Uma das novas fronteiras para o mercado de criptomoedas é criar fluxos de crédito para o sistema financeiro tradicional por meio de estruturas baseadas em contratos inteligentes. O tema ganhou destaque nesta sexta-feira (28) na Blockchain Conference Brasil 2025, realizada em São Paulo.
O debate foi iniciado por Lucca Cantarini, advogado e especialista em Compliance Regulatório Crypto no Nubank, que chamou a atenção para o potencial da tecnologia. Segundo ele, Protocolos como Aave e Compound permitem que instituições tomem empréstimos e repassem crédito ao cliente final com juros e condições significativamente mais vantajosos.
“Os bancos ignoravam o mercado de stablecoins, mas esses segmentos ficaram tão grandes que se tornou impossível ignorar. Com o mercado de crédito será igual. Quando os valores crescerem, os bancos vão querer adaptar essas ferramentas à sua realidade para não perder o bonde”, afirmou Cantarini.
João Gianvecchio, gerente de ativos digitais do Banco BV, reforçou que os mercados tradicionais e criptográficos tendem a coexistir cada vez mais na oferta de crédito, mas ressaltou que o setor blockchain ainda precisa evoluir.
“O mercado tradicional tem índice de Basileia, ajuste sobre alavancagem, balanço de depósito e garantia. Há diversos indicadores e mecanismos de controle para evitar uma quebra sistêmica. As empresas digitais terão que se aproximar desse universo para mitigar riscos”, explicou.
A mesma avaliação foi compartilhada por Gustavo Lopes, da Truther, que destacou a necessidade de o setor criptográfico incorporar especialistas na análise de risco para estruturar operações mais complexas.
“Usar Bitcoin como garantia para emprestar USDC é relativamente simples. Já operações mais sofisticadas, como usar uma Cédula de Produto Rural tokenizada para oferecer crédito de carbono tokenizado, desative outro nível de estrutura”, instruído.
Daniel Coquieri, CEO da Liqi, lembrou que grandes instituições já estão testando modelos semelhantes aos de protocolos DeFi, mas sem a descentralização completa. Segundo ele, o Itaú utilizou um sistema inspirado no Aave para estruturar uma operação de crédito de R$ 80 milhões — e o Banco BV realizou operação de mesmo valor.
“O uso dessa tecnologia já está acontecendo e tende a crescer. Isso vai se tornar cada vez mais comum”, afirmou Coquieri.
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Fonteportaldobitcoin



