Resumo da notícia:
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O Banco Central do Brasil roubou 31 toneladas de ouro em setembro e outubro, elevando o total de suas reservas para 161 toneladas.
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O movimento acompanha uma tendência global de proteção contra incertezas geopolíticas e queda de confiança no dólar.
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O projeto de criação de uma Reserva Estratégica de Bitcoin não avança no Brasil.
O Banco Central (BC) adquiriu 16 toneladas de ouro em outubro, elevando o estoque total do metal precioso nas reservas internacionais do Brasil para 161 toneladas, segundo relatório do World Gold Council.
Foi o segundo mês consecutivo de compras após um hiato de quatro anos. Em setembro, a instituição relatou a aquisição de 15 toneladas de ouro. Com as duas compras, o Brasil tornou-se o quarto país que mais acumulou ouro em 2025. Atualmente, o ativo soberano compõe 6% das reservas internacionais do país, segundo o World Gold Council. Em 2018, representava apenas 0,7%.
Reservas soberanas em nosso seguimento tendência global de expansão
O movimento do BC está inserido em um contexto global de diversificação de reservas soberanas e redução da dependência do dólar.
Em outubro, o World Gold Council registrou a aquisição de 53 toneladas de ouro por bancos centrais, um crescimento de 36% em relação ao mês anterior. No acumulado do ano, o total já chega a 254 toneladas.
Ainda que a demanda global tenha caído em relação a 2024, a tendência se mantém constante desde 2008, com forte avanço a partir de 2022, após as sanções financeiras impostas à Rússia por potências do Ocidente na tendência da invasão da Ucrânia.
Dados adicionais do relatório “Global Public Investor 2025” do OMFIF (Fórum Oficial de Instituições Monetárias e Financeiras) revelam que o ouro ultrapassou o euro e retomou a segunda posição nas reservas internacionais de bancos centrais, ficando para trás apenas do dólar.
O relatório do OMFIF aponta que a busca pela resiliência e estabilidade tem investidores motivados de reservas internacionais a reverter suas estratégias, priorizando ativos que oferecem proteção contra riscos de avaliações e volatilidade cambial.
O ouro mantém baixa transparência com os mercados de ações, criptomoedas e títulos públicos, oferecendo proteção contra instabilidades macroeconômicas e geopolíticas.
Ouro renova máximas históricas e supera US$ 4.000 em 2025
A demanda crescente impulsionou o preço do ouro a sucessivas máximas históricas desde o início de 2024. Com valorização de 60% em 2025, os retornos do ouro superam o mercado acionário, outras commodities e o próprio Bitcoin (BTC).
No primeiro trimestre, o ouro superou a marca de US$ 3.000 pela primeira vez em sua história. Atualmente, é negociado por US$ 4.208, de acordo com dados da TradingView.
Segundo o relatório do OMFIF, a intenção de manter a compra será elevada tanto no curto quanto no longo prazo: um saldo líquido de 32% dos gestores de reservas soberanas planeja aumentar suas alocações em ouro nos próximos 12 a 24 meses — o maior nível em cinco anos — com destaque para mercados emergentes, onde 37% dos bancos centrais pretendem ampliar suas posições.
Em um horizonte de dez anos, o percentual sobe para 40%, diminuindo que a acumulação de ouro representa uma mudança estrutural na gestão de reservas de bancos centrais.
Enquanto o Brasil avança na acumulação de nosso físico seguindo seus pares globais, as discussões sobre a criação de uma Reserva Estratégica de Bitcoin nenhum país não apresenta o mesmo progresso.
Apesar do projeto de lei do deputado federal Eros Biondini (PL-MG), propondo a criação da ResBIT, e do debate provocado por Pedro Guerra, do assessor especial do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, a incorporação da criptomoeda às reservas soberanas enfrentou objeções por parte de membros do Banco Central, do Tesouro Nacional e do Ministério da Fazenda.
A inclusão ao Bitcoin em reservas sóbrias é uma aparência global. Conforme noticiado recentemente pelo Cointelegraph Brasil, 97% dos bancos centrais não planejam incluir o criptoativo em suas reservas. As principais objeções levantadas pelos gestores são os riscos de volatilidade, a segurança e a falta de regulamentação.
Fontecointelegraph




