Wall Street analysts took diverging views on Coinbase's third-quarter results. (Lo Lo/Unsplash/Modified by CoinDesk)<!-- -->

O relatório de lucros do terceiro trimestre da Coinbase (COIN), que destruiu as expectativas, atraiu uma série de respostas de analistas de Wall Street, destacando diferenças acentuadas nas expectativas para o crescimento de longo prazo da exchange de criptomoedas e sua capacidade de gerenciar custos.

A empresa registrou US$ 1,05 bilhão em receita de transações e US$ 801 milhões em Ebitda ajustado, ambos acima das estimativas de consenso. Analistas de todos os setores concordaram que a negociação de derivativos, os serviços de assinatura e a integração do Deribit ajudaram a impulsionar o ritmo. A partir daí, as opiniões divergiram.

O analista do Barclays, Benjamin Budish, reconheceu o desempenho da Coinbase, mas sinalizou aumento de custos e redução de margens no quarto trimestre. Ele citou um aumento nas despesas operacionais, impulsionado por contratações e aquisições como a plataforma de arrecadação de fundos Echo, como principais desafios. Budish reduziu seu preço-alvo de US$ 361 para US$ 357, citando estimativas de lucros mais baixos para 2026.

Owen Lau, da Clear Street, foi mais otimista. Ele aumentou sua meta de US$ 405 para US$ 415, argumentando que a Coinbase está bem posicionada para se beneficiar de um papel crescente nos pagamentos B2B transfronteiriços. Lau destacou as parcerias da Coinbase com o Citi e o Shopify, e disse que os pagamentos comerciais baseados em stablecoin poderiam tirar participação de mercado dos caminhos tradicionais. Ele também sinalizou o progresso regulatório, como a possível aprovação da Lei de Clareza nos EUA no próximo ano, como um potencial catalisador do “Verão Altcoin”.

Mark Palmer, da Benchmark, ecoou o otimismo, mantendo uma classificação de compra e meta de US$ 421. Ele enquadrou os ganhos como um retorno à boa forma, com a Coinbase demonstrando alavancagem operacional à medida que os mercados de criptografia esquentavam. Ele enfatizou a importância da receita de assinaturas, que cresceu 14% em relação ao trimestre anterior, e o papel da empresa na adoção institucional mais ampla de ativos digitais.

O Citi também adotou um tom otimista, destacando o impulso nas linhas de negócios em expansão da bolsa.

Analistas liderados por Peter Christiansen disseram que ficaram encorajados com o progresso da empresa na assinatura de novas parcerias “onchain-as-a-service”, inclusive com a Samsung e vários bancos. O relatório acrescentou que a visão “Everything Exchange” da empresa está começando a tomar forma, com a negociação de opções agora em andamento e os volumes de futuros prestes a aumentar.

As reformas pendentes dos ativos digitais poderiam melhorar o acesso ao mercado, e o banco observou que também poderiam desencadear “uma onda de inovação reprimida”. Os analistas reafirmaram sua classificação de compra das ações e seu preço-alvo de US$ 505.

Ed Engel, da Compass Point, no entanto, alertou que o crescimento dos custos ultrapassando as receitas coloca a Coinbase em uma posição vulnerável caso os mercados de criptografia esfriem. Ele reduziu sua estimativa de Ebitda para 2026 e reduziu sua meta de US$ 277 para US$ 266. Engel estava cético quanto à continuidade do crescimento das stablecoins e das receitas de staking, especialmente se as taxas de juros caíssem e o entusiasmo pelas criptomoedas no varejo diminuísse.

O corretor Bernstein observou que os resultados ficaram abaixo de suas expectativas, mas disse que a empresa está no “caminho de uma construção geracional de negócios e seu destino não é simplesmente impulsionado pela ação dos preços criptográficos”.

O lançamento do aplicativo Base para milhões de usuários, juntamente com o lançamento de um token Base, poderia marcar um momento “Crypto Venmo” para a Coinbase, disse o relatório, sinalizando um grande passo em direção à adoção convencional. A corretora reiterou sua classificação de desempenho superior para as ações e o preço objetivo de US$ 510.

O maior ponto de acordo foi a presença crescente da Coinbase em derivativos e produtos relacionados a stablecoins. Mas mesmo isso veio com ressalvas, já que os analistas observaram o declínio das taxas de comissão e o aumento da concorrência da Circle Internet (CRCL), que está tentando atrair mais volume de sua stablecoin USDC para sua própria plataforma.

Em última análise, o sucesso da Coinbase no curto prazo é claro. Mas como os mercados criptográficos permanecem voláteis e a empresa gasta pesadamente no crescimento, a perspectiva de longo prazo depende de se novos fluxos de receita, como pagamentos B2B e ativos tokenizados, podem escalar com rapidez suficiente para justificar o investimento.

Os preços-alvo agora variam de US$ 266 a US$ 510, uma lacuna que reflete tanto a oportunidade que a Coinbase está perseguindo quanto os riscos caso tropeçar.



Fontecoindesk

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