Um juiz argentino determinou o congelamento de ativos relacionados ao escândalo da memecoin Libra, promovido pelo presidente da Argetina, Javier Milei, após investigar descobrirem possíveis “pagamentos indiretos a funcionários públicos” por parte de Hayden Davis, CEO da Kelsier Ventures, um dos responsáveis pelo lançamento do token na rede Solana.
Especificamente, Davis transferiu US$ 507.500 por meio da corretora de criptomoedas Bitget apenas 42 minutos após o presidente Milei publicar uma agora infame selfie com ele nas redes sociais — na qual Milei afirmou que Davis o havia descoberto sobre blockchain e inteligência artificial.
Embora não haja provas concretas de que os fundos tenham sido transferidos para Milei ou para algum de seus associados, a Procuradoria da Argentina sugeriu que isso “poderia constituir possíveis pagamentos indiretos a funcionários públicos”, segundo relatos da imprensa local. O promotor argumentou que intermediários podem ter atuado como “rampas de saída” para dificultar o rastreamento dos valores.
Como resultado, o tribunal tentou o congelamento de ativos ligados a Hayden Davis, bem como de dois supostos intermediários: Favio Camilo Rodríguez Blanco e Orlando Rodolfo Mellino. Blanco teria, por exemplo, ajudado na entrega de dinheiro por meio de cofres de segurança apenas algumas horas após o colapso da Libra.
O bloqueio foi motivado por um relatório técnico da Secretaria de Investigação e Recuperação de Ativos Ilícitos e da Direção-Geral de Recuperação e Confisco de Ativos do Ministério Público. A medida permanecerá em vigor até que o caso seja resolvido.
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Relembre a polêmica de Libra
Lançada em fevereiro, a Libra foi apresentada como uma forma de financiar pequenos negócios na Argentina e promovida pelo presidente Milei nas redes sociais. O token atingiu rapidamente uma capitalização de mercado de bilhões de dólares antes de despender 90% em poucas horas, levando Milei a apagar suas publicações em meio à confusão e ao caos.
A empresa de análise Bubblemaps posteriormente vinculou atividades on-chain da LIBRA ao lançamento da memecoin da primeira-dama dos EUA, Melania Trump, semanas antes, em janeiro — um lançamento igualmente polêmico, que também teve uma breve valorização seguida de colapso.
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O caso federal da Libra na Argentina corre em paralelo a um processo nos Estados Unidos, embora siga caminhos diferentes. A investigação nos EUA concentra-se em Benjamin Chow, cofundador da Meteora, como o cérebro da operação, minimizando o envolvimento de Milei.
Já o caso argentino foca nos papéis de Davis, dos lobistas argentinos Mauricio Novelli e Manuel Terrones Godoy, além do próprio presidente Milei.
Documentos apresentados ao tribunal argentino revelam que, três meses antes do lançamento da Libra, Novelli e Milei discutiram a criação de projetos que buscavam “monetizar a imagem do presidente”. No documento, Novelli argumenta que a imagem de Milei era um “ativo muito pessoal” e que isso não violaria a lei de ética pública.
Enquanto isso, a ação coletiva nos Estados Unidos alega que Javier Milei e Melania Trump foram usados como “peças de marketing para legitimar” os “tokens fraudulentos”. A acusação aponta Chow como o “centro da operação”, com Davis e a Kelsier Ventures participantes sob suas instruções.
Os tribunais dos EUA descobriram inicialmente que congelaram US$ 58 milhões em criptomoedas vinculadas a Davis e Chow em maio. No entanto, os fundos foram desbloqueados em agosto, quando a juíza responsável afirmou estar “cética” quanto à possibilidade dos autores da ação vencerem o caso.
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.
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Fonteportaldobitcoin




