais como a deficiência de oferta causada pela acumulação via ETFs e a expectativa de uma fraqueza prolongada do dólar americano.

* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

  • No MB, a sua indicação vale Bitcoin para você e seus amigos. Para cada amigo que abrir uma conta e investir, você ganhará recompensas exclusivas. Saiba mais!



Fonteportaldobitcoin

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *