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Resumo da notícia

  • O Rali de Natal não tem padrão histórico, e as altas recentes do Bitcoin dependeram de eventos pontuais, não de sazonalidade.

  • Queda do BTC hoje reflete liquidez baixa, vendas institucionais e pressão técnica, após falha no rompimento dos US$ 90 mil.

  • Mercado entra em fase de consolidação, com volatilidade elevada e foco em eventos macro e técnicos decisivos.

6h50

Rony Szuster, chefe de pesquisa da MB | MercadoBitcoin

A narrativa do Rali de Natal no mercado criptografado se apoia em episódios históricos pontuais, mas não encontra sustentação consistente quando observados os dados mais recentes. Em 2025, o forte movimento de alta do Bitcoin no fim do ano esteve claramente associado à confirmação da vitória de Donald Trump nas eleições dos EUA, e não a um fator sazonal. O ativo saiu da faixa dos US$ 70 mil, entrou em dezembro acima dos US$ 90 mil e renovou máximas próximas a US$ 110 mil na virada do ano, em um rali impulsionado por um evento específico.

Os anos anteriores reforçam a ausência de padrão: em 2023, o dezembro foi marcado por lateralização, enquanto em 2022 o período festivo teve baixa volatilidade, com a variação de preços ocorrendo apenas após o início de janeiro. Embora existam abordagens relevantes, como o rali de 2020, a análise histórica indica que não há regularidade estatística que sustente uma ideia de altas consistentes no fim do ano.

Para o fim de 2025, a expectativa não é de um rali de Natal clássico, mas de aumento da volatilidade, em função da concentração de eventos macro relevantes, como a divulgação da inflação nos EUA (18/12) e a decisão do Banco Central do Japão (19/12). O possível aumento de juros no Japão tende a impactar ativos de risco, inclusive criptomoedas, embora parte desse efeito já esteja precificado.

Caso o cenário macro permita, o mercado pode voltar a focar em fundamentos micro construtivos, como o retorno de compras por grandes players e avanços regulatórios nos EUA. Em resumo, o desempenho no período festivo dependerá da combinação entre gatilhos macro e fundamentos, e não de uma dinâmica sazonal associada a Natal.

6h30

O preço do Bitcoin (BTC), na manhã desta terça-feira, 23/12/2025, está cotado em R$ 496.887,83. O BTC não conseguiu romper com US$ 90 mil e recuou quase 3% frustrando os sonhos de um rali de natal para os touros.

Por que o Bitcoin caiu hoje?

Mike Ermolaev, analista e fundador da Outset PR, afirma que o primeiro gatilho veio de uma operação indireta de um grande investidor, conhecido no mercado como baleia.

Dados apontam que um endereço anônimo abriu US$ 243 milhões em posições vendidas alavancadas entre Bitcoin, Ethereum e Solana. A operação foi financiada pela venda direta de 255 BTC, aumentando a pressão imediata sobre o preço.

Segundo ele, esse tipo de movimento costuma gerar efeito dominador, principalmente em mercados altamente alavancados. À medida que o preço cai, as posições compradas começam a ser liquidadas automaticamente.

Essas liquidações forçadas aceleram a queda e reforçam o movimento de baixa. Somente em Bitcoin, as liquidações ultrapassaram US$ 79 milhões, com crescimento expressivo em relação ao ano anterior. Além disso, uma alavancagem estimada entre 10x e 20x aumenta o risco sistêmico.

Ermolaev destaca que caso o preço reagisse rapidamente, o mesmo investidor poderia enfrentar liquidações severas. No entanto, no curto prazo, o impacto foi claramente negativo para o mercado.

Além disso, outro fator relevante foi o comportamento dos investidores institucionais. Na segunda-feira, os ETFs de Bitcoin à vista registraram saídas líquidas de US$ 460 milhões.

Esse foi o maior volume diário de resgates desde novembro. O fundo da Fidelity sozinho respondeu por cerca de US$ 230 milhões em saídas. O movimento interrompeu uma sequência de quatro semanas consecutivas de entradas líquidas.

Para o analista, mesmo a recente compra de Bitcoin pela MicroStrategy, estimada em US$ 1,45 bilhão, não conseguiu neutralizar o fluxo vendedor.

