Análise

Resumo da notícia

  • O Bitcoin segue ganhando espaço como reserva de valor, com projeção de atingir 14% do mercado do ouro até 2026.

  • Stablecoins, ETFs e tokenização avançaram como pilares estruturais, atraindo capital institucional e novos casos de uso.

  • IA e mercados preditivos surgem como de crescimento, ampliando a utilidade do ecossistema cripto além da especulação.

O Mercado Bitcoin anunciou nesta segunda-feira, 29, o lançamento de um e-book chamado “Tendências 2026: 6 teses do mercado criptográfico para você organizar seus investimentos”. Nele, a plataforma reúne seis temas promissores, incluindo o avanço do Bitcoin, a expansão das stablecoins, o crescimento dos ETFs de altcoins e o aumento do volume de ativos tokenizados.

“Vemos uma adoção institucional mais madura, tecnologias que destravam novos fluxos de capital e produtos que conectam o mercado criptográfico de forma mais direta ao sistema financeiro tradicional. O resultado é um ecossistema maior, mais eficiente e com impacto cada vez mais mensurável no sistema financeiro global”, afirma Fabrício Tota, VP de Negócios Cripto do MB | MercadoBitcoin.

A leitura do estudo indica que o mercado criptográfico amadureceu e deixou de ser apenas um ambiente de apostas de curto prazo, passando a se integrar, de forma gradual, ao sistema financeiro global. Isso não significa ausência de riscos, mas indica que as forças que moldam os preços agora são mais estruturais, ligadas à adoção institucional, regulação, infraestrutura e novos casos de uso.

Diante disso, o relatório aponta 6 tendências que devem dominar o mercado em 2026

1) O Bitcoin alcançará pelo menos 14% do mercado do ouro

O Bitcoin vem se consolidando como uma alternativa moderna de reserva de valor e ganha espaço justamente onde o nosso encontra limitações. Enquanto o metal depende de transporte, custódia e toda a estrutura física que o acompanha, o Bitcoin é nativo digital, acessível e extremamente ágil. Pode ser enviado a qualquer momento, sem fronteiras, e armazenado pelo próprio investidor.

Essa troca de eficiência e simplicidade ajuda a contribuir para a participação da criptomoeda em um mercado historicamente dominado pelo ouro. Diante disso, o MB estima que o Bitcoin alcance ao menos 14% da capitalização do ouro até 2026, mais que o dobro da fatia atual, em torno de 6%

2) Mercado de stablecoins alcançará meio trilhão de dólares

Conhecidas por conectar o dinheiro tradicional ao universo criptográfico, as stablecoins ampliam seus usos, atuando como meio de pagamento e permitindo a transferência de recursos em segundos entre pessoas e empresas em diversos países.

Esse movimento fez com que, entre 2024 e 2025, o mercado de stablecoins deixou de depender dos ciclos da criptografia e passou a crescer por própria força, tanto que o volume total do ativo transacionado por investidores triplicou no último ano, segundo o MB | MercadoBitcoin.

A tendência apontada pelo relatório da plataforma segue na mesma direção, estimando que a categoria chegue a cerca de US$ 500 bilhões em 2026, um crescimento de mais de 60% em relação aos níveis atuais, favorecida pela regulação nos EUA, pela ampliação dos casos de uso e pela adoção global.

A partir do final de 2025, os Estados Unidos aprovaram ETFs de criptoativos além de Bitcoin e Ethereum, depois que a Comissão de Valores Mobiliários deu sinal verde para esse tipo de produto. Com isso, ETFs de XRP, LINK, LTC, DOGE, SOL e outros passaram a chegar ao mercado.

Hoje, os fundos de XRP já somam cerca de US$ 1 bilhão sob gestão, enquanto os de Solana alcançam aproximadamente US$ 600 milhões. Incluindo os produtos menores, o segmento movimentado perto de US$1,8 bilhão.

De acordo com o Relatório de tendências para 2026, do MB, esse mercado deve chegar a US$ 10 bilhões até o fim do próximo ano, mais de cinco vezes o tamanho atual, impulsionado principalmente por XRP e Solana, que tende a responder por cerca de 80% das entradas.

4) O volume de ativos tokenizados vai aumentar em 200%

O modelo de tokenização já é aplicado em setores como imóveis, crédito corporativo, títulos públicos e outros, permitindo que um ativo se transforme em um token negociável a qualquer momento, com liquidação rápida e total rastreabilidade.

Em 2025, a União Europeia avançou na regulação de tokenização para permitir que os bancos operassem volumes maiores em redes permissionadas. Nos Estados Unidos, a blockchain passou a ser reconhecida como um meio válido para registrador e transferência de ativos tokenizados, destravando projetos que estavam parados.

E no Brasil, o número de investidores em Renda Fixa Digital cresceu 12,5%, de acordo com dados do MB | MercadoBitcoin. Com esses avanços, a expectativa é que o volume global de ativos tokenizados aumente 200% em 2026 e ultrapasse US$ 54 bilhões.

5) Mercados preditivos serão o de maior crescimento no mundo criptográfico

Os mercados preditivos, que permitem negociar probabilidades de eventos futuros como eleições, resultados esportivos ou indicadores econômicos, refletem o consenso coletivo sobre o que tem maior chance de ocorrer. A projeção é que o capital alocado no setor, somando valor trabalhado em plataformas on-chain e posições em aberto em mercados regulamentados, alcance pelo menos US$ 20 bilhões até o final de 2026, um crescimento superior a 25 vezes em relação a 2025.

Para Tota, “o avanço exponencial está ligado a importantes situações: em 2026, teremos grandes eventos, como a Copa do Mundo e eleições presidenciais em vários países, inclusive no Brasil, além do fortalecimento de novos mercados de previsão, como os climáticos e de entretenimento, que reforçam a expansão desse segmento”.

6) Volume negociado por agentes de IA vai quadruplicar

A integração de IA em blockchains deixou de ser uma tendência isolada e se consolidou como um movimento estratégico para os próximos anos, impulsionado pela necessidade de agentes identificáveis, capazes de ter seu histórico acessado, e aptos a realizar micropagamentos via blockchain.

Padrões como o x402 e o ERC-8004 já buscam atender a esses requisitos e, mesmo ainda recentes, devem levar o volume transacionado a além de US$ 1 milhão até o final de 2026, mais de quatro vezes o nível atual.

O VP de Negócios Cripto do MB destaca: “essa tecnologia viabiliza micropagamentos rápidos e seguros para notícias, jogos, conteúdo digital, trading on-chain e serviços de IA, aumentando receitas, retornos intermediários e tornando as blockchains mais eficientes”.

Fontecointelegraph

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