Minerar um único Bitcoin no Brasil custa, em média, US$ 99.310 (cerca de R$ 535 mil) apenas em energia elétrica, segundo um levantamento do site NFT Evening. Isso coloca o país praticamente numa mídia global, onde existem locais cujo custo é de pouco mais de US$ 1 mil, enquanto em outros beira US$ 320 mil.
Com isso, o custo de minerar um Bitcoin no Brasil está muito próximo do preço atual da criptomoeda, que gira em torno de US$ 111 mil. Ou seja, na prática, um minerador brasileiro gastaria quase o mesmo valor que eventualmente poderia ganhar, tornando a operação economicamente pouco atraente.
A mineração de Bitcoin é o processo pelo qual novos blocos são adicionados à blockchain e novas moedas são emitidas. Para isso, computadores especializados — conhecidos como ASICs — realizam cálculos complexos que consomem grandes quantidades de eletricidade. É esse consumo intenso de energia, somado ao aumento da dificuldade da rede e ao custo local de eletricidade, que definem o quão rentável ou inviável pode ser minerar uma criptomoeda em cada região.
O estudo da NFT Evening analisou 142 países com base no custo médio de eletricidade residencial (em dólares por quilowatt-hora). Foram considerados diversos modelos de equipamentos de mineração, com diferentes taxas de hash e consumos energéticos, além da dificuldade da rede Bitcoin. Com isso, o cálculo estimou o custo médio em dólares para minerar 1 BTC em cada país, revelando um panorama global bastante desigual.
É preciso lembrar, porém, que esses números mudam constantemente. A dificuldade da rede — que mede o quão complexo é minerar um bloco — é ajustada automaticamente a cada duas semanas, de acordo com o volume de mineradores ativos no sistema. Além disso, minerar sozinho, por exemplo, pode ser mais custoso por conta da dificuldade de se competir com piscinas que são mais rápidas e potentes, que são quem consegue fechar os blocos normalmente.
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Da mesma forma, o custo de energia elétrica varia ao longo do tempo, afetado por fatores sazonais e políticas locais. No Brasil, por exemplo, o sistema de bandeiras tarifárias faz com que o preço da energia mude de acordo com as condições de geração — ficando mais caro em períodos de seca, quando há menor oferta de energia hidrelétrica.
Outros países também aplicam mecanismos semelhantes, como sobretaxas em horários de pico ou variações regionais de custo, o que faz com que a rentabilidade da mineração nunca seja totalmente estável.
Onde é mais caro e onde é mais barato minerar um Bitcoin
O levantamento mostrou que os países europeus lideram a lista dos mais caros do mundo para minerar Bitcoin. Na Irlanda, o custo chega a US$ 321 mil, cerca de três vezes o preço da própria criptomoeda.
Na sequência vêm Cazaquistão (US$ 324 mil), Itália (US$ 306 mil) e Suíça (US$ 236 mil), todos em patamares que tornam uma atividade completamente inviável do ponto de vista econômico. Outros países como França (US$ 190 mil), Estônia (US$ 189 mil) e Austrália (US$ 180 mil) também figuram entre os mais caros.
Já no extremo oposto, as nações africanas e asiáticas parecem as mais baratas. No Irã, minerar um Bitcoin custa apenas US$ 1.320, cerca de 75 vezes menos que no Brasil. Etiópia (US$ 1.990), Sudão e Cuba (US$ 3.970) e Líbia (US$ 5.290) completam o grupo dos países onde a energia é extremamente acessível.
Nesses locais, subsídios governamentais, abundância de recursos energéticos e menor carga tributária tornam o processo altamente competitivo, embora algumas restrições ou controles estatais sobre a atividade sejam mantidos.
A diferença de custos também reflete a natureza da matriz energética e da política de subsídios. Enquanto países como o Brasil possuem uma mistura de fontes limpas, mas com tarifas elevadas e impostos embutidos, outros mercados emergentes oferecem energia barata e, em alguns casos, até clandestina.
Por isso, o mesmo Bitcoin que custa US$ 110 mil para ser minerado no Brasil pode ser gerado por menos de US$ 2 mil em países africanos ou asiáticos.
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Fonteportaldobitcoin