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Um tema recorrente na criptografia é que os detentores de tokens continuam descobrindo que não têm os mesmos direitos de proteção que os acionistas.
As proteções legais tornam as fusões e aquisições um processo tranquilo. Por exemplo, se a BigCo adquirir a LittleCo por US$ 1 por ação, as pessoas que possuem as ações da LittleCo deverão receber US$ 1 por ação. O adquirente está comprando a empresa, e as ações são a empresa, então os acionistas são comprados. Nenhum investidor fica para trás. Há exceções, mas geralmente “supõe-se” que seja assim que funciona sob as leis financeiras tradicionais.
A Cryptoland, entretanto, tem suas próprias regras.
Existem vários esforços para mitigar este problema, como os mercados futarquia do MetaDAO ou os relatórios Blockworks Token Transparency. Mas o padrão por enquanto é apenas vibrar no Twitter.
Bomba adquire Padre
A Pump anunciou a aquisição do Padre na última sexta-feira. Padre é um terminal de negociação com cerca de 4% de participação de mercado na Solana (também está na Rede BNB, Base e Ethereum).
Padre também possui um token PADRE próprio. Por que um terminal comercial possui um token? Não sei. O token confere descontos em taxas e acesso a recursos, o que é bom, mas não é o mesmo que “possuir o Padre”, que é uma coisa diferente.
Infelizmente para os investidores do PADRE que arrecadaram cerca de US$ 1,7 milhão na Fjord Foundry há 19 meses, esse token “não terá mais utilidade na plataforma sem planos adicionais para o futuro”, conforme anúncio de aquisição da Pump.
Fonte: X
Os detentores de tokens PADRE ficaram chateados e surgiram reclamações sobre o rugging clássico, com alguns alegando que a equipe estava banindo usuários do Discord por falarem coisas indizíveis sobre direitos de propriedade.
Você pode ver abaixo que o preço do PADRE despencou 80% momentos após a aquisição ser tornada pública.
Isso não aconteceria em um universo alternativo onde os tokens criptográficos fossem governados pelas mesmas leis do TradFi.
Mas na criptolândia, se o token que você possui é adjacente à empresa que foi comprada, e esse token não lhe dá consideração em dinheiro, então a coisa racional a fazer para o detentor do PADRE, ao saber sua adjacência, é ser extremamente adjacente e vender.
De qualquer forma, a confusão no Twitter parece ter levado as equipes a agir.
Ainda esta manhã, Padre anunciou que os detentores de tokens PADRE serão compensados com tokens PUMP, com base em um instantâneo de sexta-feira, 24 de outubro de 2025.
Legal! Esta é a parte em que a governança da criptografia às vezes é benevolente.
Ainda assim, há um problema de avaliação. Se a Pump comprou o Padre por, digamos, US$ 40 milhões, e o valor do PADRE no momento fosse de aproximadamente US$ 5 milhões, então a compensação dos detentores de tokens no mercado seria de apenas aproximadamente 13% do que eles teriam obtido de acordo com o valor patrimonial implícito do negócio.
Os acionistas teriam recebido US$ 40 milhões pro rata, como aponta a StrategicHash.
Tornar os titulares do PADRE “inteiros” ao preço pré-anunciado é melhor do que nada, suponho, mas também não é o mesmo que pagá-los como se fossem donos da empresa, porque não são.
Você pode pensar na troca da Pump como um gesto de boa vontade, ou mesmo uma estratégia de retenção de clientes (Padre), como se a United Airlines lhe desse 1.600 milhas pelo cancelamento de seu voo. Mas não é um pagamento legal.
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Fonteblockworks



