Resumo da notícia
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Governo Lula adquire software para rastrear transações em Bitcoin e outras criptomoedas.
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Contrato de R$ 8,6 milhões prevê 51 acessos ativos por 36 meses.
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A Polícia Federal usará um sistema de combate à lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
 
O Governo Lula iniciou uma nova etapa no monitoramento de transações com criptomoedas no Brasil, investindo R$ 8,6 milhões em um sistema capaz de rastrear movimentações em Bitcoin, Ethereum, Tron, Dash, XRP e outras redes blockchain. A medida é liderada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e tem como objetivo fortalecer o combate à lavagem de dinheiro e à evasão de divisas.
De acordo com informações oficiais, o contrato foi assinado em 23 de outubro, mas sua publicação só veio a público no dia 29, por meio do Diário Oficial. A ferramenta será utilizada pela Polícia Federal e ficará ativa por 36 meses, com 51 acessos autorizados para diversos setores de investigação.
O edital anterior a contratou de um software de rastreamento e análise de operações com criptoativos. A tecnologia permitirá que as autoridades localizem e acompanhem fluxos de criptomoedas em tempo real, identificando conexões entre carteiras e possíveis origens ilícitas de recursos.
Segundo o termo de referência, o sistema deverá “analisar transações baseadas em blockchain e mapear vínculos de endereços de criptoativos relacionados a práticas criminosas”. O objetivo central, segundo o MJSP, é oferecer suporte às investigações de crimes financeiros que utilizam moedas digitais.
Rastrear Bitcoin e criptomoedas
A empresa vencedora da licitação foi a Iafis Systems do Brasil Ltda, sediada em Brasília e fundada em 2003. A companhia venceu uma concorrência com outras 11 empresas, oferecendo o menor valor unitário — R$ 170 mil por licença de acesso. O total do contrato ficou em R$ 8,67 milhões, bem abaixo do teto previsto inicialmente de R$ 49 milhões.
Entre os participantes estavam companhias desconhecidas do setor de tecnologia e forense digital, como Techbiz, Avance Brokers e Iridia Soluções. Algumas propostas chegam a ultrapassar R$ 40 milhões, o que reforça a amplitude do projeto e o alto custo da tecnologia de rastreamento de blockchain.
A Iafis, que recentemente adicionou um novo sócio ao quadro, especializou-se em soluções de investigação digital, biometria e segurança pública. Fontes do ministério afirmam que o sistema escolhido oferece alta precisão e ampla cobertura multichain, o que o torna apto a gerenciar transações mesmo em redes menos transparentes, como Tron e Dash.
A partir de agora, suspeitas de operações envolvendo criptomoedas poderão ser mapeadas e cruzadas com dados de investigações já existentes, permitindo uma resposta mais rápida das autoridades.
O MJSP ressaltou que a medida não visa restringir o uso legal das criptomoedas, mas garante que o ambiente digital não seja explorado por organizações criminosas. Segundo técnicos do ministério, o avanço da economia criptográfica exige ferramentas modernas de fiscalização para evitar fraudes e garantir a integridade do sistema financeiro.
Fontecointelegraph

                    

