O Méliuz SA (B3: CASH3 | OTCQX: MLIZY) anunciou nesta quarta-feira (8) a aprovação de um programa de recompra de até 9,13 milhões de ações ordinárias, o equivalente a 10% dos papéis em circulação. O plano, aprovado pelo Conselho de Administração, terá validade de 18 meses — até abril de 2027 — e faz parte de uma estratégia de gestão de capital que combina recompra de ações e exposição em Bitcoin para aumentar o valor ao acionista.
Segundo Méliuz, o objetivo é melhorar a alocação de recursos e maximizar os retornos futuros aos investidores, utilizando parte da caixa disponível e dos ganhos acumulados com a valorização de seus ativos digitais. A recompra será realizada na B3 e poderá incluir o uso de derivativos, com intermediação da Itaú Corretora e do BTG Pactual.
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Bitcoin como pilar da estratégia financeira
O Méliuz destaca que a decisão foi tomada com base em sua posição sólida de liquidez, composta por 604,69 Bitcoin, avaliados em cerca de R$ 397,3 milhões, além de R$ 71,5 milhões na caixa. Somando os dois, a companhia detém R$ 468,8 milhões em ativos líquidos, praticamente o mesmo valor do seu valor de mercado atual (R$ 479 milhões).
Com isso, o Conselho entendeu que o momento é oportuno para fortalecer a confiança na empresa e aumentar o retorno dos acionistas, estratégia semelhante à empregada anteriormente com a aquisição de Bitcoin como ativo de reserva. Em ambos os casos, o foco é capturar valor de longo prazo e reduzir o impacto de ciclos econômicos sobre a caixa.
Indicadores sólidos e ausência de dívidas
Nos 12 meses encerrados no segundo trimestre de 2025, o Méliuz registrou R$ 75,6 milhões de EBITDA e R$ 47,9 milhões de lucro líquido, mantendo uma operação lucrativa e sem endividamento. Segundo a administração, o programa de recompra não afetará as obrigações financeiras nem a estrutura societária da companhia.
Parte de uma tendência mais ampla
A decisão reforça uma tendência crescente entre empresas brasileiras que adotam o Bitcoin como ativo estratégico. Movimentos recentes, como o da OranjeBTC — que estreou na B3 com uma tesouraria 100% em Bitcoin — e o da BitMine Immersion Technologies, que ampliou suas reservas de criptoativos, indicam que o uso do BTC como reserva corporativa está se tornando uma prática mais difundida entre operadoras ocupado no país.
O Méliuz informou ainda que manterá o mercado atualizado sobre a execução do programa, conforme critério da Resolução CVM nº 80.
Fontebeincrypto