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Resumo da notícia

  • Os bancos devem dominar o mercado de stablecoins, centralizando a liquidação, a liquidez e a infraestrutura regulada.

  • Exchanges e fintechs podem perder usuários, à medida que stablecoins migrem para serviços bancários.

  • Experiência e liquidez decidirão a disputa, e o usuário final escolherá o sistema mais simples e rápido

Neste sábado, 29, durante a Blockchain Conference Brasil, Rocelo Lopes, CEO da SmartPay, destacou que os bancos vão dominar o mercado de stablecoins e ‘roubar’ usuários das exchanges, carteiras e fintechs.

Para ele, a corrida das instituições financeiras tradicionais rumores sobre stablecoins não é apenas estratégica, mas também estratégica, porque cria uma nova camada de serviços capaz de atrair milhões de usuários que hoje dependem de aplicativos de câmbio, contas internacionais, exchanges e carteiras digitais.

Rocelo descreveu o momento atual como um verdadeiro “showroom global de stablecoins”. Por um lado, o Bitcoin continua valorizado, porém distante da utilidade cotidiana do dólar digital.

Por outro lado, stablecoins como USDT e USDC ganham terreno e empurram instituições para compensar suas transações. Ele lembra que algumas stablecoins podem se fortalecer, outras podem desaparecer, mas a competição vai acelerar. Paralelamente, os bancos podem criar suas próprias stablecoins para atender demandas específicas e competir diretamente com empresas criptografadas.

Blockchains ainda são falhas e os bancos vão dominar

No entanto, de acordo com ele, a escalabilidade é o próximo obstáculo. Rocelo afirma que existem mais de duas mil blockchains no mercado, porém nenhuma delas, isoladamente, consegue substituir um sistema global de pagamentos.

Falta interoperabilidade, padronização e um protocolo comum que garanta que uma transação enviada em uma carteira aplicável corretamente em outra, sem divergências ou falhas visuais. Segundo ele, “o usuário precisa confiar no saldo calculado”, e isso nem sempre acontece hoje. Esse problema precisa ser resolvido para que as stablecoins avancem para o patamar seguinte.

Apesar das dificuldades, a direção é clara. A necessidade de infraestrutura está quase pronta, e o setor já entrou em uma fase em que tenta entregar mais velocidade, segurança e simplicidade. Soluções como a Liquid estão evoluindo, mas ainda não atingiram o nível de inteligência e tecnologia necessária. É por isso que Rocelo acredita que o mercado caminha para um ponto de concentração.

E é neste ponto que ele apresenta a afirmação mais forte de sua análise: os bancos vão dominar o mercado de stablecoins. Ele explica que, se no passado defendeu o lema “fork the banks”, hoje é mais próximo de “love the banks”, porque percebe que apenas essas instituições têm uma estrutura, a confiança pública e a capacidade regulatória para concentrar as operações em larga escala.

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Para isso, os bancos possuem algo fundamental: capilaridade e governança, elementos que permitem a tecnologia em produto de massa. Eles podem rodar vários nósoperar financeiramente global e converter ativos digitais com segurança. Hoje, ainda existem casos em que não é possível converter USDT por limitações técnicas ou regulatórias, mas Rocelo acredita que isso vai desaparecer. Quando essas barreiras caírem, as instituições financeiras terão tudo para centralizar e organizar as transações digitais.

No fim das contas, a conclusão é que alguém vai concentrar tudo. E esse alguém, segundo Rocelo Lopes, será o setor bancário. As exchanges, as carteiras digitais e as fintechs continuarão existindo, mas perderão usuários para os bancos assim que o ecossistema de stablecoins estiver integrado à infraestrutura financeira tradicional. Os bancos têm a operação, a confiança e a liquidez, e oferecem liberdade para que outros participantes utilizem o sistema da maneira que desejarem.

Para Rocelo, é apenas uma questão de tempo até que as stablecoins deixem de ser vistas como produtos alternativos e passem a ser a base da economia digital global. E quando isso acontecer, os bancos receberão no centro dessa transformação, preparados para absorver milhões de usuários que hoje vivem exclusivamente no mundo criptográfico

Não faz diferença qual stablecoin você usa

Durante o mesmo painel, Silvio Pegado da Ripple, destacou que no fim das contas, talvez nem faça tanta diferença quanto à stablecoin que você usa, desde que ela funciona e que você recebe ou que precisa receber.

“A escolha pode depender apenas de quem entrega a melhor experiência ou de quem oferece mais liquidez. O usuário final quer que tudo aconteça de forma simples e rápida. Eu vejo isso como uma grande habilidade do mercado: ele cria sistemas enormes, parâmetros sólidos e consegue transformar o conhecimento na prática. São mais de doze anos de construção, sendo quatro deles aqui no Brasil. E foi só recentemente que começamos a compartilhar esse aprendizado de forma mais ampla. No fim, tudo é software. Eu envio daqui, recebo de lá. É tecnologia que conecta pontos.

Na mesma linha, Lucas Dib Anselmo da Nomad, afirmou que é o usuário que vai decidir qual modelo de pagamento é melhor para ele e que faz mais sentido para seu cotidiano.

“E quem vai intermediar tudo isso? Pode ser Tether, pode ser Circle, pode ser Visa. Quem tiver capilaridade e distribuição vai ocupar espaço. Essas empresas vão entrar no mercado, vão ganhar escala e podem até empurrar o setor para frente. Mas sempre será um campo complexo, porque elas precisam resolver problemas reais. E, ao final, o que importa é entregar solução — aqui, agora. Isso é o que define quem fica no mercado.

Fontecointelegraph

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