A Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara dos Deputados realizou audiência pública para discutir o Projeto de Lei nº 4.501/2024, de autoria do deputado Eros Biondini, que propõe a criação de uma reserva estratégica sóbria de Bitcoin pelo governo federal.

O encontro reuniu representantes do Ministério da Fazenda, Banco Central, setor financeiro e entidades ligadas à criptomoeda.

O debate revelou um ponto central: o choque entre a inovação tecnológica e o conservadorismo da política monetária.

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Os argumentos a favor

Para os defensores da proposta, como Diego Colling (Méliuz) e Júlia Rosin (ABcripto), o Bitcoin já deixou de ser um experimento marginal e se consolidou como um ativo global.

O Brasil é hoje o 7º maior mercado de criptoativos do mundo, com mais de 25 milhões de pessoas expostas ao setor. Além disso, o Bitcoin apresenta a maior valorização acumulada da última década, superando ouro, ações e moedas tradicionais.

Na visão dos apoiadores, adotar o Bitcoin nas reservas nacionais seria posicionar o Brasil na vanguarda da inovação, diversificar riscos e garantir soberania diante de um cenário internacional cada vez mais assustador.

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Países como El Salvador, Estados Unidos (com reservas específicas) e diversos estados norte-americanos já avançaram nesse sentido.

As críticas e preocupações

Do lado do governo, Daniel Leal (Ministério da Fazenda) e Luís Guilherme Ceciliano (Banco Central) foram enfáticos ao apontar riscos. O principal deles é a volatilidade extrema do Bitcoin, incompatível com o objetivo primário das reservas internacionais, que é servir de proteção em momentos de crise, garantindo liquidez e estabilidade cambial.

O Banco Central lembrou ainda que, segunda classificação do FMI, o Bitcoin não é ativo de reserva, mas um ativo de capital, semelhante a imóveis ou recursos naturais. Dessa forma, sua inclusão no portfólio oficial exigia mudanças legislativas mais robustas, possivelmente via lei complementar.

O ponto de equilíbrio

Rubens Sardenberg, economista-chefe da Febraban, buscou uma posição envolvida: descobriu a volatilidade como obstáculos, mas destacou que é importante que bancos centrais e gestores públicos incluam o Bitcoin no seu “cardápio de discussão”.

A questão seria definir qual percentual, em que momento e com que governança.

O que está em jogo

Mais do que discutir 5% das reservas em Bitcoin, a audiência pública abriu um debate maior: como o Brasil vai se posicionar diante da transformação financeira global trazida pelos criptoativos.

Ignorar pode significar atraso; Adotar sem cautela pode comprometer a revisão da política monetária.

O consenso é que o tema não voltará para a gaveta. Como ressaltou o deputado Luís Felipe de Orleans e Bragança, “as moedas tradicionais são todas inflacionárias; o Bitcoin se fortalece justamente por não depender de bancos centrais e nem de ingerências políticas”.

Conclusão

O PL 4.501/2024 pode sofrer ajustes, mas sua mera tramitação já cumpre um papel pedagógico: colocar na agenda pública a necessidade de discutir novas formas de reserva de valor.

O futuro da economia brasileira, no cenário de inovação global, passa também por como o país irá lidar com o Bitcoin.

Fonteslivecoins

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