O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, fará um discurso sobre Perspectivas Econômicas e Política Monetária na Reunião Anual da National Associations for Business Economics (NABE) em Filadélfia, hoje (14). Com a paralisação do governo dos EUA além da divulgação de dados importantes, os comentários de Powell podem influenciar a valorização do US$ no curto prazo.
Embora os comentários recentes de autoridades do Fed tenham sido variados, a ferramenta CME FedWatch mostra que os mercados estão atualmente precificando totalmente um corte de 25 pontos-base (bps) na taxa em outubro e veem uma probabilidade de quase 90% de mais um corte de 25 bps em dezembro.
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O governador do Fed, Michael Barr, afirmou que é cético quanto à capacidade do Fed de ignorar a inflação impulsionada pelas tarifas e declarou que a meta de inflação enfrentará riscos significativos. Ele acrescentou que alguns fatores podem mitigar esses riscos. Da mesma forma, o presidente do Fed de St. Louis, Alberto Musalem, argumentou que será difícil para o Fed responder às flutuações de curto prazo no mercado de trabalho se as expectativas de inflação se desancorarem.
Em uma nota mais pacífica, a presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, comentou que a inflação foi muito menor do que se temia e disse que o enfraquecimento do mercado de trabalho parece preocupante se não gerenciarem os riscos. Além disso, a presidente do Fed da Filadélfia, Anna Paulson, afirmou em seu primeiro discurso público que não espera que as tarifas causem inflação sustentada e acrescentou que vê os riscos no mercado de trabalho aumentando.
Se Powell sugeriu que será necessário continuar a flexibilizar a política em resposta ao agravamento das condições no mercado de trabalho, o US$ pode ter dificuldade em encontrar demanda. No entanto, o posicionamento do mercado sugere que o US$ não tem muito espaço para queda, mesmo que um corte de impostos em dezembro já esteja totalmente precificado.
Por outro lado, o US$ pode continuar a superar suas rivais se Powell adotar um tom cauteloso sobre cortes de impostos, citando a incerteza criada pela falta de dados importantes de inflação e emprego, bem como a possibilidade de reescalada do conflito comercial entre EUA e China.
E como isso reflete no mercado brasileiro?
Para o mercado brasileiro, o discurso de Powell pode ter reflexos diretos na cotação do real e na política monetária local. Um tom mais conservador do Fed, com menor probabilidade de cortes adicionais, tende a fortalecer o dólar, pressionando a taxa de câmbio e encarecendo. Isso pode levar o Banco Central do Brasil a manter uma postura mais cautelosa quanto às novas cortes da Selic. Por outro lado, se o discurso reforçar o ciclo de afrouxamento nos Estados Unidos, o real pode se valorizar, aliviando a inflação e abrindo espaço para ajustes mais rápidos no país.
Fontebeincrypto