Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira que estão buscando a apreensão de 127.271 Bitcoins, atualmente avaliados em mais de US$ 14,2 bilhões (R$ 77 bilhões), na maior ação desse tipo na história do Departamento de Justiça.
O Escritório do Procurador dos EUA para o Distrito Leste de Nova York e a Divisão de Segurança Nacional do Departamento receberam uma denúncia civil de confisco contra Chen Zhi, fundador e presidente do Prince Holding Group, um conglomerado empresarial multinacional com sede em Camboja.
O DOJ já tem custódia dos Bitcoins. As autoridades federais alegaram nesta terça-feira (14) que Zhi liderou um esquema de fraude conhecido como “abate de porco”, que roubou bilhões de dólares de vítimas nos Estados Unidos e ao redor do mundo.
Segundo a acusação, pessoas eram traficadas para complexos que funcionavam como “campos de trabalho impostos”, sendo obrigadas a operar os esquemas sob ameaça de violência.
Os esquemas de “abate de porco” — originados na China — enganam as vítimas para que entreguem dinheiro após conquistarem sua confiança, geralmente por meio de perfis falsos em redes sociais e histórias comoventes. O nome vem da ideia de “engordar o porco antes do abate”, ou seja, ganhar a confiança da vítima antes de aplicar o golpe.
“Conforme alegado, o réu teve uma das maiores operações de fraude de investimento da história, alimentando uma indústria ilícita que está atingindo ocorrências epidêmicas”, disse o procurador Joseph Nocella Jr.
“Os esquemas de investimento do Grupo Prince causaram bilhões de dólares em perdas e sofrimentos incalculáveis às vítimas ao redor do mundo, inclusive aqui em Nova York, aos custos de pessoas traficadas e forçadas a trabalhar contra a própria vontade”, acrescentou.
Se condenado, Zhi pode pegar até 40 anos de prisão pelas acusações de conspiração para fraude eletrônica e conspiração para lavagem de dinheiro, segundo o DOJ. Ele ainda está foragido.
A acusação também afirma que Zhi, cidadão da China, Camboja, Vanuatu, Santa Lúcia e Chipre, subornou policiais chineses para continuar operando o esquema.
O dinheiro roubado das vítimas foi usado para comprar Bitcoin e outras criptomoedas “limpas”, segundo a acusação.
Também foi usado para financiar operações de mineração de criptomoedas no Laos, China e Texas. Em um determinado momento, uma das operações de mineração baseadas na China de Zhi foi considerada a sexta maior operação de mineração de Bitcoin do mundo, segundo as autoridades.
Pesquisas feitas no início deste ano mostraram que os ataques do México à Rússia forneceram o mercado negro chinês para lavar bilhões em criptomoedas.
Ari Redbord, chefe de políticas globais da TRM Labs, disse ao site Decrypt que, apesar da operação estar sediada no Camboja, havia “claramente uma dimensão chinesa” no caso.
“Muitas dessas redes operam nas sombras de interesses comerciais chineses e carecem de infraestrutura financeira e empresas de fachada ligadas à China para lavar os lucros”, afirmou.
“Combinando acusações criminais, avaliações, ações do tipo 311 e confisco de bens, os EUA e seus aliados estão indo além de apenas identificar crimes — estão desmantelando sistematicamente a estrutura financeira e logística que os sustenta”, acrescentou Redbord. “Isso não é um caso isolado. É parte de uma campanha mais ampla para romper todo o ecossistema — desde os operadores de golpes até as exchanges, transmissores de dinheiro e facilitadores que movimentam os fundos globalmente.”
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.
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Fonteportaldobitcoin