Resumo da notícia
- 
Rocelo Lopes diz que o Banco Central não tem mais controle real sobre o dinheiro.
 - 
Empresário defende que as stablecoins são o “cavalo de Troia” do sistema financeiro.
 - 
Para ele, o futuro das finanças é totalmente descentralizado e construído sobre o Bitcoin.
 
Durante uma entrevista ao influenciador Felipe Escudero, em aquecimento para a Blockchain Conference Brasil 2025, que conta com o apoio do Cointelegraph Brasil, o empresário Rocelo Lopes, fundador da Trutter e da SmartPay, fez declarações contundentes sobre o futuro do sistema financeiro e o papel do Bitcoin na economia global.
Lopes afirmou que o mercado criptográfico vive um momento de amadurecimento, e as stablecoins estão demonstrando como uma ponte entre o sistema tradicional e o futuro descentralizado. Ele afirmou que, apesar de úteis, as moedas trazidas ainda são instrumentos centralizados e controláveis, e que o destino natural de quem entra nelas é migrar para o Bitcoin.
Além disso, ele destacou que a regulamentação recente das stablecoins nos Estados Unidos, a chamada Genius Act, foi positiva para dar segurança jurídica ao setor e abrir caminho para novos investidores.
“O maior mercado do mundo criou um marco regulatório para stablecoins, e isso traz sossego. Mas o destino de todos será o Bitcoin, não há outro caminho”, afirmou.
Ele explicou que as stablecoins funcionam como um “cavalo de troia do sistema financeiro”. Ou seja, é uma ferramenta que permite às pessoas entrarem no universo das criptomoedas, mas ainda dentro de uma lógica centralizada.
“Na hora em que um governo quiser intervir, ele vai intervir. Se a autoridade quiser congelar, vai congelar. Isso não acontece com o Bitcoin. No Bitcoin, ninguém manda”, declarou.
Para o empresário, a privacidade é o próximo grande desafio. Ele defende que as corretoras e bancos que lidam com stablecoins devem implementar mecanismos de proteção de dados robustos.
“Não é certo eu declarar para a Receita Federal que tenho criptografia e amanhã esse dado vazar. Isso precisa mudar”, disse.
A descentralização como resposta
Rocelo também fez duras críticas à centralização bancária e aos sistemas de pagamento controlados pelo Estado, citando o Pix, do Banco Central, como exemplo. Ele lembrou dos recentes casos de vazamento de dados e ataques de hackers, que movimentaram centenas de milhões de reais.
“O Banco Central controla o Pix, mas quando deu problema, não conseguiu bloquear nada. Isso mostra que o sistema é falho. É centralizado, mas não é seguro nem eficiente”, criticou. Para ele, a ideia de que o Banco Central é um “grande olho que tudo vê” é ilusória. “Tem gente que acha que o Banco Central controla tudo. Não controla porra nenhuma”, disse, em tom provocativo.
Segundo Rocelo, a descentralização é a única forma real de segurança. Ele lembrou que, em 2024, a Trutter foi a primeira empresa a alertar o Banco Central sobre movimentações suspeitas de recursos desviados do sistema financeiro, o que ajudou a evitar prejuízos ainda maiores.
Lopes também reforçou que o Bitcoin é o único ativo realmente descentralizado e que, por isso, deve ser o pilar das finanças do futuro.
“As stablecoins são o começo, mas o fim do caminho é o Bitcoin”, afirmou. Ele defende que empresas sérias do setor devem manter reservas estratégicas em Bitcoin, justamente para se protegerem de crises econômicas e riscos locais.
A própria Trutter, segundo ele, mantém metade de suas reservas em Bitcoin e outra metade em Tether Gold, garantindo equilíbrio entre liquidez e valor. “Se amanhã o Brasil viver um novo confisco como o do Collor, quem tiver Bitcoin vai sobreviver. É a verdadeira reserva de liberdade”, completou.
Rocelo também criticou duramente o uso do Bitcoin como moeda de troca imediata.
“Quem vende Bitcoin para pagar conta é louco. Está trocando uma moeda forte por uma moeda fraca. Bitcoin foi feito para economizar, não para gastar”, disparou.
O futuro do mercado e o papel do Bitcoin
Ao comentar o cenário global, Rocelo afirmou que o mercado criptográfico já é maduro o suficiente para resistir às mudanças políticas, como um eventual fim da era Trump nos Estados Unidos.
“O setor é grande demais para falhar. Empresas enormes estão acumulando Bitcoin. Nenhum governo vai se atrever a destruir essa riqueza”, avaliou.
Ele apresenta o caso da Strategy, de Michael Saylor, e da japonesa Metaplanet, como exemplos de companhias que tratam o Bitcoin como reserva estratégica corporativa.
“Eles não precisam vender Bitcoin para lucrar. Podem usar como garantia em operações e gerar receita. É o futuro das finanças”, explicou.
Para Lopes, o conceito de “Too Big to Fail”, grande demais para quebrar, já está se aplicando ao Bitcoin.
“Chegamos num ponto em que o Bitcoin se tornou parte estrutural da economia global. Não tem volta. Stablecoins abrem o caminho, mas o destino é o Bitcoin”, finalizou
Fontecointelegraph

                    

