O Bitcoin permanece acima de US$ 88 mil –US$ 90 mil em 22 de dezembro, mas a estrutura de mercado subjacente ao preço mostra sinais de fragilidade crescente. A recente volatilidade, a liquidez reduzida e o enfraquecimento da demanda aumentam as preocupações de que o setor possa estar saindo de uma fase avançada de alta e caminhante para um início de ciclo de baixa em janeiro de 2026.
Diversos indicadores on-chain e de estrutura de mercado apontam atualmente para a mesma direção. Isoladamente, nenhum desses sinais confirma o início de um mercado de baixa total. Em conjunto, entretanto, sugere aumento do risco de queda e enfraquecimento do suporte.
Crescimento aparente da demanda por bitcoin apresenta recuo
O aparente crescimento da demanda do Bitcoin monitora o volume de novas compras em relação à oferta disponível.
Os dados mais recentes indicam desaceleração após múltiplos impulsos anteriores no ciclo. Embora o Bitcoin tenha sustentado preços mais altos durante boa parte de 2025, a demanda não atingiu novos patamares.
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Essa divergência sinaliza que a força dos preços foi sustentada mais por impulso e alavancagem do que por compras à vista.
Historicamente, quando o crescimento da demanda se estabiliza ou cai enquanto o preço permanece elevado, os mercados passam de fase de acumulação para distribuição. Esse cenário geralmente marca o início de um ciclo de baixa ou de declarações prolongadas.
Entradas de ETFs spot de bitcoin nos EUA perdem força
Os ETFs à vista do Bitcoin nos EUA têm sido a principal fonte de demanda estrutural neste ciclo.
Em 2024, as entradas em ETFs aceleraram de forma constante até o final do ano. Já não quarto trimestre de 2025observa-se estabilização nas entradas e, em alguns períodos, redução dos transportes.
Essa mudança é relevante porque os ETFs representam capital de longo prazo, diferentemente das operações especulativas de curto prazo.
Quando a demanda por ETFs diminui com os preços elevados, isso sugere retirar os grandes compradores. Sem fluxos institucionais contínuos, o Bitcoin fica mais suscetível à volatilidade provocada por derivativos e posições especulativas.
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Carteiras Dolphin estão expostas
Carteiras que detêm de 100 a 1 mil BTC, conhecidas como “golfinhos”, costumam estar associadas a investidores sofisticados e fundos.
Os dados atuais apontam uma queda acentuada nas participações dos golfinhos em um período de um ano. Comportamento semelhante foi observado no final de 2021 e início de 2022, antecedendo recuos mais expressivos do mercado.
Esse movimento não sinaliza venda em pânico.
Na verdade, indica redução de risco para grandes investidores. No histórico do mercado, quando este grupo distribui ativos com preços elevados, isso costuma refletir expectativas de retornos menores ou de investimentos por um período prolongado.
Taxas de financiamento têm queda nas exchanges
As taxas de financiamento medem o custo para que as operadoras mantenham posições alavancadas.
Nas principais exchanges, as taxas de financiamento do Bitcoin entraram em queda consistente. Isso indica queda na demanda por alavancagem, mesmo com preços relativamente altos.
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Nos ciclos de alta, grandes valorizações são acompanhadas por taxas mais positivas e busca persistente por posições compradas.
Por outro lado, as taxas de financiamento em queda indicam que os operadores estão menos confiantes e menos dispostos a pagar caro para manter posições. Esse cenário geralmente antecede movimentos de preços voláteis ou reversão de tendência.
A média móvel de 365 dias é um indicador de tendência de longo prazo que historicamente separa ciclos de alta dos de baixa.
O Bitcoin agora caiu abaixo desse nível pelo primeiro período sustentado desde o início de 2022. Quedas anteriores motivadas por fatores macroeconômicos em 2024 e no começo de 2025 testaram esse patamar, mas não chegaram a fechar abaixo dele.
Uma queda sustentada abaixo da média de 365 dias não garante um colapso. Porém, indica uma mudança no momento de longo prazo e eleva a possibilidade de que as recuperações encontrem resistência mais forte.
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Até onde o Bitcoin pode cair se um mercado de baixa se desenvolver?
Caso esses sinais continuem convergindo, dados históricos servem como referência e não como previsão.
O preço realizado do Bitcoin, atualmente próximo de US$ 56 mil, representa o custo médio dos investidores. Nos mercados de baixa anterioridade, o ativo frequentemente atingiu fundo perto ou abaixo dessa marca.
Isso não significa que o Bitcoin precise cair para US$ 56 mil. Indica, entretanto, que, no caso de um mercado totalmente baixista, compradores de longo prazo historicamente retomam posições próximas dessa faixa.
Entre o patamar atual e o preço alcançado existe uma ampla gama de movimentos possíveis, incluindo uma permanência lateralizada prolongada em vez de uma queda acentuada.
O que isso significa para o mercado agora
Em 22 de dezembro, o Bitcoin seguiu limitado em um intervalo, com liquidez reduzida e alta sensibilidade aos movimentos impulsionados por alavancagem. A participação do varejo permanece cautelosa, enquanto fluxos institucionais registram desaceleração.
Altcoins continuam mais expostos que o Bitcoin. Essas moedas dependem mais da demanda dos investidores de varejo e são mais afetadas quando a liquidez diminui.
Considerando esses cinco gráficos, a análise sugere que o mercado de criptografia pode estar entrando em uma fase de distribuição de final de ciclo, com risco crescente de um mercado de baixa a partir do início de 2026 caso a demanda não se recupere.
A tendência enfraqueceu, mas não está comprometida de forma irreversível. Entretanto, a margem para erros é cada vez menor.
Fontebeincrypto




