Os sistemas de visão artificial são estudados há anos e um, chamado Argus II, chegou ao mercado e foi instalado nos olhos de cerca de 400 pessoas. Mas esse produto foi posteriormente retirado depois de ter provado ser um perdedor de dinheiro, de acordo com a Cortigent, a empresa que agora possui essa tecnologia.
38 pacientes na Europa receberam um implante PRIMA num olho. Em média, descobriu o estudo, eles conseguiam ler cinco linhas adicionais em um gráfico de visão – o tipo com fileiras de letras, cada uma menor que a anterior. Parte dessa melhoria ocorreu devido ao que Sahel chama de “vários truques”, como usar uma função de zoom, que permite aos pacientes focar no texto que desejam ler.
O tipo de perda de visão tratada com o novo implante é chamado de atrofia geográfica, na qual os pacientes têm visão periférica, mas não conseguem distinguir objetos diretamente à sua frente, como palavras ou rostos. De acordo com a Prevent Blindness, uma organização de defesa, este tipo de perda central da visão afecta cerca de uma em cada 10 pessoas com mais de 80 anos.
O implante foi originalmente projetado há 20 anos por Daniel Palanker, um especialista em laser que agora é professor na Universidade de Stanford, que diz que sua descoberta foi perceber que os feixes de luz poderiam fornecer energia e informação a um chip colocado sob a retina. Outros implantes, como o Argus II, utilizam fio, o que aumenta a complexidade.
“O chip não tem cérebro. Ele apenas transforma a luz em corrente elétrica que flui para o tecido”, diz Palanker. “Os pacientes descrevem a cor que veem como azul amarelado ou cor do sol.”
O sistema funciona usando uma câmera vestível que grava uma cena e, em seguida, emite luz infravermelha brilhante no olho, usando um comprimento de onda que os humanos não conseguem ver. Essa luz atinge o chip, que é coberto por “basicamente minúsculos painéis solares”, diz Palanker. “Nós apenas tentamos substituir os fotorreceptores por um conjunto de fotos.”
CORPORAÇÃO DE CIÊNCIA DE CORTESIA
O sistema atual produz cerca de 400 pontos de visão, que permitem aos usuários distinguir os contornos de palavras e objetos. Palanaker diz que um dispositivo de próxima geração terá cinco vezes mais “pixels” e deverá permitir que as pessoas vejam mais. “O que descobrimos no estudo é que mesmo que você estimule pixels individuais, os pacientes percebem isso como contínuo. O paciente diz ‘Vejo uma linha’, “Vejo uma letra'”.