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O senador e pré-candidato à presidência Flávio Bolsonaro (PL-RJ) não atua apenas no Congresso, ele também é empresário e advogado, atividades que ele mesmo afirma que complementam sua renda. Agora, uma reportagem do jornal O Globo revelou que essa atuação fora da política inclui a defesa dos ex-sócios de Glaidson Acácio dos Santos, o “Faraó do Bitcoin”.

Glaidson é apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como líder de um esquema bilionário de pirâmide financeira envolvendo criptomoedas, operado por meio da GAS Consultoria, que teria movimentado cerca de R$ 38 bilhões ao longo dos anos.

O jornal apurou a atuação de Flávio após ele adquirir, por R$ 5,97 milhões, uma casa no Lago Sul, área nobre de Brasília onde está registrado seu escritório de advocacia. Ao assumir o financiamento bancário, já quitado, ele declarou que sua renda como advogado e empresário foi incorporada ao salário de R$ 44 mil do Senado, justificando a capacidade financeira para o negócio.

Parte significativa de sua atuação jurídica se concentra no Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde o senador assinou petições em ao menos dez processos. O caso mais recente é um habeas corpus apresentado para pedir o trancamento da ação penal contra dois ex-sócios de Glaidson, presos preventivamente em 2021 durante a Operação Kriptos.

Ambos foram denunciados pelo MPF por crimes contra o sistema financeiro, gestão fraudulenta e organização criminosa. No recurso, o advogado Bruno Gavioli Lopes, que atua junto com Flávio, também solicita a suspensão das audiências até que a possibilidade de trancamento fosse comprovada pela Justiça.

A solicitação, porém, foi rejeitada. Um mês após o protocolo do pedido, o ministro Messod Azulay Neto, indicado ao STJ pelo então presidente Jair Bolsonaro em 2022, indeferiu o habeas corpus com base em manifestação do MPF.

Para o magistrado, não ficou demonstrado “qualquer ilegalidade manifesta ou constrangimento ilegal apto a ocasional, de forma excepcional, o trancamento da ação penal”. A decisão mantém o andamento do processo que envolve os ex-sócios do Faraó do Bitcoin.

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A publicação ainda destaca outras atuações de Flávio, como a defesa de quatro policiais militares acusados ​​de homicídio de quatro homens em uma tocaia na favela do Vidigal, Zona Sul do Rio, em 2020, além da atuação como sócio da Bravo Grafeno, empresa fundada em 2024 e que vende capacetes e viseiras.

Em nota enviada à Globo, o senador afirmou que a compra da casa de R$ 5,97 milhões foi feita com recursos de contribuições de “parlamentar, advogado e empresário” e acrescentou que a operação imobiliária foi investigada sem que se encontrassem irregularidades.

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Fonteportaldobitcoin

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