<span class="image__credit--f62c527bbdd8413eb6b6fa545d044c69">Getty Images</span>

Essa abordagem não funcionaria para o resfriado comum, porque todas essas centenas de variantes circulam o tempo todo, diz McLean.

Isso não quer dizer que as pessoas não tenham tentado fazer uma vacina contra resfriado. Houve um grande interesse nas décadas de 1960 e 1970, quando os cientistas fizeram grandes esforços para desenvolver vacinas para o resfriado comum. Infelizmente, todos eles falharam. E não fizemos muito progresso desde então.

Em 2022, uma equipe de pesquisadores revisou todas as pesquisas publicadas até aquele ano. Eles identificaram apenas um ensaio clínico – e foi realizado em 1965.

O interesse certamente também diminuiu desde então. Alguns questionam se uma vacina contra o resfriado vale o esforço. Afinal, a maioria dos resfriados não exige muito tratamento e não dura mais do que uma ou duas semanas. Existem muitos, muitos outros vírus perigosos por aí nos quais poderíamos nos concentrar.

E embora os vírus do resfriado sofram mutações e evoluam, ninguém realmente espera que eles causem a próxima pandemia, diz McLean. Eles evoluíram para causar doenças leves em humanos – algo que vêm fazendo com sucesso há muito, muito tempo. Os vírus da gripe – que podem causar doenças graves, incapacidades ou mesmo a morte – representam um risco muito maior, por isso provavelmente merecem mais atenção.

Mas os resfriados ainda são irritantes, perturbadores e potencialmente prejudiciais. Os rinovírus são considerados a principal causa de doenças infecciosas humanas. Eles podem causar pneumonia em crianças e idosos. E se somarmos as consultas médicas, os medicamentos e as faltas ao trabalho, o custo económico das constipações é bastante elevado: um estudo de 2003 estimou-o em 40 mil milhões de dólares por ano só para os EUA.

Portanto, é reconfortante saber que não precisamos abandonar toda a esperança: alguns cientistas estão fazendo progressos! McLean e seus colegas estão trabalhando em maneiras de preparar o sistema imunológico de pessoas com asma e doenças pulmonares para potencialmente protegê-las contra vírus do resfriado. E uma equipe da Universidade Emory desenvolveu uma vacina que parece proteger os macacos de cerca de um terço dos rinovírus.

Ainda há um longo caminho a percorrer. Não espere que uma vacina contra resfriado se materialize nos próximos cinco anos, pelo menos. “Ainda não chegamos lá”, diz Michael Boeckh, pesquisador de doenças infecciosas do Fred Hutch Cancer Center, em Seattle, Washington. “Mas isso acontecerá em algum momento? Possivelmente.”

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