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A queda das big techs e o recuo do Bitcoin para abaixo de US$ 100 mil intensificaram o temor de uma bolha no setor de tecnologia, embora o economista Charles Mendlowicz interprete o cenário como uma correção, e não um colapso sistêmico.

O ambiente financeiro atravessa uma forte aversão ao risco, afetando justamente os segmentos que contribuíram para os ganhos recentes. O enfraquecimento das ações de empresas ligadas à inteligência artificial (IA) e a queda abrupta das criptomoedas reabriram o debate sobre a possibilidade de uma bolha associada à tecnologia.

Dados referentes à semana encerrada em 14/11 mostram que o índice Nasdaq Composite recuou cerca de 0,5%, enquanto o Dow Jones encerrou o período em nível alto. A pressão sobre o setor de tecnologia, alimentada por temores de supervalorização das ações expostas à IA, levou o Bitcoin ao nível menor em sete meses. O movimento se repetiu na Europa, onde o FTSE 100 caiu 1,1%, o CAC 40 recuperou 0,8% e o DAX perdeu 0,7%, segunda informações da Agência DC News e do relatório Ágora Insights.

Para Charles Mendlowicz, sócio da Ticker Wealth e fundador do canal Economista Sincero, o quadro exige cautela, ainda que não indique uma ruptura estrutural. Ele alerta para o risco de excesso de confiança no mercado.

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“O que mais me preocupa quando todo mundo pensa numa bolha é a galera falando que ‘não tem chance de ser uma bolha’”. Segundo ele, essa verdade costuma anteceder as quedas mais fortes. Um sinal clássico de risco, afirma, é quando “todo mundo acha que não é uma bolha”.

Mesmo assim, Mendlowicz considera o movimento atual como parte de um ajuste saudável. “Eu ainda acho que essa queda inicial é muito mais uma correção do que uma bolha. Não vejo o momento atual como um negócio que vai levar empresas à falência ou destruir o mercado”, afirma.

Bitcoin reforça fuga de liquidez

O mercado de criptomoedas ampliou o clima de alerta após o Bitcoin cair abaixo de US$ 100 mil e tocar os US$ 95.049, acumulando perda de aproximadamente 25% em relação à máxima de outubro, de US$ 126.000. O Ether (ETH) também aprofundou o recuo, acumulando queda superior a 35% desde o pico de agosto.

Os especialistas atribuem o movimento a fatores macroeconômicos combinados com liquidações forçadas. As negociações comerciais entre EUA e China motivaram a venda rápida de ativos de risco, ampliando a pressão sobre o setor.

A incerteza sobre a política monetária dos EUA adiciona volatilidade. “As expectativas de corte de juros pelo Federal Reserve em dezembro estão apontando, o que impacta diretamente ativos mais arriscados, como criptomoedas e avaliações inflacionadas de IA. Essa liquidez mais controle levou a uma redução significativa dos transportes institucionais nos ETFs de Bitcoin, com o capital agora saindo do mercado”, explica o Economista Sincero.

Movimento criptográfico é ponto positivo para o longo prazo

Embora a queda tenha sido intensa e acelerada, Mendlowicz vê sinais de ajuste saudável no setor. Ele avalia que o comportamento recente das criptomoedas favorece o horizonte de longo prazo.

“O Bitcoin acelerou a queda, deu um susto, e isso é muito bom porque pode ser que a bolha não esteja estourando, apenas murchando”, afirma. Para ele, o movimento representa uma redefinição de liquidez, no qual o mercado elimina excessos sem comprometer a confiança no ativo.

O economista destaca que períodos de baixa podem beneficiar quem está começando a investir. “Se você começou a investir há pouco tempo, a melhor coisa que pode acontecer é uma crise, porque os ativos vão desabar 20%, 30%, 40%, 50%, e você vai investir bem”. Ele recomenda manter a disciplina e focar em boas oportunidades, mesmo em um cenário global turbulento.

Fontebeincrypto

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