O cofundador do Ethereum, Vitalik Buterin, e membros do Account Abstraction Team da Ethereum Foundation publicaram o “The Trustless Manifesto”, um texto que reafirma o compromisso do ecossistema com a construção de sistemas descentralizados, nos quais a segurança e a justiça dependem apenas de matemática e consenso, e não de intervenções de intermediários.
Assinado por Yoav Weiss, Vitalik Buterin e Marissa Posner, o manifesto destaca a importância da chamada trustless — a capacidade de operar sem precisar confiar em terceiros — como princípio central do Ethereum. “A única defesa é o design sem confiança: sistemas cuja correção e justiça dependem apenas da matemática e do consenso, nunca da boa vontade de intermediários”, afirmam os autores.
O texto reforça que o Ethereum foi criado com o objetivo de oferecer liberdade e autonomia digital, e não apenas eficiência ou conveniência. “Construímos no Ethereum porque escolhemos a verificação em vez da confiança cega”, dizem. “Ele foi criado para permitir que qualquer pessoa, em qualquer lugar, coordene sem permissão e sem precisar confiar em quem não pode ser responsabilizado.”
Segundo o manifesto, a confiança matemática é o que garante a “neutralidade crível” dos sistemas. Sem ela, reivindicam os autores, os protocolos acabam se tornando dependentes de intermediários e sujeitos a decisões centralizadas.
Três leis para a confiança matemática
O documento estabelece três princípios fundamentais que definem um sistema verdadeiro sem intermediários:
- Nenhum segredo crítico — Nenhuma etapa do protocolo deve depender de informações privadas de um único ator, exceto do próprio usuário.
- Nenhum intermediário indispensável — Qualquer participante deverá poder substituir outro que siga as mesmas regras.
- Nenhum resultado não verificável — Toda alteração deve ser comprovável por dados públicos.
Para os autores, remover qualquer um desses elementos faz o sistema perder sua neutralidade e se transformar de protocolo aberto em plataforma controlada.
O alerta sobre a centralização por conveniência
O manifesto também alerta para o que chama de “derivado para a dependência da confiança”, apontando que boa parte da infraestrutura atual do Ethereum depende de serviços centralizados, como provedores de nuvem e RPCs hospedados. “Se a AWS, o GCP e a Cloudflare parassem, a maioria dos aplicativos também pararia”, diz o texto.
Os autores afirmam que a descentralização não é ameaçada apenas por tentativas diretas de controle, mas pelo conforto e pela praticidade oferecida por soluções centralizadas. “A ajuda se torna hábito; o hábito se torna dependência. Assim a descentralização se corrói — não na teoria, mas na prática.”
O manifesto reserva uma parte importante à responsabilidade dos desenvolvedores. “Nós, que desenhamos protocolos, somos guardiões, não porteiros”, escreve. O texto defende que a busca pela simplicidade e eficiência não deve comprometer a autonomia dos usuários. “Quando a simplicidade vem da confiança, não é simplicidade. É rendição.”
Os autores também destacam que a falta de confiança tem custos — em computação, tempo e complexidade —, mas que é esse custo que garante a resiliência e a neutralidade do sistema.
Um compromisso público com a descentralização
Ó Manifesto Confiável termina com um compromisso: “Escolhemos construir sistemas sem necessidade de confiança, mesmo quando é mais difícil. Recusamos chamar de ‘sem permissão’ um sistema em que apenas os privilegiados possam participar. No fim, o mundo não precisa de intermediários mais eficientes — precisa de menos razões para confiar neles.”
A Fundação Ethereum disponibilizou o manifesto para assinatura pública. Cada signatário tem seu nome registrado na blockchain principal do Ethereum, em um contrato criado especialmente para o documento.
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Fonteportaldobitcoin



