Resumo da notícia:
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Um levantamento da B3 revelou que o ETF multiativos HASH11 foi o fundo de índice de criptomoedas mais rentável dos últimos 12 meses, com uma valorização de 95,6%.
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ETFs de ativo único, como os de Bitcoin (QBTC11, BITH11), seguiram de perto, com uma rentabilidade média de 92,5%, enquanto fundos de Ether (ETH) e Solana (SOL) também figuraram entre os dez mais rentáveis.
O lançamento dos ETFs de Bitcoin (BTC) e Ether (ETH) nos Estados Unidos em 2024 foi um dos principais exemplos do atual mercado de alta das criptomoedas. Os ETFs, ou fundos de índice, são produtos de investimento negociados em bolsa de valores, de forma semelhante às ações.
Ao facilitar o acesso e a exposição aos dois principais ativos do mercado para os investidores americanos, os ETFs desenvolvidos para a expansão acelerada do mercado criptográfico.
O lançamento dos ETFs nos Estados Unidos foi decisivo para que o preço do Bitcoin atingisse uma valorização de mais de 600% em relação às mínimas do mercado de baixa de 2022, enquanto o preço do Ether subiu em cerca de 260% no mesmo período.
A capitalização total do mercado de criptomoedas, por sua vez, subiu de US$ 842 bilhões em novembro de 2022 para mais de US$ 4 trilhões três anos depois, de acordo com dados da CoinGecko.
Um relatório recente da CoinShares revela que o total de ativos sob gestão de fundos de índice negociados em bolsa atingiu o máximo histórico de US$ 254 bilhões na semana passada.
Embora representem uma parcela pequena da capitalização total do mercado, os ETFs foram fundamentais para consolidar as criptomoedas como uma “classe de ações estratégicas nos maiores portfólios do mundo”, destaca Ana de Mattos, analista de criptoativos associada à exchange Ripio, em um estudo sobre o mercado brasileiro de ETFs publicado pela B3:
“A expansão do mercado de criptoativos está sendo impulsionada por duas frentes de adoção, distintas, mas complementares. De um lado, a adoção ‘de base’, que usa criptografia para resolver problemas do dia a dia. Do outro, uma crescente institucionalização, guiada por Wall Street e por maior clareza regulatória.”
Apesar de serem um aspecto recente no mercado americano, os ETFs de criptomoedas já são negociados desde 2021 na B3, a bolsa brasileira. Ao contrário dos Estados Unidos, onde até pouco tempo os únicos ETFs disponíveis ofereceram exposição a um único ativo, no Brasil a Hashdex optou por lançar um fundo de índice composto por uma cesta contendo as principais criptomoedas por capitalização de mercado.
Na ocasião, uma aposta foi recebida com ceticismo pelo mercado, como lembrou Samir Kerbage, diretor de investimentos da Hashdex, na edição mais recente do boletim “Notas do CIO”:
“Quando lançamos o primeiro ETF de índice criptográfico do mundo em 2021, muitos duvidaram que o investimento passivo poderia ter um papel relevante no mercado. Naquela época, o mercado era dominado por produtos de exposição direta a Bitcoin ou por fundos ativos tentando cronometrar ciclos.”
O tempo mostrou que não foi apenas uma escolha acertada em termos de produto como também muito bem-sucedida no quesito investimento.
Desde seu lançamento em abril de 2021, o Hashdex Nasdaq Crypto Index (HASH11) se consolidou como um dos principais ETFs da B3, com R$ 4,18 bilhões em ativos sob gestão. No período de um ano, é também o ETF que acumula maior valorização entre os produtos de investimento em criptomoedas negociados na bolsa brasileira.
Desempenho dos ETFs de criptomoedas na B3
Um levantamento da Elos Ayta Consultoria encomendado pela B3 divulgado esta semana revela que o HASH11 acumulou ganhos de 95,6% em 12 meses. “Se um investidor havia alocado R$ 1 mil no ativo um ano atrás, hoje teria R$ 1.957 em sua carteira de investimento”, destaca o estudo.
“A história mostra que, quando surgem novas classes de ativos, os produtos baseados em índices costumam se tornar os blocos fundamentais para alocação de portfólio”, afirma Kerbage. “À medida que a regulação madura e a demanda institucional aumentam, produtos diversificados por índice começam a definir como os investidores se expõem às criptomoedas.”
Atrelado ao Nasdaq Crypto Index (NCI), o HASH11 foi projetado para refletir globalmente o mercado de criptoativos por meio da exposição a 8 ativos. Kerbage destaca que a exposição a fundos de índice oferece diversificação de forma simplificada:
“ETFs baseados em índice tornam o acesso a criptografia simples, transparente e eficiente em custos. Eles construíram a complexidade de gerenciamento de carteiras, custódia ou relatório tributário, ao mesmo tempo em que entregam a exposição central que os investidores buscam.”
Após o HASH11, três ETFs atrelados ao Bitcoin ocuparam as posições subsequentes no ranking. Com uma valorização média de 92,5%, o QBTC11, da QR Asset, o BITH11, da Hashdex, e o BITI11, do Itaú oferecem aos investidores segurança e rentabilidade, com menor risco e volatilidade específicas do benchmark do mercado de criptomoedas.
A quinta colocação cabe ao Empiricus Teva Criptomoedas Top 20 (CRPT11), um ETF da Empiricus Gestão atrelado às 20 maiores criptomoedas em capitalização de mercado. O CRPT11 acumula ganhos de 86,4% nos últimos 12 meses.
Na sequência, vêm os ETFs de Ether da QR Asset e da Hashdex, com valorização de 86,1% e 84,3%, respectivamente. A oitava posição é ocupada pela WEB3 da Hashdex, atrelada a uma cesta de tokens de plataformas de contratos inteligentes, com uma alta de 65%.
Os ETFs de Solana (SOL) da Hashdex (SOLH11) e da QR Asset (QSOL11) completaram o top 10, com ganhos de 61,2% e 60,3%, respectivamente. Confira a lista completa abaixo.
Conforme noticiado recentemente pelo Cointelegraph Brasil, a Hashdex acaba de ampliar a cesta de ativos que compõem o Hashdex Nasdaq Crypto Index US, versão americana do HASH11.
Depois que a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA flexibilizou as regras para aprovação de ETFs de criptomoedas nos EUA, a gestora brasileira adicionou (XRP), Solana, Cardano (ADA) e Stellar (XLM) a uma cesta que até então era composta apenas por Bitcoin e Éter.
Este artigo não contém conselhos ou recomendações de investimento. Todo investimento e negociação envolve riscos, e os leitores devem conduzir sua própria pesquisa ao tomar uma decisão.
Fontecointelegraph