Os volumes de liquidação de stablecoins aumentaram expressivamente este ano. O valor subiu 70%, indo de US$ 6 bilhões em fevereiro para mais de US$ 10 bilhões até agosto de 2025.
De acordo com um relatório da Artemis, o aumento reflete como os dólares digitais estão saindo do mercado de negociações e entrando no comércio convencional, com as transferências entre empresas emergentes como o principal motor de crescimento.
Transações B2B impulsionam crescimento
Os dados da Artemis mostram que o uso corporativo de stablecoins agora representa quase dois terços dos pagamentos totais.
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Segundo a empresa, o volume mensal de B2B mais que dobrou desde fevereiro, subindo 113% para cerca de US$ 6,4 bilhões. A expansão elevou o valor acumulado dos pagamentos com stablecoins desde 2023 para mais de US$ 136 bilhões, indicando que o dinheiro on-chain não é mais uma ferramenta de liquidação de nicho.
Enquanto isso, os canais de consumo seguem a mesma trajetória de crescimento.
Os pagamentos criptográficos baseados em cartões aumentaram cerca de 36%, enquanto as transações de empresa para consumidor subiram 32%. O pré-financiamento, frequentemente usado pelos comerciantes para manter a liquidez instantânea, também saltou 61% durante o período de análise.
David Alexander, sócio da empresa de capital de risco Anagram, afirmou que os números mostrados como a liquidez on-chain estão sendo transformados em dinheiro utilizável no mundo real. Para contextualizar, ele informou que os pagamentos com cartões criptografados agora processam mais de US$ 1,5 bilhão a cada mês, um aumento de 50% no acumulado do ano.
Ele destacou que esses mecanismos permitem que os usuários obtenham rendimentos sobre ativos ociosos por meio de protocolos de finanças descentralizadas (DeFi) e, em seguida, gastem esses ativos em tempo real.
Esse fluxo contínuo efetivamente converte a liquidez baseada em blockchain em dinheiro utilizável, unindo as oportunidades de rendimento do DeFi com a familiaridade das redes de pagamento tradicionais.
“Um dos primeiros casos de uso para stablecoins foi simples transferências peer-to-peer. O apelo era enviar dinheiro mais rápido e mais barato, tornando o fiat mais acessível, especialmente para regiões com acesso limitado às formas tradicionais de banco. Mas é aí que o caminho do dinheiro on-chain tradicionalmente terminava: os usuários não podiam gastá-lo off-chain. Agora, esse mesmo dinheiro evoluiu para capital programável: ativos que vivem on-chain, geram rendimento e funcionam como equivalentes diretos aos instrumentos de pagamento tradicionais, utilizáveis em qualquer lugar do mundo”, disse Alexander.
Adesão de stablecoins cresce no Brasil
O mercado brasileiro de stablecoins atreladas ao real também tem crescido rapidamente, impulsionado pela busca por alternativas digitais de liquidez e proteção cambial. Além da Crown, que estreou no país com o BRLV, uma stablecoin 100% lastreada em títulos públicos federais e reforçada por um transporte de US$ 8,1 milhões, outras iniciativas também ganham destaque.
A BRZ, da Transfero Swiss, consolida-se como a mais antiga e utilizada; a BRLA, da Avenia, tem lastro no Tesouro Selic; a BRL1, lançada pela Foxbit, Mercado Bitcoin, Bitso e Cainvest, busca interoperabilidade entre exchanges; e a BBRL, do Grupo Braza, segue o modelo de lastro integral em títulos públicos. Juntas, essas stablecoins movimentaram cerca de R$ 5 bilhões em 2024, marcando um avanço significativo na adoção de moedas digitais pareadas ao real e reforçando o papel do Brasil como um dos polos emergentes em infraestrutura financeira tokenizada.
Fontebeincrypto




