O crédito consignado privado, hoje estimado em cerca de R$ 50 bilhões, pode multiplicar de tamanho e alcançar R$ 300 bilhões nos próximos cinco anos. A possibilidade de conceder empréstimos com desconto em folha a trabalhadores da iniciativa privada, já solicitada por fintechs e plataformas especializadas, ainda tem amplo espaço para crescimento. O momento é especialmente favorável para empresas que buscam ampliar o relacionamento e fortalecer a fidelização por meio de produtos financeiros próprios.
Juliana Freitas, CEO e cofundadora da Bull, fintech focada em soluções de crédito, afirma que o modelo traz benefícios tanto para os trabalhadores quanto para as empresas. Para os funcionários, as condições mais seguras — com juros menores e garantia de pagamento via folha — tornam o serviço mais competitivo. Para as companhias, a oferta de crédito contribui para maior engajamento e retenção de clientes.
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“É um mercado com forte tendência de expansão, mas que exige conhecimento técnico e estrutura adequada”, afirma Freitas.
Por que o setor ainda avança um pouco?
Lançado em março de 2025, o consignado privado ainda é pouco conhecido por grande parte das empresas que têm base relevante de clientes pessoa física. Segundo Freitas, muitas organizações ainda não compreendem totalmente o potencial para rentabilizar e fortalecer seus relacionamentos com o público.
Desafios regulatórios e operacionais
Mesmo com interesse crescente, muitas empresas enfrentam dificuldades para colocar o produto no ar. É necessário desenvolver sistemas de concessão e gestão, obter autorização do Banco Central, garantir financiamento, além de manter áreas de compliance e cumprir critérios de reporte a órgãos como a Dataprev.
“Há barreiras de tecnologia, regulação e operação que tornam o processo caro e demorado”, afirma José Pires Neto, COO da Bull. “Sem parceiros especializados, estruturar uma operação de crédito pode levar cerca de um ano.”
Varejistas, plataformas de benefícios, empresas de RH, fintechs e até operadoras de saúde podem usar sua base de clientes ou colaboradores para oferecer crédito de forma segura. Além de novas receitas, o modelo ajuda a fortalecer vínculos e ampliar engajamento.
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Embora o setor ainda seja dominado por grandes bancos e financeiras, novos participantes — incluindo fintechs e empresas de tecnologia — começam a ampliar a concorrência e trazer inovação ao segmento.
Tecnologia como motor de expansão
Digitalização e inteligência artificial direcionada para reduzir inadimplências, aprimorar precificação e personalizar ofertas. Modelos avançados permitem ajustar prazos, valores e taxas de acordo com o perfil de cada cliente.
“Com IA, é possível testar mais variáveis, equilibrar aprovação e risco e adaptar as condições para cada público e canal”, explica Pires Neto.
Fidelização e geração de receita
Conceder crédito estruturado não apenas amplia receitas, mas também reforça o vínculo com o cliente. As empresas podem atuar apenas como originadoras — concessão de um imposto — ou financiar diretamente operações por meio de FIDCs e securitizadoras, participando da receita total gerada.
“Quando o crédito é bem estruturado e seguro, a relação com o cliente se fortalece. Ele permanece mais tempo na base e tende a consumir mais”, afirma Freitas.
Com forte potencial de expansão e capacidade de criação de empresas de ecossistemas, a modalidade atrai interessados em fidelizar clientes e ampliar a geração recorrente de receita.
Fontebeincrypto