Hoje, os fluxos de ETFs são responsáveis ​​por aproximadamente 60% da volatilidade diária do Bitcoin. Por isso, movimentos bruscos no mercado costumam gerar reações imediatas sem preço. Realizações de lucro no fim do ano ajudam a explicar esse comportamento.

Olhando para os gráficos, Ermolaev destaca que com a queda do Bitcoin rompeu para baixo o nível de US$ 89.231, considerado um ponto-chave de suporte. Essa região coincide com o nível de retração de 50% de Fibonacci.

O preço também perdeu a média móvel simples de 30 dias, próxima de US$ 89.494. Essas perdas ativaram ordens automáticas de stop-loss, ampliando a pressão do vendedor. O índice de força relativa, em torno de 45, indica que o ativo ainda não está sobrevendido. Já o MACD permanece negativo, confirmando a viés de baixa no curto prazo. Com isso, chegou a mirar US$ 86.160 como próximo alvo, baseado no nível de 78,6% de Fibonacci. A banda inferior de Bollinger, perto de US$ 85.800, surge como possível região de suporte.

Apesar do tom negativo, Ermolaev afirma que nem todos os sinais apontam para um colapso imediato. O RSI de sete dias mostra uma variação de nível de alta em relação ao período mensal.

Além disso, o Bitcoin ainda acumula ganho semanal de 1,51%, diminuindo alguma resiliência estrutural. Historicamente, a mídia móvel de 100 dias, hoje perto de US$ 84.500, tem funcionado como suporte relevante. Esse nível segurou o preço durante a forte correção registrada em junho de 2025. Um rompimento abaixo dessa região poderia abrir espaço para projeções mais pessimistas.

Análise macroeconômica do Bitcoin

André Franco, CEO da Boost Research, afirma que os mercados globais registraram alta nesta terça‑feira, impulsionados pelo otimismo dos investidores antes da temporada de festas e expectativas por um crescimento sólido do PIB dos EUA no terceiro trimestre (estimado em 3,3%), além de dados confusos que não alteram a perspectiva de liquidez global.

Assim, segundo ele, os mercados asiáticos subiram, enquanto o dólar enfraqueceu ligeiramente e o iene se valorizou após comentários de intervenção cambial pelo governo japonês. Metais preciosos, como ouro e prata, atingiram máximas históricas, refletindo a demanda por ativos de segurança em meio às geopolíticas reforçadas. Já o Bitcoin, cotado aproximadamente em US$ 87.180, tem uma expectativa de curto prazo neutro a ligeiramente positivo.

A fraqueza contínua do dólar e o sentimento mais otimista nos mercados de risco, diante da expectativa de crescimento econômico dos EUA e da liquidez global renovada, tende a favorecer os criptoativos. No entanto, a falta de uma evolução macroeconômica decisiva (como dados econômicos muito dovish) limita a força de um movimento altista abrupto no BTC. Assim, o ativo pode se consolidar em torno dos níveis atuais com pequenas tentativas de avanço, apoiadas pela atualidade e maior apetite por risco global.

Técnica de análise de Bitcoin

Segundo Timothy Misir, chefe de pesquisa do BRN, historicamente, os movimentos registrados na semana do Natal costumam perder força quando a liquidez retorna em janeiro.

“Salvo um choque significativo provocado pelo vencimento das opções, o mais provável é que o movimento atual se dissipe”, disse Misir.

Entre os principais riscos, o analista aponta dois níveis críticos. Uma perda sustentada abaixo de US$ 85 mil poderia acelerar a desmontagem de posições compradas.

Por outro lado, um rompimento acima de US$ 90 mil antes de sexta-feira poderia forçar o fechamento de hedges e gerar uma recuperação rápida.

“O maior risco hoje não é narrativa nem fundamento. É a própria liquidez”, afirmou.

Já Guilherme Fais, Head de Finanças da NovaDAX, afirma que o Bitcoin atravessa um período de contribuições que exige uma leitura mais cuidadosa por parte do mercado.

