Resumo da notícia:

  • Inter, Chainlink e outras empresas realizam testes usando blockchain para ligar BC e HKMA em transações DvP e PvP para o primeiro setor.

  • As empresas destacam a segurança e o barateamento das transações transfronteiriças.

  • Consórcio diz que o blockchain representa benefícios significativos para todo o ecossistema de financiamento ao comércio e promete ampliar casos de uso.

O Banco Inter e a Chainlink anunciaram na última semana um experimento de financiamento ao comércio internacional baseado em blockchain para o primeiro setor.

De acordo com a fintech e a plataforma de oráculos descentralizada, o teste foi feito em parceria com o Banco Central do Brasil (BC) e a Autoridade Monetária de Hong Kong (HKMA), já que a simulação faz parte da segunda fase do Drex, versão brasileira de moeda digital emitida pelo Banco Central (CBDC, na sigla em inglês), o “real digital”.

Ao conectar o BC a HKMA, o experimento, que conta com a participação de instituições globais como Standard Chartered, Global Shipping Business Network (GSBN) e 7COMm, permite que pequenas e médias empresas vendam commodities no exterior. Isso porque a nova plataforma de financiamento ao comércio permitiu o teste de uma transação programável de Entrega-contra-Pagamento (DvP) e de uma transação entre fronteiras Pagamento-contra-Pagamento (PvP), que possibilitam desbloquear pagamentos condicionais e parcelados.

Segundo o Inter, a plataforma simula a liquidação de exportações pela Drex no Brasil e pela rede Ensemble em Hong Kong, com a Chainlink fornece a infraestrutura segura para conectar os dois ambientes e coordenar a liquidação entre jurisdições de forma compatível. Durante o processo de pagamento, a GSBN registrou uma alteração no título eletrônico de conhecimento de embarque (eBL).

Este foi o primeiro caso em que um registro de títulos baseado em blockchain e uma infraestrutura de pagamentos cross-chain foram conectados em um fluxo de trabalho único e automatizado, estabelecendo um novo padrão para liquidações de comércio internacional, de acordo com a fintech.

O banco digital acrescentou que o projeto permitiu que os bancos centrais do Brasil e de Hong Kong utilizassem blockchain para liquidar automaticamente, de forma segura e em tempo real, uma transação de comércio exterior. Ao viabilizar pagamentos tokenizados e automatizar transferências de títulos via contratos inteligentes, a plataforma reduz custos, diminui riscos e abre oportunidades nos mercados internacionais para pequenas e médias empresas, segundo avaliada por fintech.

O Head de Ativos Digitais do Inter, Bruno Grossi, afirmou que a empresa “aposta na inovação para criar soluções que tenham impacto positivo na vida financeira dos nossos clientes e na economia como um todo”.

Ao usar o Chainlink para conectar o BCB, o HKMA e as plataformas de financiamento ao comércio, estamos construindo um ecossistema financeiro mais conectado, com capacidade de sustentar o futuro do comércio global, emendou.

Grossi acrescentou que o modelo DvP, impulsionado de ponta a ponta pela Chainlink, automatiza a custódia e liberação de fundos ao mesmo tempo em que transfere o eBL, eliminando a necessidade de cooperação manual entre bancos, plataformas e agentes de transporte. De acordo com e executivo, para refletir sobre as condições reais de negociação, o projeto também dinâmico um ativo do mundo real tokenizado, lastreado em commodities, fornecimento de liquidez instantânea às contrapartes e prejuízo tanto o risco de liquidação quanto o atrito operacional.

Liquidação Segura

O Inter destacou que a plataforma Chainlink é fundamental para a solução DvP, viabilizando a interoperabilidade em tempo real entre o BCB e o HKMA. Duas tecnologias centrais da Chainlink traduziram a solução programável DvP/PvP:

  • Ambiente de execução Chainlink (CRE): conectou a plataforma Drex do BCB à Rede Ensemble de Hong Kong, liderada pela HKMA, além da plataforma de Trade Finance baseada em DLT (TFP) na Besu e ao GSBN. O CRE roteou instruções de pagamento entre Drex, Inter e Ensemble — traduzindo mensagens para o formato correto quando necessário (por exemplo, ISO 20022 neste experimento) — e acionou as transferências de eBL via API do GSBN.

  • Protocolo de interoperabilidade entre cadeias Chainlink (CCIP): viabilizou a comunicação segura entre a plataforma Drex e a TFP, permitindo que eventos como execução de contratos ou liberação de crédito fossem automaticamente sincronizados entre diferentes redes.

O presidente de Banking e Capital Markets da Chainlink Labs, Fernando Luis Vázquez Cao, destacou a conexão entre BC e AMHK “para permitir DvP/PvP seguro entre fronteiras é um grande avanço para o comércio global”.

Pagamentos internacionais programáveis, condicionados a atualização da cadeia de suprimentos, simplificam significativamente as operações e desbloqueiam grandes ganhos de eficiência com automação, emendou.

Vázquez disse ainda que a ideia é expandir o trabalho e “desenvolver novas capacidades que acelerem a evolução do comércio exterior para este novo paradigma habilitado por contratos inteligentes, junto com Inter, Standard Chartered e GSBN neste projeto com múltiplas jurisdições.”

Impacto e próximos passos

Segundo o Inter, a solução pode trazer benefícios significativos para todo o ecossistema de financiamento ao comércio. Para os bancos, a liquidação administrativa reduz custos operacionais e melhora a gestão de riscos. Para empresas exportadoras, importadoras e de transporte, os pagamentos são liberados à medida que as mercadorias se aproximam da entrega, diminuindo atrasos e aumentando a agilidade da cadeia de suprimentos. Pequenas e médias empresas agora podem se envolver diretamente com compradores internacionais, contar com liquidação mais rapidamente e obter novas linhas de crédito por meio da tokenização de commodities e da automação de transferências de títulos.

BCB, HKMA, Inter, Chainlink, GSBN e 7COMm informaram que estão expandindo a solução para suportar outros casos, incluindo operações de comércio de conta aberta (comércio em conta aberta). O projeto também busca integração com instituições financeiras via APIs e ampliar a interoperabilidade com outros provedores de eBL, favorecendo diretamente a adoção mais ampla.

Em um caso de uso curioso, um brasileiro tokenizou um galinheiro a fim de “pagar” os titulares com a venda de ovos e galinhas, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

Fontecointelegraph

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