Arthur Hayes, analista de experiência de mercado e ex-CEO da corretora de criptomoedas BitMEX, atribuiu a recente queda no preço do Bitcoin à redução da liquidez em dólaresem vez de fatores como apoio governamental ou investidores institucionais que deixaram de estar “comprados em Bitcoin”.
“O Bitcoin é o indicador de liquidez global em moeda fiduciária no mercado livre”, escreveu na segunda-feira. “Ele é negociado com base na expectativa de oferta futura de moeda fiduciária.”
O Bitcoin caiu abaixo de US$ 90.000 na manhã de terça-feira, atingindo um mínimo em sete meses — um dia depois de apagar todos os seus ganhos de 2025. Hayes acredita que o fato do BTC ter chegado à faixa dos US$ 90.000 enquanto os índices de ações S&P 500 e Nasdaq 100 estão próximos de suas máximas históricas significa que um “evento de crédito está se formando”.
“O Bitcoin caiu abaixo de US$ 90.000 enquanto os índices S&P 500 e Nasdaq 100 estão próximos de suas máximas históricas significa que um evento de crédito está se formando.” Hayes argumenta que, se as ações sofrerem uma correção de “10% a 20%” e as taxas de juros permanecerem próximas de 5%, o governo dos EUA imprimirá mais dólares. Ele acredita que esse aumento de liquidez poderia fazer com que o Bitcoin “desparasse” para um preço entre US$ 200.000 e US$ 250.000 até o final do ano, “caso os mercados de risco em geral entrem em colapso e o Fed e o Tesouro acelerem seus programas de impressão de dinheiro”.
Hayes relatou que o Bitcoin havia subido desde abril, apesar da queda na liquidez do dólar, sua própria combinação de métricas. O executivo de criptomoedas, que recebeu perdão de Trump, acredita que isso se deve a compras institucionais que o sustentem com altos fluxos de entrada em ETFs, bem como à “retórica benéfica à administração financeira de Trump”.
Os ETFs sofreram saídas históricas nos últimos meses. Na semana passada, o ETF Bitcoin Trust (IBIT) da BlackRock, líder de mercado, registrou uma saída recorde de US$ 463 milhões em um único dia, em 14 de novembro, enquanto os fundos de criptomoedas em geral, internacionalmente, viram suas saídas semanais chegarem a US$ 2 bilhões.
Hayes atribuiu essa queda ao fato de que cinco dos maiores detentores do IBIT US da BlackRock, o maior ETF de Bitcoin do mundo, são fundos de hedge e empresas de investimento como Goldman Sachs e Jane Street, que o utilizam em uma estratégia conhecida como “operação de base”.
Nesse tipo de operação, os investidores assumem uma posição em um ativo e uma posição alternativa em um contrato futuro relacionado — por exemplo, comprar um ETF de Bitcoin e vender a descoberta de um contrato futuro de Bitcoin. Os investidores lucraram quando a diferença entre os preços do ativo e do futuro diminuiu.
“Os maiores detentores dos maiores ETF em ativos sob gestão (AUM) (o IBIT US da BlackRock) utilizam o ETF em uma operação de base; eles não estão comprados em Bitcoin”, afirmou Hayes. “Eles venderam a descoberta de um contrato futuro de Bitcoin listado na CME em vez de comprar o ETF para lucrar com o spread entre os dois.”
Ele acrescentou: “Isso é eficiente em termos de capital, porque uma corretora geralmente permite que eles usem o ETF como garantia para sua posição vendida em futuros.”
As operações de base representam uma grande parte do setor de serviços financeiros. O JPMorgan estimou, em abril, que havia US$ 400 bilhões bloqueados nesse tipo de operação.
Como o Bitcoin está em declínio recente, a “base” dessas operações é menor, o que significa menos entradas no ETF, já que elas parecem menos lucrativas. Hayes argumenta que os investidores de varejo estão interpretando erroneamente o comportamento desses investidores institucionais, cujas ações não representam tanto a fé no preço futuro do Bitcoin, mas sim a orientação desse tipo específico de operação.
“Agora, os investidores de varejo acreditam que esses mesmos investidores não gostam do Bitcoin, criando um ciclo de feedback negativo que os influencia a vender, o que diminui a base, fazendo com que os mais investidores institucionais vendam o ETF”, disse ele.
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.
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Fonteportaldobitcoin
