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Resumo da notícia

  • Framework 6T explica como VCs evitam projetos fracos.

  • Fundadores e teses definem o futuro de qualquer projeto.

  • Tração e tecnologia sólida separam hype de valor real.

Durante uma conversa com o youtuber Felipe Escudero e o Cointelegraph Brasil, em preparação para o Blockchain Conference Brasil, Rodrigo Trindade, head de Research, Fintech e Blockchain da Iporanga Ventures, abriu uma ‘caixa-preta’ do venture capital e detalhou o que realmente importa na hora de selecionar startups e protocolos que têm chance de se tornarem gigantes.

“Investir em projetos no estágio inicial não tem nada de aleatório. A gente busca fundamentos reais, mesmo quando os dados ainda são escassos”, explicou.

A metodologia, segundo ele, se resume a um framework conhecido como “6T”, muito usado entre gestores profissionais.

“A primeira coisa que eu olho é o tempo. Se o tempo não convence, não tem tecnologia, mercado ou tese que resolve.” Para ele, equipes que já construíram produtos, enfrentaram ciclos de ruínas e possuem histórico comprovado possuem enorme vantagem.

Esse ponto, inclusive, se conecta a uma dor comum entre investidores de varejo: a falta de acesso direto aos fundadores. Enquanto o investidor comum precisa confiar apenas no site do projeto e nas publicações nas redes sociais, os VCs conversam pessoalmente com os criadores.

“A análise de pessoas é tão importante quanto a análise. Venture capital é, acima de tudo, um negócio de pessoas”, afirmou.

Como escolher um projeto criptográfico

A segunda etapa é avaliar se a tese faz sentido. Trindade explicou que a maioria dos projetos fracassa justamente porque tenta resolver problemas artificiais. “A tese precisa se encaixar com uma demanda de mercado atual. Não adianta criar algo para um cenário hipotético que talvez nunca exista.”

Ele citou como exemplo a evolução das stablecoins, que resolveram um problema concreto: a volatilidade. Assim, o mercado tornou-se mais eficiente e viabilizou centenas de modelos de negócio. “A tese boa é aquela que anda junto com a evolução natural do mundo”, reforçou.

Rodrigo fez questão de destacar a importância do “Tamanho de Mercado”, o terceiro T. Ele afirmou que muitos projetos caem porque atendem nichos pequenos demais. “É difícil escalar quando o mercado é restrito. A gente busca ideias que possam atingir um público grande ou que atue em setores em expansão.”

Ele citou o setor de crédito, tokenização e infraestrutura financeira como exemplos de campos imensos, ainda pouco explorados no blockchain.

“Tudo o que envolve crédito tende a escalar em massa, porque o sistema financeiro inteiro funciona com base nisso.”

O quarto T, “Tecnologia”, aparece como um pilar crítico. Segundo Trindade, a análise não foca apenas no código, mas na aplicabilidade. “Não basta ter uma tecnologia bonita. Precisa ser prática, eficiente e superior ao que existe hoje.”

Ele apontou que projetos que ignoram tecnologias básicas do mercado, como stablecoins para remessas internacionais, já começaram em desvantagens.

“Não dá para falar de pagamentos globais sem stablecoins. Se um projeto tenta reinventar a roda, a gente já olha com desconfiança.”

Tração e transformação

O quinto T, muitas vezes negligenciado pelo público, é “Tração”. Trindade destacou que número de usuários, investidores ativos, volume e parcerias reais dizem muito sobre a saúde do projeto.

“Mesmo em estágio inicial, dá para ver se a ideia ganha atração natural ou se está crescendo apenas por causa de airdrops e incentivos artificiais”, disse.

Segundo ele, o mercado já entendeu que muitos tokens crescem artificialmente com hype e colapsam quando os incentivos acabam. “O estímulo orgânico é o que separa projetos sérios de experimentos passageiros.”

O último T, “Transformacional”, exige que o projeto tenha capacidade de mudar mercados inteiros — não apenas funcionar. “As pessoas procuram negócios que realmente possam transformar o setor onde estão inseridos, como soluções de crédito colateralizado, tokenização ou infraestrutura de pagamentos.”

Ele afirmou que essa visão é essencial para fundos. “Um projeto que apenas replica o que já existe não se sustenta. O que buscamos é o efeito de rede, uma inovação que expande fronteiras.”

O alerta sobre o “cassino” das criptomoedas

Durante a entrevista, Trindade também fez um alerta que viralizou rapidamente. “Sim, existe muito cassino em criptografia. Muita coisa nasce só para captar recursos e cair depois. Mas isso não significa que não existem projetos sérios.”

Ele explicou que os VCs se diferenciam um lado do outro analisando o histórico dos fundadores, o tipo de investidor que acompanha o projeto e os mecanismos de governança. “Os fundos sérios trabalham com trabalho, delegação e controles para evitar que tudo vire um pump-and-dump.”

Trindade revelou ainda um ponto pouco conhecido do público: VCs trocam informações o tempo inteiro.

“Noventa por cento dos nossos investimentos são feitos em conjunto com outros fundos”, afirmou. Essa prática reduz riscos, aumenta a qualidade da análise e ajuda a bloquear projetos duvidosos antes que eles captem grandes valores.

“Quando um VC sério identifica que um tempo não tem background ou que há inconsistências, essa informação circula. Isso protege o mercado”, explicou.

Rodrigo encerrou uma conversa reforçando que os 6Ts não são exclusivos de grandes fundos. Segundo ele, qualquer investidor pode se beneficiar da lógica.

“Olhe o tempo, a tese, o mercado, a tecnologia, a atração e o impacto transformacional. Se um projeto não consegue responder a esses seis pontos, provavelmente não vai longe.”

Fontecointelegraph

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