Em resumo
- A Europol derrubou uma rede de crimes cibernéticos que fornecia cartões SIM a fraudadores em mais de 80 países.
- A atividade criminosa facilitada pela rede resultou em perdas superiores a US$ 5 milhões na Áustria, enquanto as autoridades apreenderam US$ 330.000 em criptografia de supostos membros da rede.
- A ação da Europol surge num momento em que a criptografia aparece cada vez mais na criminalidade internacional e num momento em que as agências responsáveis pela aplicação da lei intensificam o seu policiamento do cibercrime.
A Europol apreendeu US$ 330.000 em criptografia e prendeu sete indivíduos como parte da derrubada de uma rede de crime cibernético como serviço que opera na Letônia.
Com o codinome SIMCARTEL, a operação liderada pela Europol e pela Eurojust apreendeu 1.200 dispositivos SIM box e 40.000 cartões SIM, que a rede forneceu a fraudadores em vários países.
A operação também contou com a colaboração de investigadores na Áustria, onde as perdas decorrentes de fraudes relacionadas totalizaram 5,2 milhões de dólares, e na Letónia, onde as perdas ascenderam a 487.663 dólares.
A Europol descreveu a rede do cibercrime e a sua infra-estrutura como “tecnicamente altamente sofisticada”, com a rede a fornecer números de telefone a indivíduos e entidades em mais de 80 países.
Os números foram usados para criar contas falsas na Internet e nas redes sociais, que por sua vez foram usadas para conduzir fraudes enquanto ocultavam as verdadeiras identidades e localizações dos perpetradores.
Crimes cometidos utilizando a infra-estrutura da rede, incluindo phishing e smishing, fraude, extorsão, contrabando de migrantes e distribuição de material de abuso infantil.
Exemplos mais específicos incluem fraude em mercados online, golpes de “novos números” no WhatsApp, fraude em investimentos e até sites falsos de compras e bancos.
Além das sete detenções e da apreensão de cartões SIM e caixas SIM, as autoridades também apreenderam cinco servidores que hospedam a infraestrutura online, dois sites que anunciam os serviços da rede, quatro veículos de luxo e “centenas de milhares” de cartões SIM adicionais.
Os US$ 330 mil em criptomoedas apreendidos não foram discriminados de acordo com tokens específicos, enquanto a Europol também congelou US$ 500 mil nas contas bancárias dos suspeitos.
Os investigadores atribuíram mais de 1.700 casos de fraude cibernética à rede na Áustria e cerca de 1.500 na Letónia, atestando o âmbito da rede e a atividade que facilitou.
Visando o crime cibernético
A ação da Europol surge num contexto de aumento dos esforços coordenados a nível internacional para combater as redes de cibercriminalidade, muitas das quais tendem a operar ou armazenar receitas através de criptomoedas.
Em setembro, a Interpol apreendeu US$ 97 milhões em criptomoedas, e US$ 439 milhões no total, como parte de uma ação que abrangeu 40 países.
Em Agosto, outra acção da Interpol, desta vez centrada em África, resultou na prisão de 1.200 indivíduos, bem como no desmantelamento de 25 instalações de mineração de criptografia e na apreensão de 97,4 milhões de dólares.
Tais ações de aplicação da lei ocorrem enquanto as ONG relatam o “papel crescente” que as criptomoedas desempenham no crime nos Balcãs Ocidentais, por exemplo, onde grupos de tráfico de drogas utilizam criptomoedas para ocultar e movimentar os seus lucros.
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Fontedecrypt