Resumo da notícia:
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A CNE está na fase final do guia de IA nas escolas e universidades, que deverá ser levado à Consulta Pública em 2026.
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Guia tem como objetivo apoiar alunos e professores, mas também ajudar na gestão de escolas e universidades.
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Questões com privacidade e direitos autorais também são tratadas pelo documento.
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Diretrizes devem respeitar as desigualdades existentes no país e não devem trabalhar autonomia pedagógica das instituições, uso inteligente e criativo da IA.
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Documento que estimula o pensamento crítico e evita que os estudantes sejam transformados em “robôs”.
O Conselho Nacional de Educação (CNE) revelou esta semana que está em fase final de elaboração de um guia de instruções de uso de inteligência artificial (IA) direcionado a escolas e universidades de todo o Brasil.
Em entrevista à Record, o membro do CNE Celso Niskier, correlator da elaboração do documento, disse que o texto, após aprovado pelo colegiado, deve ser colocado em Consulta Pública para que a sociedade possa opinar, antes de ser homologado pelo Ministro da Educação, Camilo Santana.
Segundo Niskier, o guia tem como objetivo apoiar alunos e professores, mas também ajudar na gestão de escolas e universidades, além de apontar os cuidados necessários para que a IA não seja mal utilizada, já que o documento aborda questões como privacidade, proteção de dados e direitos autorais de obras educacionais.
O representante do CNE disse ainda que a proposta de resolução quer respeitos à autonomia pedagógica das instituições de ensino, mas também que eles sabem o que o CNE e o Ministério da Educação (MEC) pensam a respeito dessa “verdadeira revolução”.
Celso Niskier acrescentou que o guia deve considerar a desigualdade de acesso às tecnologias, mas também a desigualdade cognitiva, de alunos que têm mais ou que têm menos dificuldades, destacando que o Brasil é um país desigual, para que a normativa não vire “uma letra morta”.
Ele enfatizou que o guia não deve ser uma regra geral, para que as diretrizes não travem a inovação, o uso inteligente e criativo da IA. Nesse caso, Celso Niskier frisou que a IA na educação está ligada ao desenvolvimento do pensamento crítico dos estudantes.
Nós estamos saindo de um modelo em que normalmente se pergunta o que o aluno decorou sobre um determinado assunto, sobre um determinado fato ou sobre um projeto que ele sabe fazer, e indo para um momento em que a gente quer estimular que o aluno faça boas perguntas… Então esse é o papel de qualquer tecnologia, especialmente da inteligência artificial, argumentou.
O especialista destacou o papel dos professores como mentores do desenvolvimento do pensamento crítico dos alunos, para que a IA “seja uma ferramenta de despertar curiosidade do jovem, na busca de mais informações… e não simplesmente fazer com que o jovem reproduza conhecimentos… porque aí, de fato, ele vira um robô”.
Um ponto que eu quero adiantar do documento é a obrigação de ensinar inteligência artificial nas licenciaturas, nos cursos de formação inicial docente. Queremos, no Brasil, professores que não apenas aprendam a utilizar IA, mas também aprendam de limites éticos, o uso adequado do ponto de vista pedagógico, uma forma de estimular o pensamento crítico do aluno, adiantou.
Esta semana a Deloitte divulgou uma pesquisa apontando que os brasileiros acreditam que IA reduz riscos financeiros, mas ameaça privacidade, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.
Fontecointelegraph




