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Ó Bitcoin volta a ganhar força nesta sexta-feira (31) após chegar a cair para US$ 106 mil na tarde de ontem, ainda que tenha leve queda no acumulado de 24 horas, enquanto o mercado mais amplo de criptomoedas tem queda mais acentuada. Os investidores refletem sobre o cenário após o Reserva Federal cortar os juros nos Estados Unidos e indicar que as reduções em 2025 terminarão, além do acordo comercial anunciado pelo presidente Donald Trump com a China.

Nesta manhã, o Bitcoin recuou 0,2%, cotado a US$ 109.813. Em reais, a maior criptomoeda do mundo é negociada a R$ 593.477, segundo dados do Portal do Bitcoin.

Entre as altcoins, o Ethereum recua 1,5%, cotado para US$ 3.842, enquanto o BNB cai cerca de 3%, assim como aa Solana. Já o Dogecoin tem queda de pouco mais de 2%, ao passo que o XRP cai mais de 2,5%.

A decisão do Fed de encerrar seu programa de aperto quantitativo (QT) colocou os mercados de criptomoedas em um momento crucial, com investidores avaliando se essa mudança de boato reacenderá a alta do Bitcoin ou levará a uma repetição da queda pós-política monetária de 2019.

Esse processo é positivo para ativos de risco como o Bitcoin, segundo especialistas. A mudança de rumo do Fed, no entanto, pode ser uma faca de duas pontas. Historicamente, essas transições foram inicialmente acompanhadas de volatilidade, mas acabaram abrindo caminho para fluxos de capital em investimentos de maior rendimento à medida que o relaxamento financeiro se iniciasse.

“Apesar de um corte de 25 pontos-base na taxa de juros, os traders estão diminuindo as expectativas de novos cortes, precificando agora uma menor probabilidade de outro corte em dezembro”, disse Riya Sehgal, analista de pesquisa da Delta Exchange, ao Decrypt. “Os fluxos de ETFs confirmam o tom cauteloso, com fundos de Bitcoin registrando saídas de US$ 197,5 milhões e fundos de Ethereum, US$ 66,2 milhões.”

No entanto, o cenário atual, com a guerra comercial entre EUA e China e a pressão política sobre o Fed, apresenta uma semelhança impressionante com 2019.

“Os paralelos são claros: pressão tarifária, política de interferência e um Fed com postura mais flexível, mas desta vez o Bitcoin está no centro dos fluxos de liquidez globais”, disse Ryan Lee, analista-chefe da Bitget. “Ao contrário do mercado pré-institucional de 2019, o cenário atual das criptomoedas pode ampliar os ganhos em vez de gerar estresse.”

“As coisas estão bem diferentes do ciclo de liquidez de 2019”, disse Sean Dawson, chefe de pesquisa da plataforma de negociação de opções on-chain Derive, citando as principais diferenças no cenário macroeconômico.

Dawson destacou que a taxa de juros atual, de aproximadamente 4%, é muito maior do que os 2,5% coletados em 2019, o que significa que “há mais energia acumulada nos mercados que pode fluir para ativos de risco, como o Bitcoin, se as taxas caírem”.

Uma iminente mudança na liderança do banco central, com a nomeação de um substituto escolhido por Trump, provavelmente também acelerará os cortes nas taxas de juros, acrescentou o analista, alertando que criaria issoia um “Fed com política monetária expansionista”, o que seria “extremamente benéfico para os detentores de Bitcoin”.

Embora Lee tenha reconhecido que os juros comerciais entre os EUA e a China e a pressão política podem causar volatilidade de curto prazo e levar a uma correção de 10% a 15% para o Bitcoin, ele acredita que “o ciclo de flexibilização monetária mais amplo estabelece um tom favorável para ativos de risco”.

“Os operadores de opções ainda estão buscando proteção de curto prazo, um sinal de que o medo da queda de outubro permanece fresco na memória do mercado”, informou Dawson, ecoando a cautela expressa por Lee.

Apesar do potencial para questões de curto prazo, ambos os especialistas concordam que a perspectiva de longo prazo é decididamente otimista, impulsionada pela nova realidade regulatória e macroeconômica.

“Estamos realmente em território desconhecido; o governo atual está totalmente comprometido com a adoção de criptomoedas, juntamente com a expectativa de taxas de juros mais baixas, o que é extremamente positivo para o Bitcoin”, disse Dawson.

A flexibilização financeira por parte do Fed é necessária para que o Bitcoin rompa a faixa de negociação de US$ 105.000 a US$ 115.000, disse o analista, prevendo uma meta de US$ 200.000 para o terceiro trimestre de 2026, condicionada a desenvolvimentos macroeconômicos e geopolíticos específicos.

* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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Fonteportaldobitcoin

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