O Bitcoin está abaixo de sua mídia móvel de 365 dias, em US$ 102 mil, desde a última sexta-feira (14), gerando debate entre analistas sobre um possível mercado em baixa. O Índice de Medo e Ganância caiu para 10, igualando os níveis de pânico vistos no início e meados de 2022.
Até hoje (20), cerca de US$ 700 bilhões foram desaparecidos do mercado no último mês. Apesar do medo intenso e de importantes quebras técnicas, sinais mistos de tendências macroeconômicas e atividades de grandes investidores mantêm os especialistas divididos sobre a direção imediata das criptomoedas.
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Preocupações técnicas crescentes
A segunda queda do Bitcoin abaixo de US$ 100 mil em uma semana acendeu alarmes. Agora, a moeda está sendo negociada abaixo da média móvel de 365 dias, um nível que marcou mudanças de regime nos mercados de baixa de 2018 e 2021. Análises apresentadas mostram que este indicador separa as fases de alta e baixa ao longo dos ciclos.
A queda não se limita ao preço. Dados on-chain mostram o Bitcoin abaixo do preço realizado para moedas mantidas de 6 a 12 meses em US$ 94,6 mil. Esse é o custo base para os chamados “compradores condenados do ciclo de alta”. Se o preço permanecer abaixo desse nível, muitos investidores correrão em perdas, o que poderá aumentar a pressão de venda.
Os futuros perpétuos de Bitcoin registraram seu maior aumento semanal no interesse em aberto desde abril, subindo para mais de US$ 3,3 bilhões. Muitos negociadores definiram ordens limitadas para comprar na queda quando o Bitcoin caiu para menos de US$ 98 mil. No entanto, os preços continuaram caindo, desencadeando essas ordens e criando uma exposição alavancada em um mercado em declínio.
O comerciante veterano Peter Brandt destacou sua preocupação com sua análise técnica. Brandt mencionou uma reversão ampla em 11 de novembro, seguida por oito dias de máximas mais baixas e um padrão de topo amplo. Suas projeções de baixa são US$ 81 mil e US$ 58 mil.
Impulsos contrários no mercado de baixa
No entanto, alguns especialistas dizem que essas condições não confirmam um mercado de baixa em grande escala. Eles chamam a fase atual de “quebra de meio de ciclo”, um período arriscado que necessita de mais sinais para confirmar uma tendência. Três gatilhos conseguiram confirmar um mercado de baixa:
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- O Bitcoin permanece abaixo da mídia móvel de 365 dias por quatro a seis semanas,
- investidores de longo prazo vendendo mais de 1 milhão de BTC dentro de 60 dias,
- um MACD negativo em todo o mercado.
Sinais dos grandes investidores e fundamentos macroeconômicos
Embora os índices de medo indiquem capitulação, dados on-chain mostram um aumento na acumulação de Bitcoin por grandes investidores. Endereços com 1 mil ou mais BTC aumentados, mesmo com a queda dos preços. Isso sugere que os investidores institucionais e principalmente veem o declínio como uma oportunidade de compra, não o início de um mercado de baixa prolongado.
Fundamentos macroeconômicos contradizem o mercado de baixa
A principal alegação contra um mercado de baixa vem dos fundamentos macroeconômicos. A liquidez global está em um recorde histórico, com mais de 80% dos bancos centrais afrouxando políticas. Esse afrouxamento financeiro amplo historicamente beneficia ativos de risco, com as criptomoedas sendo suscetíveis a ondas de crédito.
Analistas macroeconômicos destacam que os bancos centrais estão cortando taxas e adicionando liquidez. Dados do Banco de Compensações Internacionais confirmam a tendência: o crédito em dólares cresceu 6% e o crédito em euros aumentou 13% ano a ano até o segundo trimestre de 2025. A expansão do crédito impulsionou aumentos nos preços de ativos.
Dados históricos apoiam essa tese. Quando a liquidez aumenta, os ativos de risco geralmente se apreciam. As criptomoedas podem se beneficiar mais por serem ativos de fronteira. O cenário atual lembra os períodos pré-mercados de alta, quando correções breves ocorreram com a expansão da oferta monetária. A menos que essa tendência de liquidez se reverta—ou que os bancos centrais não sugiram— que os criptoativos permaneçam estruturalmente melhorados.
Ainda assim, o Relatório de Estabilidade Financeira Global de abril de 2025 do FMI destacou avaliações estimadas em ativos de tecnologia. A OCDE prevê que o crescimento do PIB global desacelere para 2,9% no próximo ano, ante 3,3% em 2024. Isso pode limitar quanto a liquidez pode gerar os preços. Como resultado, os analistas ponderam a abundância de liquidez frente aos ventos contrários econômicos no mercado atual.
Fontebeincrypto




