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A dinâmica dos investimentos em ETFs de criptomoedas no Brasil e nos Estados Unidos é diferente em função da maturidade de cada mercado. No Brasil, esses fundos existem desde 2021, e muitos investidores já estão na fase de realização de lucros, enquanto nos EUA, eles foram lançados apenas no ano passado, e o público ainda está em fase de alocação.

A explicação foi dada por Samir Kerbage, chefe de investimentos da Hashdex — empresa brasileira que lançou os primeiros ETFs de criptografia na B3 há quatro anos — durante um painel nesta sexta-feira (28), na Blockchain Conference Brasil 2025.

“Lá fora, os investidores estão começando a entrar agora, começando a montar alocações. Aqui no Brasil os produtos existem desde 2021. Então esses investidores já fizeram muito dinheiro e agora estão no momento de reequilibrar o portfólio. É normal, quando se tem um ativo que valoriza 100%, vender parte desse ganho e redistribuir em outros ativos”, disse Kerbage.

Segundo o executivo, o mercado tem distribuído que, quando há um pico relevante de preço, nos EUA há transportes, enquanto no Brasil ocorrem resgates. “Esses resgates acontecem porque esse público já investe desde 2021 e está apenas reequilibrando o portfólio”, explica.

Além das diferenças entre Brasil e EUA, Kerbage também detalhou as razões pelas quais ocorreram retiradas de centenas de milhões de dólares de fundos criptográficos ao redor do mundo. Ele destaca que esses movimentos são estratégicos para realização de lucros e não indicam perda de confiança no mercado.

“Os grandes fluxos que vemos nas notícias são de fundos de hedge fazendo arbitragem, operações bastante lucrativas. Quando vemos esses movimentos muito grandes — tanto positivos quanto negativos — não é necessariamente um investidor institucional que decidiu entrar em Bitcoin, mudou de ideia e quer sair. São operações táticas. O investidor não está tão interessado no preço, mas sim na estrutura do mercado e no quanto o preço futuro está destoando do mercado à vista.”

Essa lógica muda, segundo Kerbage, quando se fala de investidores institucionais de longo prazo: “Os fundos soberanos estão comprando sem parar”.

Investidor final no Brasil, institucional nos EUA

Kerbage também comentou sobre o perfil dos investidores dos ETFs da Hashdex no Brasil e nos EUA. Enquanto no Brasil 20% são investidores institucionais e 80% são investidores finais, nos EUA o público é praticamente 100% institucional.

Esses perfis distintos acabam resultando também em estratégias diferentes de gerenciamento. “Em momentos de forte correção de preço, como vimos neste mês, observamos muitos aportes nos nossos fundos aqui no Brasil, enquanto lá fora ocorreram muitos resgates. Os resgates lá fora vêm de fundos de hedge, enquanto aqui quem aproveita a queda para comprar são os investidores de longo prazo.”

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Fonteportaldobitcoin

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