Um novo relatório do Conselho de Estabilidade Financeira (FSB) destaca vários fatores-chave que dificultam a cooperação transfronteiriça entre países em relação às criptomoedas. O órgão de vigilância de riscos do G20 identificou a diferença nas regras de privacidade como um desses obstáculos importantes.
Regras de privacidade que impedem a regulamentação criptográfica transfronteiriça
Já se passaram 16 anos desde o lançamento do Bitcoin (BTC), e os vigilantes financeiros em todo o mundo continuam a enfrentar problemas ao tentar acessar dados criptográficos. De acordo com um relatório recente do FSB, as leis de privacidade estão a complicar os esforços para aceder a esses dados.
Num relatório detalhado de 107 páginas revisado por pares, o regulador de risco do G20 observou que a privacidade dos dados continua a ser um gargalo crucial que está dificultando a cooperação transfronteiriça na regulação de ativos digitais como Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH) e stablecoins.
Vale ressaltar que o FSB é financiado pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS) e funciona como uma autoridade financeira global que monitora e faz recomendações sobre a evolução do sistema financeiro global.
O FSB encontrou várias lacunas importantes na forma como os governos de diferentes países ao redor do mundo regulam o mercado de ativos digitais. A autoridade afirmou que estas lacunas conduzem a desafios de segunda ordem, incluindo arbitragem regulamentar, lacunas de dados e fragmentação do mercado. Acrescentou:
Muitas vezes falta uma cobertura abrangente de atividades de risco potencialmente mais elevado, como a contração e a concessão de empréstimos e a negociação de margens. Além disso, as lacunas ou a falta de quadros de reporte abrangentes para os prestadores de serviços de criptoativos (CASP) prejudicam a capacidade das autoridades de monitorizar e abordar eficazmente os potenciais riscos para a estabilidade financeira.
O FSB observou que os esforços de supervisão e aplicação de criptografia tendem a ficar atrás do desenvolvimento regulatório, com muitas jurisdições ainda a implementar as ferramentas necessárias para garantir a conformidade e a supervisão.
De acordo com o FSB, a questão da confidencialidade dos dados continua a ser uma grande preocupação na identificação de potenciais riscos sistémicos e, por sua vez, na supervisão das atividades transfronteiriças de criptoativos. Especificamente, as leis de sigilo ou privacidade de dados poderão constituir barreiras significativas à cooperação.
Além disso, o FSB observou que uma boa parte dos utilizadores está relutante em partilhar informações confidenciais devido aos riscos de violação de dados e à falta de reciprocidade garantida. O relatório partilha a tabela seguinte que destaca o estado de implementação das recomendações políticas do FSB.
Pouco progresso feito pelo G20
Em 2023, o G20 – um grupo de países que compreende as 20 principais economias globais – prometido para estabelecer uma estrutura regulatória de criptografia unificada. Na altura, o organismo pediu aos seus países membros que partilhassem informações para melhor regular a classe de activos emergente.
No entanto, pouco progresso foi feito desde então. Os desafios permanecem os mesmos, se não mais complicados, devido ao ritmo acelerado dos avanços na indústria criptográfica. Um país membro do G20, a Índia, recentemente atrasado liberando sua estrutura criptográfica sobre preocupações de risco sistêmico.
Enquanto isso, o FSB recentemente afirmou que tomará medidas para enfrentar os riscos relacionados à moeda estável. Até o momento, o BTC é negociado a US$ 106.727, queda de 1,2% nas últimas 24 horas.
Imagem em destaque de Unsplash.com, gráficos de FSB e TradingView.com
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