UM A ascensão do Bitcoin está acelerando um processo histórico que pode tornar os governos cada vez mais irrelevantes. Essa foi a visão defendida pelo deputado federal e descendente da família real, Luiz Philippe de Orleans e Bragança, durante um Satsconf 2025 nesta sexta-feira (7).
Segundo ele, o poder dos Estados de controlar a moeda está se esquivando diante da expansão das tecnologias descentralizadas. “Os governos e todas as instituições que nasceram para controlar a sociedade estão perdendo o poder de convenção e de intervenção. O Bitcoin é o símbolo máximo dessa tendência”, afirmou.
Para ele, os marcos regulatórios instituídos pelos governos são desesperadores de se manterem relevantes. “Eles pretendem compreender as inovações do presente, muito menos as do futuro. Por isso, querem se preservar por meio de regulamentações que os mantenham como mediadores”, disse.
O parlamentar defendeu que a liberdade contratual e a escolha de moeda devem ser garantidas pela soberania individual: “Se eu quiser firmar um contrato em prata, em libra ou em Bitcoin, é um direito meu. O governo não tem que interferir nisso.”
Reserva de Bitcoin como defesa da soberania
O painel contou também com a participação do deputado Eros Biondini, autor do projeto de lei 4.501/2024, que propõe a criação de uma reserva estratégica de Bitcoin pelo Tesouro Nacional. A proposta prevê que parte dos ativos de reserva do Estado brasileiro seja convertida em Bitcoin, ao lado de moedas e ativos tradicionais como o dólar e o ouro.
Para o parlamentar, a medida seria uma forma de proteger o país de crises monetárias e geopolíticas, reduzindo a dependência de moedas fiduciárias controladas por outras nações.
“Hoje, mais de 80% das nossas reservas estão em dólar. Isso nos torna vulneráveis à política monetária e fiscal de outro país”, afirmou Biondini. “O Bitcoin, por ser descentralizado, deflacionário e inviolável, é um ativo neutro — ele não depende de bancos centrais nem de governos estrangeiros. É uma oportunidade de garantir soberania e estabilidade ao Brasil.”
Segundo ele, o projeto nasceu de conversas com especialistas e entusiastas da tecnologia, como Carlos Jacobino, que o incentivou a transformar a ideia em uma proposta legislativa concreta. O deputado explica que a inspiração veio de movimentos internacionais:
“Há estados nos Estados Unidos, como Texas e Arizona, que já estudaram ou implementaram políticas semelhantes. E há países, como El Salvador, que revelaram na prática os benefícios de incluir o Bitcoin em sua estratégia nacional.”
Biondini confirma, no entanto, que o caminho político é longo. O texto tramita na Comissão de Desenvolvimento Econômico e enfrentou resistência dentro do próprio Congresso. “Muitos parlamentares ainda enxergam o Bitcoin como um ativo especulativo, de alto risco, e não como uma reserva de valor legítima. Mas é questão de tempo e informação. A realidade vai nos forçar a entender isso”, afirmou.
O deputado também alertou para o risco de o Brasil perder protagonismo se não agir rapidamente. “Nós estamos na vanguarda do debate, mas o mundo não vai esperar. Se demorarmos, ficaremos olhando no retrovisor enquanto outros países captam investimentos e atraem inovação. É revelado que as nações incorporam o Bitcoin em suas estratégias — a questão é se faremos isso antes ou depois de uma nova crise global”, disse.
El Salvador, Rolante e a bitcoinização do futuro
Durante o debate, Biondini citou exemplos de El Salvador e da cidade gaúcha de Rolante, conhecida como “cidade do Bitcoin”, para ilustrar o impacto da adoção da moeda digital. “Em Rolante, 40% do comércio já utiliza Bitcoin. E vimos como, durante a tragédia no Rio Grande do Sul, a rede ajudou a viabilizar doações e salvar vidas. É uma ferramenta social e humanitária também”, afirmou.
Já Pedro Guerra, chefe de gabinete do vice-presidente Geraldo Alckmin, reforçou que o Bitcoin está entrando nas discussões de Estado. “O governo ainda chega atrasado nesses temas, mas há um movimento crescente de interesse. Há 32 estados nos EUA já estudando reservas em Bitcoin, e até bancos tradicionais como o Deutsche Bank enxergam um futuro promissor”, disse.
Ao final, Orleans e Bragança resumiram a tese: o Bitcoin impõe disciplina aos governos e devolve poder à sociedade. “Quando o Estado perde o controle da moeda, ele é obrigado a ser austero. A estabilidade financeira é o que gera riqueza — e o Bitcoin é o caminho para isso. O governo que não entender isso vai se tornar irrelevante”, concluiu.
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Fonteportaldobitcoin