“Nas últimas semanas, o ativo tem operado de forma lateral, respeitando uma faixa bem definida entre US$ 80 mil e US$ 93 mil, o que indica equilíbrio temporário entre compradores e vendedores”, avalia.

Para o executivo, esse tipo de movimento não deve ser interpretado como ausência de sinal, mas como um momento de construção de cenário. “A falta de continuidade tanto nos movimentos de alta quanto de baixa reforçam um contexto de indefinição, no qual o mercado aguarda novos vetores para definir tendência”, explica.

Olhando para o curto prazo, Fais destaca que a manutenção dessa faixa ainda é o cenário-base.

“Um rompimento sustentado acima da resistência pode sinalizar a retomada do fluxo, enquanto a perda consistente do suporte tende a destravar uma correção mais profunda, com a região de US$ 74 mil surgindo como um nível técnico relevante”, afirma. Segundo ele, embora não haja informações claras, “gestão de risco e disciplina são fundamentais para navegar esse momento do mercado

Portanto, o preço do Bitcoin em 23 de dezembro de 2025 é de R$ 489.760,27. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0019 BTC e R$ 1 compram 0,0000019 BTC.

As criptomoedas que estão registrando as maiores altas no dia 23 de dezembro de 2025, são:Pinpin (PINPIN), Curva DAO (CRV) e PAX Ouro (PAXG), com altas de 10%, 2% e 1,7%, respectivamente.

As criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 23 de dezembro de 2025, são: Audiera (BATER) Meia-noite (NOITE) e Pump.fun (BOMBEAR), com quedas de -27%, -18% e -12% respectivamente.

O que é Bitcoin?

O Bitcoin (BTC) é uma moeda digital, que é usada e distribuída eletronicamente. O Bitcoin é uma rede descentralizada peer-to-peer. Nenhuma pessoa ou instituição o controla.

O Bitcoin não pode ser impresso e sua quantidade é muito limitada – apenas 21 milhões de Bitcoin podem ser criados. O Bitcoin foi apresentado pela primeira vez como um software de código aberto por um programador ou um grupo de programadores anônimos sob o codinome Satoshi Nakamoto, em 2009.

Houve muitos rumores sobre a identidade real do criador do BTC, entretanto, todas as pessoas mencionadas nesses rumores negaram publicamente ser Nakamoto.

O próprio Nakamoto afirmou ser um homem de 37 anos que vive no Japão. No entanto, por causa de seu inglês perfeito e seu software não ter sido desenvolvido em japonês, há dúvidas sobre essas informações. Na metade de 2010, Nakamoto foi fazer outras coisas e deixou o Bitcoin nas mãos de alguns membros proeminentes da comunidade BTC.

Para muitas pessoas, a principal vantagem do Bitcoin é sua independência de governos nacionais, bancos e empresas. Nenhuma autoridade pode interferir nas transações do BTC, importar taxas de transação ou tirar dinheiro das pessoas. Além disso, o movimento Bitcoin é extremamente transparente – cada transação única é armazenada em um grande livro-razão (livro-razão) público e distribuído, chamado Blockchain.

Essencialmente, como o Bitcoin não é controlado como uma organização, ele dá aos usuários controle total sobre suas finanças. A rede Bitcoin compartilha de um livro-razão público chamado “corrente de blocos” (block – bloco, chain – corrente).

Se alguém tentar mudar apenas uma letra ou número em um bloco de transações, também afetará todos os blocos que virão a seguir. Devido ao fato de ser um livro público, um erro ou uma tentativa de fraude pode ser facilmente detectado e corrigido por qualquer pessoa.

A carteira do usuário pode verificar a validade de cada transação. A assinatura de cada transação é protegida por assinaturas digitais correspondentes aos endereços de envio.

Devido ao processo de seleção e dependendo da plataforma de negociação, pode levar alguns minutos para que uma transação BTC seja concluída. O protocolo Bitcoin foi projetado para que cada bloco leve cerca de 10 minutos para ser minerado.

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Este artigo não contém conselhos ou recomendações de investimento. Toda decisão de investimento e negociação envolve riscos, e os leitores devem realizar sua própria pesquisa antes de tomar uma decisão.

Fontecointelegraph

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