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O jornal argentino Clarín revelou na quinta-feira (30) detalhes de uma investigação que expôs uma rede de lavagem de dinheiro ligada ao Comando Vermelho (CV), facção criminosa que foi alvo de uma megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão na terça-feira (28). Segundo o veículo, o grupo investiu mais de US$ 500 milhões em criptomoedas, principalmente Bitcoin (BTC) e Tether (USDT), ao longo de pelo menos oito anos de atuação na Argentina.

A investigação, conduzida pela Procuradoria de Crimes Econômicos e Lavagem de Dinheiro (PROCELAC), descobriu reportagens de oito pessoas e na acusação formal de outras cinco por participação no esquema, que operava por meio de empresas de fachada e fundos financeiros usados ​​para aquisição de carros e imóveis de luxo.

De acordo com a publicação, a rede era composta por cidadãos brasileiros e argentinos e funcionava como braço financeiro do CV fora do Brasil. As manobras incluíram a aplicação, o direcionamento e a conversão de recursos em produtos financeiros e ativos virtuais, dando aparência de legalidade a valores provenientes de tráfico de drogas, fraude e evasão fiscal.

O documento do Ministério Público argentino descreveu que os investigados “formaram uma organização designada a realizar, de forma regular, diversas operações econômicas e financeiras” entre outubro de 2015 e setembro de 2023, com o objetivo de disfarçar a origem ilícita dos recursos. O jornal cita o nome Marcelo Alves de Sousa como líder do grupo.

A PROCELAC constatou que parte do dinheiro foi convertida em 188,7 bitcoins (cerca de US$ 13,6 milhões) e mais de US$ 515 milhões em Tether (USDT). O valor total movimentado pelo grupo chegou a US$ 520,5 milhões, segundo o promotor Diego Velasco.

Além das criptomoedas, a rede também investiu em carros de luxo e imóveis registrados em nome de empresas de fachada, em uma tentativa de legitimar o dinheiro originário do CV. Durante as buscas, as autoridades apreenderam milhares de dólares, euros e 46 milhões de pesos em residências ligadas aos investigados.

O caso, julgado pelo Tribunal Oral Federal 7 (TOF7), terminou com penas de até três anos de prisão suspensa para os oito réus que firmaram acordos de delação premiada. Outros cinco acusados ​​ainda responderão em julgamento oral, segundo o Clarín.

A investigação reforça os alertas das autoridades argentinas sobre o avanço do CV e do narcotráfico brasileiro no país. Após uma operação violenta policial nas favelas da Penha e do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, a ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, declarou estado de alerta máximo nas fronteiras norte e nordeste, temendo a fuga de membros do Comando Vermelho para o território argentino.

Megaoperação contra o CV no Rio

Uma megaoperação conjunta das polícias Civil e Militar deixou 121 mortos nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, na última terça-feira. A ação, que mobilizou cerca de 2.500 agentes para cumprir mandatos de prisão e busca, teve como alvo lideranças do Comando Vermelho (CV) e resultou na apreensão de 118 armas, entre elas 91 fuzis, além da prisão de 113 pessoas.

O número de mortos supera o massacre do Carandiru, em 1992, e gerou forte comoção. Moradores relatando descobertas de corpos em uma área de mata na Serra da Misericórdia, e o Instituto Médico-Legal foi fechado para receber exclusivamente as vítimas.

A Defensoria Pública montou um posto para auxiliar na identificação dos corpos, enquanto a polícia afirma que a operação foi planejada durante um ano para desarticular o tráfico comandado por CV em várias regiões do estado. As informações são do UOL.

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Fonteportaldobitcoin

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