O recente acordo firmado entre Estados Unidos (EUA) e China marca um novo capítulo nas relações econômicas globais e levanta questionamentos sobre seus desdobramentos para o Brasil e o setor criptográfico.
À medida que as duas maiores potências mundiais redefinem estratégias comerciais e tecnológicas, o impacto pode repercutir nas exportações brasileiras, no fluxo de investimentos e na dinâmica regulatória das criptomoedas.
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Possíveis impactos para o Brasil
Guilherme Sacamone, CEO da OKX no Brasil, acredita que a trégua comercial entre Estados Unidos e China tende a gerar efeitos positivos para o mercado de criptoativos, ao reduzir a incerteza global e restaurar o apetite por risco dos investidores.
Para o executivo, com o rompimento das tensões e maior previsibilidade econômica, há espaço para uma nova fase de valorização em ativos como Bitcoin e Ethereum, impulsionada pelo aumento da liquidez internacional e pela retomada da confiança nos mercados.
Além disso, o cenário beneficia diretamente as stablecoins, que se consolidam ainda mais como pilares da liquidez global. Com o dólar mantendo estabilidade e o comércio internacional fluindo com menos barreiras, moedas digitais passadas em dólar ganham maior riqueza em pagamentos, remessas e operações transfronteiriças — reforçando a integração entre finanças tradicionais e o universo criptográfico, aponta.
Em suma, o acordo entre as duas maiores economias do mundo traz fundamentos positivos e sinaliza um ambiente mais favorável à maturação do mercado de criptoativos. Desde que o ciclo de investimentos globais permaneça compatível com a retomada do apetite por risco e da liquidez internacional, concluiu Sacamone.
Alívio contido
O anúncio do acordo comercial entre EUA e China, mesmo com prazo de um ano, foi recebido com um relatório contido pelos mercados globais, pontua o especialista da NovaDAX, Danilo Matos.
Para o Brasil, o impacto é imediato e tem dois lados: de um lado, a menor volatilidade global e a manutenção da demanda chinesa por commodities como soja e minério de ferro trazem um respiro positivo. Além disso, a reaproximação entre China e EUA reduz a vantagem temporária que o país vem aproveitando como fornecedor alternativo, forçando uma reavaliação de sua posição em um cenário onde os dois gigantes voltam a negociar diretamente, acredita Matos.
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Mercado criptográfico assustador
Rony Szuster, Head de Research do Mercado Bitcoin (MB), diz que, sob a ótica macroeconômica, trata-se de um choque positivo para os mercados. Incluindo, principalmente, o de criptografia. E apesar disso, a ocorrência imediata do mercado criptográfico foi negativa, com predominância de vendas.
Esse movimento está ligado à liquidação de posições compradas após o FOMC. Desde junho, observamos um padrão de queda no dia seguinte às reuniões do Fed, seguido de recuperação nas semanas posteriores, muitas vezes com retomada de máximas. Acreditamos que esse padrão pode se repetir agora, diz Szuster.
No mercado de criptomoedas, a trégua adiciona uma nova camada de complexidade. A narrativa do Bitcoin como “porto seguro” digital, que ganha força em períodos de turbulência geopolítica, perde parte do fôlego com a redução da aversão ao risco. O ativo, que se fortalece em meio à incerteza, agora precisa se adaptar a um ambiente menos caótico, onde seu papel como proteção contra riscos geopolíticos perde parte do apelo, finaliza o especialista da NovaDax, Danilo Matos
Gustavo Marinho, Cofundador e CPO da BlindPay, concorda com Matos. Ele explica que a trégua reduz o prêmio de risco global e abre espaço para mais apetite por ativos no curto prazo.
No mercado criptográfico, isso aparece de duas maneiras: mais investidores buscam Bitcoin como reserva digital de valor de longo prazo e maior uso de stablecoins em pagamentos e proteção cambial. Com o retorno, o movimento tende a favorecer primeiro os ativos de maior qualidade e depois se espalharam, acrescenta Marinho.
André Sprone, LATAM Growth Manager da MEXC, ressalta que a trégua precisa realmente se concretizar.
Já que esse tema teve várias idas e vindas, tende a aumentar o apetite ao risco e, consequentemente, ser benéfico para o mercado criptográfico, especialmente porque os ETFs tendem a se beneficiar desse movimento.
Menos incerteza é algo positivo tanto para o preço dos criptoativos quanto para a captação institucional. No entanto, se a trégua for momentânea, esse efeito pode se dissipar, levando a um cenário mais pessimista e assustador, alerta Sprone.
Para a economia brasileira, o impacto é semelhante. Embora o país tenha sido beneficiado, de certa forma, pela guerra comercial entre China e EUA, especialmente nas áreas de exportação de commodities, o saldo final tende a ser positivo, mesmo com uma eventual redução de participação de mercado. Tratando-se de um mercado considerado como de risco relativo, o Brasil tende a receber fluxos de investimento estrangeiro em momentos de calmaria, concluiu o LATAM Growth Manager da MEXC
Fontebeincrypto

 
                    

