Em meio às negociações econômicas entre Brasil e Estados Unidos, Lula e Donald Trump tiveram um encontro neste domingo (26), na Malásia para discutir o futuro das tarifas impostas aos produtos brasileiros.
A reunião, descrita como “franco e construtivo”, abriu espaço para possíveis negociações que possam reduzir as taxas sobre itens como carne e café — mas sem promessa de um acordo imediato.
“Tive uma ótima reunião com o presidente Trump na tarde deste domingo, na Malásia. Discutimos de forma franca e construtiva a agenda comercial e econômica bilateral. Acertamos que nossas equipes vão se reunir imediatamente para avançar na busca de soluções para as tarifas e as avaliação contra as autoridades brasileiras”, afirmou Lula após o encontro.
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A pauta central do diálogo foi a chamada “tarifaço” imposta pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros. Trump admitiu que “vamos discutir (tarifas) um pouco. Nós sabemos o que cada um quer”. O Brasil buscou negociar com o objetivo de que Washington reduzisse as tarifas punitivas, em especial sobre bens como carne e café.
Após o encontro com Trump, Lula informou ainda que os dois governos decidiram criar “um grupo de trabalho para avançar na busca de soluções para as tarifas e as sanções contra autoridades brasileiras”. Ele ressaltou que não espera “acontecer um acordo imediato” — as negociações começaram agora, com foco em mitigar o impacto das alíquotas sobre o comércio bilateral.
Tarifaço incidente diretamente sobre remessas
As tarifas impostas pelos EUA em 6 de agosto de 2025 atingiram 35,9% das exportações brasileiras para os EUA, o que corresponde a cerca de 4% do total das exportações brasileiras.
Um dos setores mais afetados é o da carne bovina: no primeiro semestre de 2025, o Brasil exportou aproximadamente 181 mil toneladas para os EUA, avaliados em US$ 1 bilhão — o aumento de 50% na tarifa pode tornar essas vendas “inviáveis”, segundo a entidade do setor.
Além disso, estudos indicam que até 77,8% dos produtos brasileiros exportados para os EUA estão sujeitos a tarifas de até 50%, o que representa um choque de custos estimado em US$ 17,5 bilhões para 2024.
Fontebeincrypto



