A executiva Julia Rosin foi eleita nesta terça-feira (16) presidente da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABcripto)durante assembleia realizada por ordem judicial. Atual consultor de políticas públicas para a América Latina da Coinbase, Rosin recebeu 16 votos, enquanto o então presidente Bernardo Srur recebeu sete; outras seis pessoas se abstiveram.
A eleição ocorreu após meses de crise interna na entidade e foi convocada por decisão judicial. Inicialmente, a votação foi prevista para ser secreta e realizada por meio de um aplicativo. No entanto, os conselheiros apresentaram questionaram o formato e pediram uma deliberação prévia sobre o método. Diante da falta de consenso, optou-se pelo voto aberto.
Um membro da ABcripto que acompanhou a assembleia, disse ao Portal do Bitcoin que havia expectativa de um ambiente tenso, especialmente em razão das disputas judiciais envolvendo Srur. Apesar disso, o processo transcorreu de forma tranquila, com a presença de um mediador para garantir o andamento dos trabalhos.
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Os planos de Rosin no comando da ABcripto
Logo após a eleição, Rosin divulgou um documento com as diretrizes de sua gestão. No texto, o novo presidente agradeceu publicamente a Bernardo Srur pelo trabalho realizado à frente da associação, sinalizando uma tentativa de pacificação e de superação das disputas internacionais que marcaram os últimos meses.
Entre as prioridades anunciadas por Rosin está o fortalecimento da governança da ABcripto. A executiva defende a adoção de processos claros, transparentes e auditáveis, com o objetivo de recuperar a revisão institucional da entidade e alinhar sua atuação às melhores práticas administrativas do mercado.
Outro eixo central de gestão será uma atuação mais proativa na agenda regulatória. Rosin afirmou que a associação buscará liderar o debate sobre ativos digitais no país, trabalhando de forma próxima ao Banco Central, à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e ao Congresso Nacional, com propostas técnicas que conciliam inovação e segurança jurídica.
Um novo presidente também destacou a intenção de recolocar os associados no centro de atuação da ABcripto, ampliando o diálogo interno e transformando a entidade em um polo de networking, negócios e cooperação. Além disso, a gestão promete atuar de forma firme na proteção da integridade do setor, combatendo mais práticas e investindo em educação financeira, como forma de garantir um crescimento sustentável do ecossistema criptográfico no Brasil.
A Coinbase foi uma das associadas que deixou o ABcripto na crise. Rosin disse que a decisão de voltar será avaliada internamente pela corretora.
Crise na ABcripto
No mês de novembro, a ABcripto entrou em uma crise interna após se tornar público um processo movido pelo então presidente da associação, Bernardo Srur, contra quatro membros do conselho da entidade: André Portilho (Mynt, exchange do BTG Pactual), Maria Isabel Sica (Ripple), Renata Mancini (Ripio) e Daniel de Paiva Gomes (Paiva Gomes Consultoria LTDA).
Srur acusou os conselheiros de tentar convocar uma assembleia com o intuito de deliberar sobre um novo presidente para a associação. Por outro lado, os quatro executivos acusam Srur de não ser transparente com as contas da entidade e controlar a ABcripto de maneira antidemocrática.
Entre diversas reclamações, os conselheiros afirmam que a associação está irregular perante a Receita Federal desde maio de 2025 e que, além de não saberem o motivo disso, não tiveram acesso aos documentos do grupo. Srur negou as irregularidades.
Diante do impasse, a Justiça concedeu um liminar obrigando a ABcripto a convocar uma assembleia geral, com o intuito de eleger um novo comando. Com isso, Srur convocou a assembleia que aconteceu nesta terça-feira (16). Nesse meio tempo, a associação perdeu diversos membros, como Itaú, Coinbase, GCB, Liqi e Avenia, que saíram da entidade.
Fonteportaldobitcoin



