O diretor de investimentos da Bitwise, Matt Hougan, rejeitou os temores de uma desaceleração mais profunda do Bitcoin, argumentando que o valor de longo prazo do ativo decorre do “serviço” que ele fornece, e não da ação do preço no curto prazo.
O Bitcoin caiu cerca de 27,5% desde seu máximo histórico de quase US$ 126.000 em 6 de outubro, caindo brevemente abaixo do nível de US$ 90.000 esta semana, de acordo com a página de preços BTC do The Block. No entanto, num memorando aos clientes na terça-feira, Hougan disse que continua despreocupado com o atual retrocesso, que considera ser de natureza de curto prazo.
Hougan disse que rotineiramente inicia discussões com consultores abordando uma questão básica: por que o Bitcoin tem algum valor? Não gera lucros, fluxo de caixa ou dividendos e não pode ser tocado fisicamente, observou ele, levando muitos a questionar como pode atingir um valor de mercado de 2 biliões de dólares. A resposta, disse Hougan, é parar de ver o Bitcoin como um objeto e, em vez disso, vê-lo como um serviço.
Bitcoin como serviço digital de armazenamento de riqueza
De acordo com Hougan, o serviço do Bitcoin é a capacidade de armazenar riqueza digitalmente sem depender de governo, banco ou terceiros. Reformular desta forma, argumentou ele, elimina o cepticismo que alguns sentem em relação à compra de algo intangível, uma vez que todos estamos habituados a que os serviços tenham valor, fazendo uma comparação com a Microsoft.
“Para dizer algo óbvio: o valor das ações da Microsoft está vinculado a quantas pessoas desejam seu serviço”, disse Hougan, acrescentando que o Bitcoin opera sob uma curva de demanda semelhante. “Quanto mais pessoas quiserem o serviço do Bitcoin, mais valioso ele se tornará; se menos pessoas quisessem o seu serviço, o valor seria menor; se ninguém quisesse o serviço do Bitcoin, seu valor seria zero”, escreveu ele. Mas, ao contrário da Microsoft, “você não pode assinar ou alugar o serviço Bitcoin. A única maneira de obter o serviço é comprando o ativo”.
Ele apontou o ganho aproximado de 28.000% do Bitcoin na última década como evidência do aumento da demanda por esse serviço. Hoje, disse ele, instituições como o fundo patrimonial de Harvard, o fundo soberano de Abu Dhabi, investidores proeminentes, incluindo Ray Dalio e Stan Druckenmiller, pensões estatais e milhões de detentores individuais, todos querem ter acesso a ele.
“Na nossa era cada vez mais digital, com os governos a acumular cada vez mais dívidas, suponho que muito mais pessoas irão querer o seu serviço no futuro”, concluiu.
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